Definition of resilience

"In the context of exposure to significant adversity, resilience is both the capacity of individuals to navigate their way to the psychological, social, cultural, and physical resources that sustain their well-being, and their capacity individually and collectively to negotiate for these resources to be provided in culturally meaningful ways" (www.resilienceproject.org)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Avaliar a competência de uma pessoa para lidar com as adversidades do dia-a-dia e durante sua vida é uma tarefa que exige do pesquisador compreender em que contexto o sujeito está inserido, o que se entende das tarefas a serem realizadas e a ideologia que envolve os termos resiliência, adaptação e ter sucesso. O risco que se corre é cair numa moral reducionista, onde se opõe um vencedor a um perdedor, ou numa situação maniqueísta, que situa as pessoas entre o bem e o mal, entre fortes e fracos (sendo que os fracos não valem nada!) e, ainda, avaliar respostas individuais descontextualizadas.
Outra oposição muito comum é a que acaba dividindo as pessoas entre otimistas e pessimistas, colocando as primeiras do lado do sucesso e as segundas do lado do fracasso. A revista da Joyce Pascowitch, em sua edição de julho de 2009, dedica algumas páginas a essa questão, com textos de profissionais de diversas áreas.
O neurocientista Sidarta Ribeiro escreve que se pode dizer que ser otimista é uma atitude, um conjunto de emoções, um modo de processar idéias pela mente, que podem ser influenciados por fatores genéticos e envolver diversos neurotransmissores. Afirma ainda que tudo que acontece conosco afeta nosso cérebro, principalmente na infância, quando podem ser construídos caminhos bioquímicos para uma visão mais otimista da vida. Segundo o autor, existem técnicas que podem fazer com que encaremos o mundo de forma mais otimista, gerando reprogramação de circuitos neuronais e causando bem-estar. Conclui que “entender como o pensamento positivo se transforma em modificações celulares, em proteínas e assim por diante é fascinante” (Pascowitch, editor, p. 38).
O filósofo Luiz Felipe Pondé, por sua vez, afirma que o pessimismo não é necessariamente ruim, podendo ser, até certo ponto, uma forma crítica de ver o mundo, impulsionando as pessoas em busca de algo melhor (desde que não seja um pessimismo doentio, paralisante). Critica o otimismo demasiado, principalmente o pregado por livros de auto-ajuda, baseados em premissas pouco ou nada científicas. Diz que na filosofia clássica o otimismo está ligado à questão da autonomia, ou seja, a uma habilidade de nos mudarmos em meio às adversidades, aprendendo com o passado e usando a razão para nos guiarmos. Mas, nessa mudança, não temos como prever se as escolhas que fazemos transformarão nossa situação para melhor ou pior, não existindo fórmula para isso. Assim, não dá para ser sempre otimista. Coloca, de forma interessante, que “o que é adaptado hoje pode ser obsoleto amanhã e, quanto mais especializado um organismo vivo é, mais risco ele corre diante das variações externas” (Pascowitch, editor, p. 40).
A psicanalista Anna Veronica Mautner lembra a brincadeira do copo meio cheio e meio vazio e diz que ambas as respostas são verdadeiras. Afirma que o otimista consegue manter distância entre si e o acaso, conhecendo-se o suficiente para somente encarar aquilo que acha que consegue dar conta. “Nem irá fugir de todos os obstáculos, nem encarar todos” (Pascowitch, editor, p. 43). Coloca que ser sempre pessimista ou sempre otimista é um vício e que muitas vezes temos que ser pessimistas e muitas vezes temos que ter esperança.
Coloquei longamente essa questão aqui porque umas das situações que são avaliadas em alguns estudos de competência é justamente a forma como as crianças e adolescentes encaram o mundo em que vivem e como enfrentam os problemas que vão encontrando pela vida. E ainda o risco de serem avaliadas negativamente quando recuam (muitas vezes estrategicamente) frente a uma adversidade e quando se colocam de forma pessimista quanto à possibilidade de reverter situações estressantes. Valorizando somente o otimismo, uma posição positiva frente à vida, os pesquisadores correm o risco de programarem ações baseadas em premissas meramente ideológicas, sem levar em conta outras variáveis. Talvez mais importante do que avaliar visões positivas da vida seja avaliar conseqüências positivas de determinadas ações de enfrentamento das adversidades, baseadas ou não em posicionamentos otimistas.
Apesar de estudos indicarem que crianças que apresentam um melhor controle interno atingirem escores mais elevados em testes que crianças que demonstram mais exterioridade em um mesmo cenário, também demonstram que pode ocorrer uma relação negativa nessa equação, ou seja, com um melhor lócus de controle interno, justamente por se sentirem mais competentes, podem realizar escolhas e agirem diferentemente do que a sociedade espera delas, enquanto que as crianças com pouco controle interno, taxados de menos competentes, podem se sentir menos capaz de mudar o sistema de normas em que vivem e acabam se subjugando a ele (Morgan, citado por Ungar, 2004). Ou seja, não seguir o estabelecido, criticar o sistema, questionar as coisas vigentes podem ser atitudes altamente competentes, mas assim mesmo consideradas em pesquisas como desvirtuantes.
Mas o que os estudiosos, principalmente da psicologia do desenvolvimento, entendem por competência? O Project Competence, desenvolvido nos Estados Unidos, define competência em termos de um histórico de performances efetivas na realização de tarefas de desenvolvimento, que se sobressaem para pessoas de certa idade, tempo histórico e sociedade ou contexto (Masten e Powell, 2003, p. 5). De antemão, já percebemos que essas tarefas não podem ser generalizadas e que, talvez, o descumprimento de algumas delas para certa idade, em certo contexto social e em certo tempo histórico, não seria necessariamente um sinal de não competência, mas adaptações que se fizeram necessárias.
Ainda no mesmo projeto, os pesquisadores assumem que “em nossas definições de competência, “fazer bem” (“doing ok”) não exige realizações notáveis, mas se refere ao comportamento dentro ou acima da média esperada para um grupo normativo” (Masten e Powell, 2003, p. 6). Varia consideravelmente o critério pelo qual “fazer bem” é determinado em estudos sobre resiliência, indo desde uma simples ausência de distúrbios ou problemas de saúde mental, até um foco na competência em tarefas de desenvolvimento, com a inclusão de critérios de competência e ausência de sintomas. De fato, determinar se a criança ou o adolescente “faz bem” é algo que pode ser feito olhando-se somente para o sujeito; no entanto, é preciso dar ênfase no grupo e no contexto em que eles estão situados para avaliar o cumprimento de tarefas e o enfrentamento das adversidades, compreendendo o sentido holístico da competência de uma pessoa, ao se examinar o pacote ou padrões de resposta em vários contextos sociais proximais (Seidman & Pedersen, 2003, p. 320).
Teoricamente, a competência é definida como a interação complexa entre a criança e seu ambiente e sua avaliação poderá mudar à medida que a criança se desenvolve e muda ou quando muda o contexto que a cerca, ou seja, a competência para resolver problemas em um período de desenvolvimento não prevê competência mais tarde, em uma forma linear determinista, mas sim a competência em um período determinado pode ser usada para ajudar o indivíduo a se adaptar ao ambiente e se preparar para sua competência no período seguinte. Crianças que demonstram competência em um domínio pode não ser resilientes em domínios diferentes, mostrando que o conceito de competência dirige nossa atenção para o andamento de processos transacionais entre as pessoas e seus contextos sociais.
A competência individual é uma das principais candidatas para ser um fator de proteção diante das adversidades do ambiente. No entanto, parece não ser um fator de proteção muito forte, já que as crianças mais competentes “agem” melhor do que as menos competentes quando o nível de risco social está controlado, mas, em condições de alto risco, consistentemente agem pior do que as crianças menos competentes, em condições de baixo risco (Sameroff, Gutman & Perk, 2003, p.387). Os autores parecem mostrar que competência, quando avaliada, precisa ser sempre relativizada.
Em um trabalho desenvolvido por Ungar e Teram (citado por Ungar, 2004), foi identificado um padrão genérico entre comportamentos que reforçam resiliência entre jovens desajustados, porém saudáveis, e jovens delinqüentes, ou seja, buscavam resolver suas tarefas da mesma forma. Outros estudos também encontraram achados semelhantes entre jovens com e sem problemas de saúde e de comportamento. No mesmo estudo, os mesmos autores notaram que jovens considerados resilientes e jovens considerados vulneráveis demonstraram engajamento similar em processos protetores, que eram relatados como contribuindo para melhorar sua saúde. A característica diferenciadora entre os dois grupos foi a disponibilidade dos recursos para sustentar o seu bem-estar e sua auto-construção. Os jovens mais vulneráveis nesse estudo encontraram através da delinquência e comportamentos de desordem os mesmos recursos de saúde (auto-estima, competência, envolvimento significativo com sua comunidade e vínculos com outras pessoas) comparados com seus pares resilientes. “Indiscutivelmente, uma preocupação com desvios entre certos grupos marginalizados, incluindo jovens vulneráveis e em risco, tem feito alguns pesquisadores fecharem os olhos para a normalidade que está aí presente” (Ungar, 2004, p. 354, citando Cross, 2003).
Em um estudo realizado com crianças escolarizadas de Porto alegre, e divulgado em 2003, Cecconello e Koller avaliaram a competência em 100 crianças, 50 meninos e 50 meninas, que apresentavam situação de risco. Para avaliar essas crianças entre 6 a 9 anos de idade utilizaram o Teste das Histórias Incompletas (THI), desenvolvido nos Estados Unidos por Mondell e Tyler e adaptadas pelas autoras do estudo para a situação brasileira. O teste é baseado em histórias incompletas em que a criança é convidada e estimulada a completar o final, onde são esperados alguns resultados (por onde se considera as crianças mais competentes ou menos competentes), entre eles aqueles com maior grau de otimismo e confiança interpessoal, no caso da subescala de confiança (aqui são considerados menos competentes finais pessimistas e destrutivos), enquanto que na subescala de auto-eficácia, os finais mais competentes são aqueles em que os esforços e comportamentos da criança são vistos como responsáveis pelos resultados, enquanto que os menos competentes são finais em que a sorte ou forças externas às crianças são vistas como responsáveis pelos resultados. O que talvez tenha faltado na avaliação das respostas é investigar se finais considerados menos competentes realmente o são frente à realidade em que essas crianças vivem, apesar das autoras fazerem uma ressalva sobre respostas das crianças que não cabiam dentro de certo padrão, mas que poderiam ser consideradas de certa competência. Mas insisto que se precisa refletir mais enfaticamente se posições como negativismo, sentimento de derrota, desistência, são realmente sinais de incompetência ou essa avaliação reflete apenas uma ideologia que incentiva a competição, o otimismo e o pensamento positivo, o apresentar-se feliz o tempo todo e o não suportar as dores da existência.
Uma das conclusões das autoras é bastante importante, quando avaliam que esse estudo indica que características como confiança, auto-eficácia e iniciativa, aumentam a possibilidade de planejamento de programas de intervenção, nos quais podem ser programadas atividades que viabilizem o desenvolvimento destas características, contribuindo para a competência social dessas e outras crianças. “Esses resultados têm implicações relevantes para a elaboração de programas de intervenção com crianças, nos quais é necessário focalizar o desenvolvimento de habilidades e características importantes, como a confiança e a auto-eficácia, para que elas se tornem mais envolvidas na resolução de seus problemas pessoais” (Cecconello e Koller, p. 10).
Reforço a importância de se limpar o ranço ideológico desses conceitos e contextualizá-los de forma clara durante essas intervenções. Planejar intervenções com o objetivo de identificar e estimular a competência entre crianças e adolescentes exige evitar todas as posições e pressupostos já apontados anteriormente. Se nossa tentativa enquanto pesquisadores e promotores de bem-estar é orientar o desenvolvimento do sujeito para uma direção mais favorável, é preciso entender o que é uma “direção mais favorável”, o que é “bem-estar” e o que é “competência”, o que é “adaptação” e o que é “risco” dentro de certa cultura, de certo tempo histórico e para determinadas crianças e adolescentes. Outra questão é não focar os estudos somente em indivíduos, em suas falas, tentando integrar aspectos biológicos, psicológicos, antropológicos e sociológicos com relação às perspectivas sobre a adaptação e desenvolvimento, pois dada a alta probabilidade das crianças enfrentarem em suas vidas múltiplos riscos, programas de prevenção e de intervenção serão provavelmente mais eficazes se focarem esses múltiplos riscos, de preferência de uma única vez, com o intuito de eliminar ou impulsionar fatores protetores.

BIBLIOGRAFIA
CECCONELLO, A, KOLLER, S, Avaliação da Competência Social em Crianças em Situação de Risco, Psico-USF, 8(1), 1-9, (2003);
MASTEN, A, POWELL, J, A resilience framework for research, policy and practice, in LUTHAR, S, Ed., Resilience and Vulnerability, Cambridge University Press, 2003;
PASCOVITCH, J, Ed., Poder, Glamurama Editora Ltda, São Paulo, Julho de 2009;
SAMEROFF, A, GUTMAN, L, PERK, S, Adaptation among youth facing multiple risks, in LUTHAR, S, Ed., Resilience and Vulnerability, Cambridge University Press, 2003;
SEIDMAN, E, PERDERSEN, S, Holistic contextual perspectives on risk, protection, and competence among low-income urban adolescents, in LUTHAR, S, Ed., Resilience and Vulnerability, Cambridge University Press, 2003;
UNGAR, M, A constructionist discourse on resilience, Youth & Society, Vol. 35, No. 3, 341-365 (2004).

Novo livro do Cyrulnik

Capa do livro Autobiografia de um espantalho

POR QUE PESQUISAR RESILIÊNCIA?

O campo de pesquisa em resiliência ainda é recente. Os conceitos precisam ser afinados, novas pesquisas precisam ser realizadas para confirmar os achados, os projetos precisam encontrar sustentabilidade. Enfim, apesar dos esforços dos pesquisadores nas últimas três décadas por compreender como pessoas (principalmente crianças e adolescentes) conseguem continuar saudáveis em meio a uma série de adversidades, que, em outros contextos e para outras pessoas, poderiam ser devastadores, ainda há muito a compreender e agir sobre esse fenômeno. No entanto, já é consenso no meio acadêmico que o conceito de resiliência veio dar uma grande contribuição para essa compreensão e para a promoção de proteção a essas pessoas. Como afirma Masten (Masten,2001), encontrar pessoas resilientes não é uma tarefa difícil, pois elas estão em toda parte, realizando sua “mágica cotidiana”, conseguindo uma adaptação positiva no seu cotidiano adverso; a dificuldade é compreender o que as faz tão fortes, quais são os fatores implicados nessa capacidade de superar os obstáculos e ainda ser fortalecidas por eles e como promover fatores de proteção para pessoas nessas condições.

Outra dificuldade ao se realizar pesquisa sobre resiliência é que esta ocorre durante um longo período e depende da presença de intervenções positivas da parte de uma pessoa ou instituição consideradas importantes em momentos críticos da vida do sujeito, contrapondo-se aos riscos e vulnerabilidades sofridas por ele. E mais: Indicações de resiliência requerem mais que resultados alcançados em testes num dado momento, embora eles sejam bons indicadores desse alcance. Geralmente são necessárias pesquisas longas, se possível longitudinais, para a compreensão de todos os fatores envolvidos no processo de resiliência.

Quando consideramos resiliência como processo, além de reconhecermos as fontes de adversidade, precisamos também especificar, através de modelos teóricos ou de pesquisas empíricas, como essas variáveis atuam dinamicamente entre si e se relacionam com o que se define como risco social e como adaptação positiva. Quanto à adaptação positiva ou resiliente, é importante considerar seu aspecto ideológico, a heterogeneidade nas diferentes áreas do desenvolvimento humano e a variabilidade ontogenética. Principalmente com relação à ideologia, corre-se o risco de se patologizar aqueles sujeitos que não se conformam às normas, catalogando-os como não-resilientes, mantendo-se a ênfase no indivíduo e não nos processos sócio-culturais em que ele vive (Yunes, 2001; Infante, 2005).

A compreensão de processos contribuindo para uma adaptação positiva sob condições de adversidade pode ajudar a expandir a compreensão dos processos de desenvolvimento que podem não estar evidentes em ambientes normais. Além disso, compreender casos de pessoas que não sucumbem a conseqüências negativas engendradas por processos de risco pode ser crítico na expansão de nosso entendimento de como os processos de risco funcionam.

A tarefa dos pesquisadores é encontrar uma correlação adequada entre os aspectos genéticos e ambientais no desenvolvimento do sujeito, para que a partir desse ponto se possa compreender os determinantes do processo de superação das dificuldades e, com isso, poder inclusive formular políticas públicas de promoção de resiliência. Para tanto é preciso avançar na pesquisa e na elaboração de teorias a respeito desse processo, algo que tem despertado o interesse principalmente dos psicólogos do desenvolvimento há algumas décadas. Segundo Garcia (Garcia, 2001), “os estudos sobre resiliência permitem uma melhor compreensão a respeito da realidade das crianças e adolescentes da nossa sociedade, que vivem em condições de vida precárias e adversas”. Sugere que devemos direcionar nossas ações sempre num enfoque preventivo, que visem à promoção do bem estar e da saúde para uma melhor qualidade de vida.

Aplicar um sistema de resiliência implica ter atenção para as conseqüências positivas na presença de adversidade em geral e no específico e para o conhecimento empírico adquirido sobre vulnerabilidade e mecanismos de proteção aparentes em condições de risco particulares. De uma perspectiva da intervenção, as implicações são enxergar as competências do indivíduo no enfrentamento dos riscos e promover prevenção, valorizando os aspectos positivos desse enfrentamento e não enfatizando suas dificuldades frente às adversidades (Luthar & Cicchetti, 2000). Ainda: é preciso fugir de uma pesquisa meramente descritiva para focar na elucidação dos questionamentos sobre os processos desenvolvimentais, compreendendo como os mecanismos de proteção funcionam para determinado sujeito em determinada situação de risco.

Alguns autores (Luthar e Cicchetti, 2000) acreditam que apesar das muitas contestações ligadas aos estudos do conceito de resiliência (às quais eles mesmos dão algumas respostas), a continuidade dos trabalhos científicos nessa área é de imenso valor e a continuidade da investigação sobre riscos e processos de proteção possui um grande potencial para expandir a teoria do desenvolvimento e sugerir caminhos úteis de intervenção. E como a maioria das sociedades está se tornando multicultural, é essencial descobrir processos que contribuam para a adaptação resiliente em indivíduos de diversas culturas, etnias e raças, através da possibilidade de se implementar diversas estratégias de intervenção levando em conta esses fatores.

BIBLIOGRAFIA
GARCIA, Isadora, Vulnerabilidade e Resliência, in Adolesc. Latinoam., v.2 n.3, Porto Alegre, abril 2001;
INFANTE, F., A Resiliência Como Processo: uma Revisão da Literatura Recente, in
MELILLO, A. et all, Resiliência, Descobrindo as Próprias Fortalezas, Editora Artmed, Porto Alegre 2005;
LUTHAR, S., CICCHETTI, D., The Construct of Resilience: Implications for Interventions and Social Policies, in Dev Psychopathol., 12(4):857-885, 2000;
MASTEN, Ann S., Ordinary Magic: Resilience Processes in Development, in American Psychologist, March, 2001;
YUNES, M., SZYMANSKI, H., Resiliência: Noção, Conceitos Afins e Considerações Críticas, in TAVARES et all, Resiliência e Educação, Cortez Editora, São Paulo, 2002, 3ª ed.
PROMOÇÃO DE RESILIÊNCIA

A conclusão de que resiliência emerge de processos comuns oferece uma visão bem mais otimista que a idéia de que processos extraordinários estariam envolvidos nessa superação das dificuldades. A tarefa dos pesquisadores agora é delinear como os sistemas adaptativos se desenvolvem sob diversas condições, como eles funcionam a favor ou contra o sucesso para uma dada criança em seu ambiente ou contexto de desenvolvimento e como ela pode ser protegida, reabilitada, facilitada e desenvolvida em sua vida.
Grotberg afirma que as crianças precisam se tornar resilientes para superar as muitas adversidades que lhes fazem face e que vão enfrentar na vida: elas não conseguem enfrentá-las sozinhas. Elas precisam de adultos que saibam como promover resiliência e estão, de fato, tornando mais resilientes a eles mesmos. Mas essa autora questiona como os pais e outros cuidadores respondem a situações e como eles podem ajudar a criança a responder, separar aqueles adultos que promovem resiliência em suas crianças daqueles que colocam barreiras ao crescimento ou enviam mensagens confusas, ambos promotores ou inibidores de resiliência (Grotberg, on line). Os adultos podem ajudar crianças a identificar comportamento resiliente mais facilmente neles mesmos e nos outros quando eles conhecem o conceito de resiliência e a que ele se aplica, reconhecendo as opções para agirem de maneira que ajudem as crianças no enfrentamento das crises com mais força.
Como definir o conceito de resiliência a fim de fazê-lo funcionar para educadores e promotores de políticas públicas? Alguns termos comuns a resiliência são enfrentamento (coping) positivo, persistência e adaptação positiva, limpando todo o ranço ideológico que esses termos podem carregar consigo. Essa aproximação é parecida com a que o educador tenta realizar para melhorar a auto-estima de seus alunos para que seu rendimento escolar melhore. A questão é que isso não se ensina, assim como resiliência não se ensina, não é algo que se realize para o aluno, mas que se promove junto a ele. A forma de se promover resiliência está em possibilitar ao aluno um processo de desenvolvimento pelo fortalecimento de fatores de proteção, principalmente em momentos de crise. Nesse caso, não somente observando e anotando suas qualidades individuais, mas também a qualidade do contexto em que ele vive, sua interação com esse contexto e a existência de políticas públicas que qualificam positivamente essa interação. E esses fatoress de proteção precisam ser reforçados o tempo todo, pois caso contrário não conseguirão resultado positivo a curto ou médio prazo. Assim, a promoção de resiliência, no caso da escola, envolve toda a comunidade e exige mudanças em vários níveis: no aluno, no professor, na direção e nos estruturadores de políticas públicas em geral.
A mudança nessa visão de como promover fatores de proteção e estimular resiliência no aluno apresentam várias características que podem animar ou desanimar os estudiosos e promotores de resiliência. Três delas se ressaltam: 1- o processo de resiliência tem base desenvolvimental e, portanto, é de longo prazo; 2- o processo focaliza mais os aspectos positivos (fortalezas e habilidades) da criança que seus aspectos negativos (déficits); 3- O processo alimenta fatores de proteção para que a criança obtenha sucesso, através de mudança de funcionamento, estruturas e crenças tanto da escola quanto da comunidade (Winfield, on line).
A partir disso, trabalhar com resiliência mostra também a possibilidade de se promover saúde com base em seus pressupostos. É uma proposta de se trabalhar não sobre os fatores de risco que cercam crianças ou adolescentes (eventualmente adultos e idosos), mas sobre a capacidade que eles possuem para enfrentá-los, colocando em jogo suas capacidades individuais e os recursos que conseguem obter de seu ambiente. A proposta é reconceituar a experiência traumática a partir de um modelo mais saudável que, baseado em métodos positivos de prevenção, leve em conta a habilidade natural dos indivíduos de confrontar, resistir e inclusive aprender e crescer com as situações mais adversas. As investigações em resiliência têm mudado a forma como se percebe o ser humano: de um modelo de risco baseado nas necessidades e na enfermidade para um modelo de prevenção e promoção baseado nas potencialidades e nos recursos que o ser humano tem em si mesmo e ao seu redor.
Portanto, o modelo de promoção está comprometido com a maximização do potencial e do bem-estar dos indivíduos em risco e não apenas com a prevenção dos problemas de saúde. É mais consistente com o modelo de resiliência, que focaliza a construção de fatores de resiliência, comprometendo-se com o comportamento resiliente e com a obtenção de resultados positivos, incluindo um valor agregado de bem-estar e qualidade de vida. A resiliência é efetiva não apenas para enfrentar adversidades, mas também para a promoção da saúde mental e emocional, pois pode reduzir a intensidade do estresse e sinais emocionais negativos, como ansiedade, depressão ou raiva (a resiliência tornou-se um conceito importante no desenvolvimento infantil e na teoria e pesquisa de saúde mental). Uma segunda geração de pesquisadores expandiu o tema da resiliencia em dois aspectos: a noção de processo, que implica a dinâmica entre fatores de risco, e de resiliência, que permite ao individuo superar a adversidade, e a busca de modelos para promover resiliência de forma efetiva em termos de programas sociais.(Infante, 2005).
Na área de intervenção psicossocial, a resiliência tenta promover processos que envolvam o individuo e seu ambiente social, ajudando-o a superar a adversidade (e o risco), adaptar-se à sociedade e ter melhor qualidade de vida. Durante as duas últimas décadas, o foco do trabalho empírico também se transferiu da identificação de fatores de proteção para a compreensão dos fundamentos dos processos de proteção. Mais do que simplesmente estudar qual criança, família e fatores ambientais estão envolvidos na resiliência, os pesquisadores estão cada vez mais empenhados em compreender como tais fatores podem contribuir para conseqüências positivas. Tal atenção para fundamentar mecanismos é visto como essencial para o avanço da teoria e pesquisa nesse campo, assim como para desenhar estratégias de prevenção e de intervenção apropriadas para sujeitos enfrentando adversidades (Luthar, Cicchetti & Becker, 2000).
É também possível prevenir fatores de risco de ocorrerem no geral, como quando um cuidado de pré-natal é oferecido à população como uma intervenção preventiva para o nascimento prematuro, um fator de risco conhecido para o desenvolvimento da criança. Ações de prevenção desse tipo (onde o fator de risco é evitado) podem ser difíceis de serem detectadas em estudos de superação natural, dado que se procura mostrar algo que não ocorreu (Masten, 2001, p. 230). Concluindo com Cyrulnik: “Quando os profissionais forem menos incrédulos, escarnecedores ou moralizadores, os feridos empreenderão processos de reparação muito mais cedo do que hoje. E, quando os que tomam as decisões sociais aceitarem dispor simplesmente em torno dos prejudicados alguns lugares de criações, de palavras e de aprendizagens sociais, será uma surpresa ver que um grande número de feridos conseguirá metamorfosear seu sofrimento para fazer dele uma obra humana, apesar de tudo” (Cyrulnuk, 2004).

BIBLIOGRAFIA
CYRULNIK, B., Os Patinhos Feios, Martins Fontes, São Paulo, 2004;
GROTBERG, E.H., A Guide to Promoting Resilince in Children: Strengthening the Human Spirit, acessado em junho de 2008 e disponível em http://resilnet.uiuc.edu/library/grotb95b.html;
INFANTE, F., A Resiliência Como Processo: uma Revisão da Literatura Recente, in MELILLO, A. et all, Resiliência, Descobrindo as Próprias Fortalezas, Editora Artmed, Porto Alegre 2005;
LUTHAR, S., CICCHETTI, D, BECKER, B., The Construct of Resilience: A Critical Evaluation and Guidelines for Future Work, in Child Dev.71(3): 543–562. 2000;
MASTEN, Ann S., Ordinary Magic: Resilience Processes in Development, in American Psychologist, March, 2001;
WINFIELD, L., Developing Resilience in Urban Youth, acessado em agosto de 2008 e disponível em http://www.ncrel.org/sdrs/areas/issues/educatrs/leadrshp/le0win.htm.

Vídeo guatemalteco sobre superação de desastres

O QUE É RESILIÊNCIA - PARTE 2

Essa capacidade de ser resiliente leva em conta a forma como o sujeito reaje a seu cotidiano adverso, como realiza uma montagem de seus recursos para o enfrentamento dos problemas e como sai dessa situação. Os sujeitos não deixam de sofrer com essa situação e nem sempre vão agir de forma resiliente. O que conta é sua capacidade de se adaptar ao ambiente adverso e sair fortalecido dele, mesmo com as marcas dessa batalha. As condutas de resiliência requerem fatores de resiliência e ações, supondo a presença e a interação dinâmicas de fatores, que mudam nas diferentes etapas do desenvolvimento. As situações de adversidade não são estáticas, mudam e requerem mudanças nas condutas resilientes (Grotberg, 2005).
A definição de resiliência como processo dinâmico que leva o indivíduo a obter resultados positivos mesmo em meio à forte adversidade distingue três componentes essenciais: 1- A noção de adversidade, trauma, risco ou ameaça ao desenvolvimento humano; 2- A adaptação positiva ou superação da adversidade; 3- O processo que considera a dinâmica entre mecanismos emocionais, cognitivos e socioculturais que influem no desenvolvimento humano.
Quanto mais fatores de risco, menos chance de alcançar a resiliência; quanto mais fatores de proteção, mais chances do sujeito se tornar resiliente. Os fatores de proteção têm sido identificados como aqueles que reduzem o impacto de risco e de reações negativas em cadeia. As características individuais, como auto-estima e auto-eficácia, são algumas delas (Koller, 1999). Quanto aos fatores de proteção, boa parte dos autores define de forma didática três tipos desses fatores para a criança/adolescente (1) fatores individuais: auto-estima positiva, auto-controle, autonomia, características de temperamento afetuoso e flexível; (2) fatores familiares: coesão, estabilidade, respeito mútuo, apoio/suporte; (3) fatores relacionados ao apoio do meio ambiente: bom relacionamento com amigos, professores ou pessoas significativas que assumam papel de referência segura à criança e a faça sentir querida e amada (Pesce et col., 2004). Os processos de proteção têm a característica essencial de provocar uma modificação catalítica da resposta do indivíduo aos processos de risco. Segundo Ruther (citado em Pesce et col., 2004 e Yunes & Szymans, 2002) esses fatores possuem quatro principais funções: (1) reduzir o impacto dos riscos, fato que altera a exposição da pessoa à situação adversa; (2) reduzir as reações negativas em cadeia que seguem a exposição do indivíduo à situação de risco; (3) estabelecer e manter a auto-estima e auto-eficácia, através de estabelecimento de relações de apego seguras e o cumprimento de tarefas com sucesso; (4) criar oportunidades para reverter os efeitos do estresse.
Além disso, sustentar uma posição que resiliência possa ser pensado como algo constitucionalmente dado e que despreza ou desvia as qualidades nocivas do ambiente. Assim, as características da resiliência não podem ser observadas antes que elas sejam necessárias. Resiliência não é a ausência de conseqüências indesejáveis na presença da adversidade; é a presença de fatores protetores que mitigam os efeitos da adversidade e são necessários para que a resiliência possa existir. Na verdade, o que começou como uma busca para entender o extraordinário tem revelado o poder do ordinário. Resiliência não provém de qualidades raras e especiais, mas da mágica ordinária do dia-a-dia, recursos humanos normativos nas mentes, cérebros e corpos de crianças, em suas famílias e relacionamentos, nas suas comunidades (Masten, 2001; Masten & Powell, 2003). As crianças que conseguiram se tornar adultos resilientes são as que foram ajudadas a atribuir um sentido às suas feridas. O trabalho de resiliência consistiu em lembrar-se dos choques para torná-los uma representação de imagens, de ações e de palavras, a fim de interpretar a ruptura (Cyrulnik, 2005).
Para futuras intervenções que são desenvolvidas especificamente com o paradigma da resiliência, Luthar (citado em Luthar & Ciccetti, 2000) indicou uma série de princípios básicos, resumidos abaixo: 1- As intervenções devem ter uma forte base na teoria e na pesquisa, particularmente no grupo a ser atingido; 2- Esforços devem ser direcionados não apenas para a redução de conseqüências negativas ou mal ajustamento entre os grupos atingidos, mas também para a promoção de dimensões de adaptação positiva ou competência; 3- As intervenções devem ser desenhadas para reduzir influências negativas (fatores de vulnerabilidade) e para capitalizar recursos específicos com populações particulares; 4- A relevância contextual de uma intervenção geral, assim como estratégias específicas de intervenção, deve ser levada em conta; 5- Os esforços de intervenção devem ter como objetivo estimular serviços que eventualmente possam se tornar auto-sustentáveis; 6- Sempre que possível, dados dos grupos de intervenção devem ser comparados com aqueles de grupos possíveis de comparação, para verificar efeitos que são potencialmente únicos para a intervenção; 7- No futuro, esforços científicos terão valor numa interface aprimorada entre pesquisa em resiliência e suas aplicações para estimular conseqüências positivas.
Edith Grotberg (falecida em maio de 2008) foi pioneira na noção dinâmica de resiliência, já que em seu Projeto Internacional de Resiliência (http://www.resilienceproject.org/) define que esta requer a interação de fatores resilientes advindos de três diferentes níveis: suporte social (eu tenho), habilidade (eu posso) e força interna (eu sou e eu estou). Dessa forma, apesar de organizar os fatores de resiliência num modelo triádico, incorpora como elemento essencial a dinâmica e a interação entre esses fatores. O que o sujeito extrai desses três princípios pode ser descrito da seguinte maneira:
EU TENHO
- Pessoas ao meu lado em quem eu confio e que me amam, não importa o que aconteça;
- Pessoas que me colocam limites, assim eu sei quando parar antes do perigo ou do problema;
- Pessoas que me mostram como fazer as coisas direito pela maneira como elas fazem as coisas;
- Pessoas que querem me ensinar como fazer as coisas do meu jeito;
- Pessoas que me auxiliam quando estou doente, em perigo ou precisando aprender.
EU SOU / EU ESTOU
- Uma pessoa querida e amada pelos outros;
- Satisfeito por fazer coisas boas para os outros e mostrar minha preocupação;
- Respeitoso comigo mesmo e com os outros; - Determinado por ser responsável por aquilo que faço;
- Tenho certeza de que as coisas vão dar certo.
EU POSSO
- Conversar com as pessoas sobre coisas que me amedrontam e me incomodam;
- Encontrar formas de resolver os problemas que me aparecem;
- Controlar-me quando eu me sinto fazendo coisas que não acho certas ou considero perigosas;
- Reconhecer quando é uma boa hora para falar com alguém ou agir;
- Encontrar alguém que me auxilie quando eu preciso.

BIBLIOGRAFIA
CYRULNIK, B., O Murmúrio dos Fantasmas, Ed. Martins Fontes, São Paulo, 2005;
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