Definition of resilience

"In the context of exposure to significant adversity, resilience is both the capacity of individuals to navigate their way to the psychological, social, cultural, and physical resources that sustain their well-being, and their capacity individually and collectively to negotiate for these resources to be provided in culturally meaningful ways" (www.resilienceproject.org)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009


O texto abaixo, de Suniya Luthar & Laurel Bidwell Zelazo, é o último capítulo e um resumo do livro Resilience and Vulnerability: Adaptation in the Context of Childhood Adversities, Edited by Suniya S. Luthar, Cambridge University Press, 2003. Assim, toda vez que os autores citam esse volume, estão se referindo a esse livro.

A tradução foi realizada por mim e não é profissional, portanto aceito sugestões. Apesar de ser um texto longo, vale a pena ser lido todo pelos interessados em resiliência, pois é riquíssimo. Ao final, posto também o texto original. Infelizmente não consegui inserir a figura indicada pelos autores.

Pesquisa em Resiliência: uma Revisão Integrativa
Os colaboradores deste volume proporcionaram uma riqueza de informações sobre como as crianças enfrentam diferentes adversidades da vida e neste capítulo final fornecemos um extrato de dois conjuntos de temas. O primeiro abrange as questões conceituais e metodológicas em estudos de resiliência - que, tal como definido neste livro, é um processo ou fenômeno que reflete o ajustamento positivo da criança, apesar das condições de risco. Desde o seu início há algumas décadas, vários estudos permitiram refinamentos na pesquisa sobre a resiliência, mas várias questões importantes permaneceram obscuras ou controversas. O capítulo introdutório deste livro fornece um resumo sucinto neste campo em seu início. Neste capítulo, nós selecionamos passagens de investigações pioneiras ao longo desse livro para esclarecer questões cruciais do futuro trabalho sobre este constructo. Por sua vez, consideramos (a) distinções entre os paradigmas de risco e resiliência; (b) abordagens para medir adversidade e competência; e (c) várias preocupações sobre fatores de proteção e de vulnerabilidade, incluindo as diferenças entre eles, questões sobre as especificidades dos efeitos e os tipos de questões mais proveitosamente examinadas em estudos futuros.

Contrastando com o foco na pesquisa empírica na primeira metade deste capítulo, a segunda metade está focada em questões aplicadas. No centro de muitas investigações sobre resiliência está o desejo de descobrir mais processos relevantes de proteção e de vulnerabilidade que, se alvo de intervenções, melhorariam substancialmente as probabilidades das crianças em risco de sair-se bem em sua vida. Consonante a isso, nós integramos conclusões sobre modificadores de risco presentes em todos os capítulos deste livro, discutindo-as em ordem de relevância relativa em diferentes condições de risco e decorrentes de indicações associadas a intervenções. Isto é seguido, por sua vez, pela consideração aos esforços de prevenção que estão focados em saúde mental, bem como em resiliência comportamental; indicações para futuras pesquisas aplicada e diretrizes para futuras intervenções concebidas no âmbito da resiliência.

PESQUISA EM RESILIÊNCIA: QUESTÕES E ESCLARECIMENTOS

Ao integrar e esclarecer as abordagens científicas exemplificadas nesse livro, nós começamos no nível mais amplo, com considerações sobre os modelos de risco versus resiliência - as duas abordagens que têm norteado todos os capítulos. A coexistência destes dois paradigmas dentro deste volume levanta a questão de saber se eles são essencialmente perspectivas heurísticas similares ou, se forem diferentes, quais são as potenciais vantagens e limitações de cada um.

Pesquisa em risco versus pesquisa em resiliência

Uma leitura dos capítulos anteriores deve deixar claro que existem mais semelhanças do que diferenças entre os modelos de risco e resiliência: surpreendente como este último ganhou forma a partir do primeiro (ver Masten e Powell, capítulo 1¹). No nível mais fundamental, eles partilham os mesmos objetivos, com um foco sobre crianças que enfrentam ameaças significativas para o seu bem-estar, e no objetivo de iluminar o que molda a sua adaptação. Trabalhando com a tradição de risco, os investigadores mostraram que as habilidades de uma boa leitura podem reduzir a chance de psicopatologia (Zucker, Wong, Puttler, & Fitzgerald, capítulo 4), assim como pesquisadores em resiliência mostram que alcançar sucesso precocemente promove competências tardias em diversas áreas (Masten & Powell, capítulo 1).

Outra área de semelhança é a ênfase conceitual comum sobre a natureza multidimensional das forças que afetam as crianças, bem como a natureza transacional do desenvolvimento da criança. Principais teorias ecológicas, como as de Bronfenbrenner (1977) ou Sameroff e Chandler (1975), são comumente aplicadas em estudos realizados no âmbito do risco, bem como nas perspectivas de resiliência (ver, por exemplo, Gorman-Smith & Totlan, capítulo 16; Masten & Powell, capítulo 1).

Coexistindo com o reconhecimento de múltiplas influências há restrições compartilhadas em estudá-las: investigadores de ambas as tradições são forçados a escolherem entre a amplitude e a profundidade da investigação. Os limites dos instrumentos de pesquisa em ciências sociais impedem o estudo intensivo de todas as influências potencialmente importantes em qualquer investigação. Em vez disso, nossa abordagem ao acúmulo de conhecimento é incremental, onde os estudos que envolvem um número relativamente grande de construções distintas, por exemplo, complementam aqueles com menos dimensões analisadas em profundidade. Como ilustrado por Sameroff, Guttman e Peck (capítulo 15), a primeira pode ser fundamental para revelar os efeitos conjuntos de influências ecológicas abrangendo ambos os ambientes proximais e distais e determinar as contribuições únicas de cada um. Owens e Shaw (capítulo 11), por outro lado, demonstram o valor da última abordagem através de um exame em profundidade de diferentes processos operacionais dentro do ambiente proximal da família.

Uma limitação metodológica comum a ambos os paradigmas de risco e resiliência é a falta de precisão na medição do risco. Crianças com circunstâncias negativas particulares de vida são tratadas como grupos homogêneos, apesar de possíveis variações no grau em que suas vidas são realmente tocadas pelos processos reais de risco (por exemplo, os avós podem proteger algumas crianças de maus tratos pelos pais alcoólatras). Mesmo quando nós reconhecemos esta limitação, no entanto, deve ser enfatizado que não representa uma falha fatal tanto para a investigação de risco quanto para a de resiliência. Sem dúvida, é importante que continuemos refinando nossos métodos de medição ao longo do tempo, para que os riscos se tornem mais precisamente quantificados. Nesse ínterim, ainda há muito o que aprender de estudos nos quais a adversidade é tratada como um índice global conotando probabilidades estatísticas de desajustamento e a pesquisa é intensamente focada na compreensão dos processos que reduzam substancialmente essas probabilidades.

Em termos de áreas de divergência, no nível mais amplo, os modelos de risco e resiliência diferem na natureza negativa versus positiva de constructos focais. Na pesquisa de risco, os resultados analisados normalmente têm uma valência negativa (tais como a presença de distúrbios psicológicos), e as influências de interesse também são geralmente - mas nem sempre – negativas de natureza (como a doença mental dos pais ou baixa renda; ver Seifer, capítulo 2). A investigação em resiliência, pelo contrário, engloba expressamente dimensões positivas e negativas de ambos, resultados e indicadores. Os estudos são focados no funcionamento (performance) que é claramente adaptativo, considerando os riscos experienciados, e isso pode ser definido em termos de ausência de doença, bem como na presença de bem-estar positivo ou competência (ver Luthar, Cicchettti, & Becker, 2000a; esta questão é também esclarecida mais adiante neste capítulo, em discussões sobre definições operacionais). Preditores, de igual modo, incluem não só aqueles que podem levar à doença, mas também influencias salutares que geram boa saúde.

Uma vantagem deste enfoque explícito nos aspectos positivos é que isso pode impelir os cientistas a abrirem sua mente, levando-os a considerarem forças entre os grupos geralmente pensados em termos de problemas ou falhas. Notavelmente, essa atenção aos aspectos positivos vai além de focar sobre o fim saudável de constructos de borda dupla (Stouthamer-Lober et al., 1993), como a inteligência - o que pode denotar problemas em um extremo e benefícios para o outro - para também considerar as variáveis que não significam problemas, mesmo nos extremos inferiores, tais como o altruísmo. Assim, os adolescentes pobres urbanos podem ser apreciados não só em termos de se evitar sua prisão, mas também em termos do seu otimismo ou comportamentos pró-sociais. Influências consideradas poderiam incluir não apenas as negativas, tais como participação em gangues, mas também constructos positivos como a lealdade entre colegas de grupo ou a força do ego. Como as mentalidades dos cientistas sobre grupos de risco estão, portanto, se ampliando, ocorrem vantagens relacionadas às intervenções. Esta abordagem mais inclusiva tem o potencial de gerar estratégias de intervenção mais inovadoras, e os grupos marginalizados tendem a ser mais receptivos quando as metas do programa refletem algum reconhecimento dos seus pontos fortes ao invés de simplesmente tentar contornar grandes fracassos (ver Cicchetti, Toth, & Rogosh, 2000; Masten & Powell, capítulo 1).

Embora o foco explícito em processos e comportamentos positivos possa ter alguns benefícios, o paradigma da resiliência não é de forma alguma sem armadilhas, e a maior delas é o potencial para promover perspectivas que culpem a vítima (Luthar et al., 2000a). O próprio termo resiliência é entendido por muitos como representando um traço pessoal, que permite que alguns jovens em risco tenham sucesso na vida, com o corolário, é claro, que aqueles que não obtêm sucesso são pessoalmente responsáveis por seus problemas. Os capítulos nesse volume ilustram amplamente a incorreção desta inferência: trajetórias resilientes são extremamente influenciadas por processos decorrentes da família e do ambiente em geral

Para evitar tais impressões prejudiciais, várias precauções foram anotadas para futuros estudos realizados no âmbito da resiliência (Luthar & Cicchetti, 2000). Mais importante, todos os relatórios devem incluir definições claras de resiliência, inequivocamente declarando que se refere a um processo ou fenômeno, e não a uma característica pessoal. Além disso, é melhor evitar usar o termo resiliency, que carrega a conotação de uma característica de personalidade mais ainda do que a resiliência (resilience). Finalmente, é prudente evitar o uso do termo resiliente como um adjetivo para os indivíduos e aplicá-lo, em vez disso, para perfis e trajetórias, porque frases como adaptação resiliente não traz consigo sugestão alguma de quem (a criança ou outros) é responsável pela evitação de riscos manifestos.

Em pesquisas futuras, a decisão dos cientistas sobre se invocam a estrutura de risco ou a estrutura de resiliência dependerá, em parte, de julgamentos pessoais sobre os objetivos da investigação final. Quando o objetivo central é o de maximizar a previsão dos resultados da criança, o paradigma de risco pode ser o preferido, pois muitos riscos considerados em conjunto explicam a maior variabilidade nos resultados do que qualquer risco considerado individualmente (Masten & Powell, capítulo 1). Para os cientistas que trabalham com ciência aplicada focada em determinar a melhor forma de maximizar o bem-estar (com atenção aos pontos fortes e maleáveis, bem como em problemas), o modelo da resiliência pode muitas vezes ser o de escolha; mas estes pesquisadores devem ser particularmente cuidadosos para atender a várias complexidades conceituais e metodológicas na execução de seu trabalho.

A necessidade dessa vigilância extra na realização de pesquisas sobre resiliência deriva, pelo menos, de três fatores. Primeiro, o fato de o foco explícito em modificadores modificáveis (modifiable modifiers) implica que os resultados desses estudos podem ser usados para delinear prioridades salientes nas políticas sociais e intervenções. Em segundo lugar, a literatura apresenta um número crescente de investigações invocando o termo resiliência. Em terceiro lugar, há de fato muitas complexidades que cercam os conceitos principais da investigação em resiliência, como resultado de mal-entendidos ou interpretações errôneas que têm ocorrido com freqüência. No espírito de maximizar a clareza e o rigor científico das investigações futuras neste domínio, indicaremos as mais críticas dessas questões, ilustrando-as com exemplos recolhidos nos capítulos desse livro.

Definindo resiliência: abordagens para a medição de risco e de adaptação positiva

Em estudos empíricos sobre resiliência, a primeira tarefa que confronta todos os pesquisadores é a operacionalização do próprio termo resiliência. Investigadores que procuram estudar este constructo freqüentemente se perguntam como eles podem “medir a resiliência”, e capítulos desse volume convergem para demonstrar que (a) a resiliência em si mesma nunca é medida diretamente, (b) é inferida com base na medição direta de dois componentes de seu constructo, risco e adaptação positiva.

Considerando-se os dois componentes, por sua vez, uma condição de vida pode ser considerada um indicador de risco se ela está significativamente associada com o desajuste das crianças após ocorrer risco em domínios importantes. Por exemplo, filhos de pais divorciados e de segundos casamentos têm de duas a três mais probabilidades de apresentar problemas psicológicos e problemas de comportamento do que aquelas crianças em famílias não divorciadas (Hetherington & Elmore, capítulo 8). Assim como entre as crianças expostas à violência na comunidade, onde 25% podem satisfazer os critérios de diagnóstico de transtorno de estresse pós-traumático (Gorman-Smith & Tolan, capítulo 16). Se a incidência de problemas não era maior do que aquela em populações normativas, então os indicadores em questão não poderiam ser usados para representar risco nos estudos da resiliência.

Adaptação positiva é aquela que é substancialmente melhor do que seria esperado dada a circunstância da exposição ao risco que está sendo estudado. Os constructos usados para representar estas dimensões devem ser desenvolvidos de forma adequada, bem como a relevância conceitual para o risco analisado, em termos de ambos os domínios de avaliação e rigor dos critérios utilizados. Entre crianças de alto risco, por exemplo, a competência pode ser avaliada em termos de vínculos seguros com cuidadores (Seifer, capítulo 2), enquanto que para crianças em idade escolar, os indicadores adequados podem incluir sucesso acadêmico (Wyman, capítulo 12). Quando as comunidades têm um elevado risco para problemas anti-sociais, seria particularmente relevante avaliar os comportamentos socialmente adequados (Seidman & Pedersen, capítulo 13), enquanto que entre os filhos de pais deprimidos, a ausência de diagnóstico de depressão seria de especial importância (Hammer, capítulo 3). No que diz respeito à escassez de critérios, as decisões para definir resiliência em termos de um funcionamento adequado ou ausência de psicopatologia deve depender da gravidade dos riscos em questão: para crianças que enfrentam sérios traumas, é inteiramente adequado definir evitação de risco simplesmente em termos da ausência de diagnóstico psiquiátrico, em vez de superioridade na adaptação cotidiana (Masten & Powell, capítulo 1).

Competência também deve ser definida através de múltiplas esferas, pois uma definição demasiada restrita pode transmitir uma imagem enganosa de sucesso diante da adversidade (Gorman-Smith & Tolan, capítulo 16). Ao se utilizar estratégias baseadas em variáveis, tais como regressões, os pesquisadores podem considerar os vários domínios avaliados no âmbito da análise em separado (ver Luthar, D´Avanzo, & Hites, capítulo 5) ou, alternativamente, integrar pontuações em indicadores compostos pela soma dos valores padronizados (Bolger e Patterson, capítulo 7). Quando análises baseadas no sujeito são utilizadas, ajustamentos de domínios transversais (cross-domain) podem ser apreciados, prevendo cortes mínimos representando o sucesso em cada um dos muitos domínios e, em seguida, identificar as crianças que preenchem os critérios em todos eles (Owens & Shaw, capítulo 11). Seja qual for a estratégia escolhida, é importante que os cientistas apontem explicitamente em seus relatórios que o sucesso no domínio específico analisado não pode ser generalizado para outras esferas importantes; resiliência nunca é um fenômeno “ou tudo ou nada”.

Como diversas definições de adaptação positiva são consideradas em futuras pesquisas, é importante que ampliemos nossa concepção para ir além de facetas da adaptação psicossocial da criança. Particularmente necessária é uma maior consideração para indicadores biológicos. No prefácio desse volume, Cicchetti efetivamente explicou a importância da biologia, citando vários resultados empíricos indicando que as experiências sociais e psicológicas podem produzir mudanças nas conexões neuronais, bem como na expressão do gene, e que estes, por sua vez, podem ser cruciais na manutenção de anomalias comportamentais provocadas pelo estresse cotidiano. Observou também o valor de se considerar indicadores fisiológicos, tais como os hormônios do estresse, na avaliação de reações dos indivíduos às experiências angustiantes (distressing) (ver também Szalacha et al., capítulo 17).

Além de utilizar os resultados biológicos, pode ser mais apropriado, em alguns casos, operacionalizar a adaptação positiva focada na família, em vez de focada na criança. Como Seifer (capítulo2) argumentou, bebês, e até mesmo crianças, são ainda muito jovens para serem julgados confiáveis como manifestando resiliência, porque seu funcionamento é ainda integralmente regulamentada por outros. Nestas idades jovens, portanto, pode ser mais lógico operacionalizar ajuste positivo em termos da díade mãe-filho ou unidade familiar.

Adaptação positiva: um bom resultado ou um fator de proteção?

Estudos anteriores sobre resiliência têm refletido o exame intercambiável de alguns constructos positivos (por exemplo, alta auto-estima ou a força do ego), sendo vistos como resultados em alguns casos e como preditores em outros, gerando dúvidas sobre o que determina essas escolhas (ver Hammen, capítulo 3). Como ilustrado por capítulos nesse volume, as decisões de investigação a este respeito devem ser baseadas em uma lógica conceitual coerente que reflete grande relevância para as questões específicas que são abordadas. Para ilustrar, Bolger e Patterson (capítulo 7) consideraram bom relacionamento entre colegas como um domínio de resultados, assim como procuraram compreender o que ajuda crianças em idade escolar que sofrem maus tratos a alcançar o sucesso em tarefas nessa idade crítica. Em contrapartida, o objetivo de Seidman e Pedersen (capítulo 13) foi explorar as ramificações das relações de adolescentes portadores de psicopatologia e, por conseguinte, consideraram relações de pares e as relações familiares entre os principais preditores.

Os exemplos anteriores ilustram que os exames intercambiáveis de constructos como indicadores e como resultados não devem ser vistos como refletindo confusão na literatura sobre resiliência; muito pelo contrário, isso é essencial para o avanço do conhecimento científico. O desenvolvimento humano envolve relações recíprocas ao longo do tempo através de uma sobreposição de conjuntos de constructos, e é valoroso para compreender os passos (ou preditores) que levam a cada um dos muitos nós críticos (ou resultados) em matrizes de índices inter-relacionados. Portanto, é importante tanto para identificar as principais vias para a prontidão escolar (Reynolds & Ou, capítulo 18) quanto para saber que habilidades precoces de leitura diminuem o risco para a psicopatologia futura (Zucker et al., capítulo 4). Do ponto de vista das intervenções, os resultados são úteis na sugestão de como podemos colocar em movimento o que Masten (2001) chama de efeitos em cascata, onde mudanças em um subconjunto de construções têm o potencial de trazer benefícios significantes em outras esferas sobrepostas.

Fatores de proteção e fatores de vulnerabilidade

Embora estudos anteriores tenham gerado dúvidas sobre a definição de risco e de adaptação positiva, tem havido mais controvérsia em torno de dois outros constructos centrais da pesquisa em resiliência: fatores de proteção e fatores de vulnerabilidade, que, respectivamente, atenuam ou agravam os efeitos da condição de adversidade. Nas discussões que se seguem, consideraremos quatro dos temas mais debatidos: (a) se a proteção e a vulnerabilidade são opostas de um continuum singular ou qualitativamente distintas, (b) o grau em que os processos de resiliência ocorrem são os mesmos que os que prevêem ajustamentos positivos em geral, (c) o papel dos efeitos da interação em interferir nos processos de proteção e (d) a adequação de diferentes rótulos em descrever padrões específicos de resultados. Depois de discutir estas quatro questões, vamos delinear temas específicos que garantem maior atenção em futuros estudos empíricos de processos de proteção e processos de vulnerabilidade.

Proteção e vulnerabilidade: o mesmo continuum ou qualitativamente distintos?

Como será esclarecido com exemplos em discussões subsequentes, fatores protetores e fatores de vulnerabilidade muitas vezes realmente representam dois extremos de um continuum singular. Por outro lado, alguns índices criam somente desorganização, mas não excelência, enquanto outros só podem fazer o inverso. Outros ainda podem estar envolvidos em efeitos curvilíneos, sendo mais benéficos em níveis médios e não em níveis extremos, baixos ou altos.

Para elaborar a primeira dessas possibilidades: muitos constructos em escalas contínuas podem provocar desajustes em um extremo, bem como excelência no outro. Inteligência, por exemplo, poderia hipoteticamente ser falada em termos de proteção ou de vulnerabilidade porque altos níveis podem levar à excelência escolar, assim como um QI baixo pode resultar no insucesso escolar. Para decidir entre estes dois termos nos estudos, pode ser útil examinar a distribuição da pontuação na variável de resultado, como ilustrado nos exemplos apresentados na figura 21.1. Em cada gráfico, o eixo vertical representa os resultados da competência social (por exemplo, avaliações de professores), com uma amostra média de 0 e um desvio padrão de 1. Os marcadores esquerdo e direito no eixo horizontal conotam ausência e presença de risco, respectivamente, e as linhas sólidas e pontilhadas representam baixa e alta inteligência, respectivamente. Rótulos usados para os diferentes padrões indicam se, na presença de risco, (a) alto QI é protetor, permitindo competência elevada incomum ou (b) baixo QI confere vulnerabilidade, o que implica desajuste significativo, (c) os termos proteção e vulnerabilidade podem cada um ser utilizado (sem nenhum deles envolvendo desvios excepcionalmente grandes em relação à média). Stouthamer-Loeber e colegas (1993) fornecem exemplos similares usando dados em psicopatologia, em vez de competência como um resultado, elucidando os fatores de proteção que suprimem sérios fatores não desviantes e fatores de vulnerabilidade que promovem desvios graves (ver também Luthar et all., 2000a).

Figura 21.1: Rótulos para padrões ilustrativos de resultados. Na presença de risco, (a) QI alto é protetivo e (b) baixo QI confere vulnerabilidade; (c) ambos os termos, proteção e vulnerabilidade, podem ser devidamente utilizados. Nota: a competência aqui tem uma média amostral de 0 e um desvio padrão de 1.

Em seu capítulo de síntese nesse volume, Rutter (capítulo 20) explicou maneiras em que os modificadores de risco podem exercer efeitos apenas em um, mas não no outro extremo. Ter uma mãe adolescente, por exemplo, está associado a diversas vulnerabilidades, mas ser filho de uma mãe idosa não implica ajustamento extraordinariamente positivo. Em paralelo, ter talento musical ou artístico pode ser benéfico em engendrar muitas experiências de sucesso ao longo do tempo, mas ser surdo não implica que uma criança é mais vulnerável do que a média. Rutter observou também a possibilidade de efeitos curvilíneos onde os benefícios são maiores em níveis moderados do modificador de risco. Para ilustrar, uma falta de proximidade com os pais pode ser destrutiva, assim como pode ser um excesso de proximidade ou enredamento (ver Hammen, capítulo 3), e baixa auto-estima pode provocar desajustes, assim como níveis excessivamente elevados podem levar a distúrbios do comportamento (Wyman, capítulo 12).

Fatores protetores: especificidades versus generalidades

Entre as questões mais debatidas na investigação de resiliência (ver Luthar, Cicchetti, & Becker, 2000b; Luthar et al., 2000a; Roosa, 2000) é se preditores de resiliência (ou competência na presença de riscos) são sinônimos de preditores de competência em geral, e capítulos desse livro contém muitas provas de que a questão relevante. A especificidade contextual das influências de desenvolvimento é mais fortemente sublinhada por Wyman (capítulo 12) através de vários exemplos do Rochester Child Resilience Project. As expectativas positivas para o futuro foram salutares para muitos jovens, neste estudo, mas estavam ligadas ao desinteresse acadêmico entre aqueles com problemas de conduta. Para as crianças, ter baixas expectativas com relação a seus pais era geralmente deletério, mas foi útil para jovens de famílias altamente disfuncionais. Da mesma forma, Szalacha e colegas (capítulo 17) observam que uma pessoa desconsiderar a visão negativa de outros sobre ela pode refletir muitas vezes uma negação mal-adaptativa, mas pode ser adaptável entre grupos geralmente vítimas de discriminação. Rigidez dos pais, que geralmente é vista como prejudicial para as crianças, foi vista beneficiando adolescentes dos centros urbanos em mais de um caso (Cauce, Stewart, Rodriguez, Cochran, & Ginzler, capítulo 14, Sameroff et al., capítulo 15).

À parte de tais resultados de que distintos constructos são unicamente salientes em condições específicas de risco, considerações conceituais indicam, mais além, que os caminhos que levam coletivamente ao bem-estar da criança devem necessariamente diferir na presença e na ausência de grandes adversidades. Considere, por exemplo, o papel das relações pai-filho. Parentalidade responsiva e consistente de apoio está entre os preditores mais poderosos do bem-estar das crianças (Masten, 2001), e tal parentalidade é, em maior ou menor grau, ameaçada por todos os riscos considerados nos estudos da resiliência. Num extremo está o mau trato da criança, que por definição implica relações familiares perturbadas. Diversos efeitos negativos da parentalidade têm sido documentados para o risco, que vão desde a pobreza crônica (ver Owens & Shaw, capítulo 11) até a doença mental dos pais (Seifer, capítulo 2) e rompimentos familiares, como divórcio (Hetherington & Elmore, capítulo 8). Assim, para muitas crianças em risco, a competência cotidiana não pode ser predicada a partir dos relacionamentos pais-filhos consistentemente positivos (que estão entre os mais potentes preditores de bem-estar entre os jovens em geral); em muitos casos, algo mais deve ser invocado.

Claro, pode-se argumentar que muitas mulheres divorciadas ou que abusam de substâncias químicas são de fato mães satisfatórias e, em tais casos, pode muito bem ser o seu cuidado o que inspira o sucesso de seus filhos (de novo, implicando preditores similares para as crianças em geral). Sem dúvida, isso é verdade. No entanto, vale a pena considerar que, mesmo nesses casos, muitas vezes é extraordinário para os pais sustentar o funcionamento positivo em domínios críticos. Manter a parentalidade ideal é bastante difícil mesmo em circunstâncias normais da vida; para fazer isso na presença de estressores como depressão ou falta de moradia é claramente notável e deve derivar influências positivas adicionais (por exemplo, apoio da família ou amigos, grande força do ego pessoal ou disponibilidade dos serviços de saúde mental).

Como os cientistas continuam debatendo sobre a especificidade versus generalidade das influências da promoção da saúde, portanto, seria útil considerar que mesmo em base conceitual pode haver congruência nos antecedentes de sucesso com e sem grandes riscos. A importante noção de Cicchetti e Rogosh (1996) de equifinalidade, que enfatiza que pode haver vias heterogêneas de distúrbios em particular, em indivíduos diferentes, se aplica tanto a competência como à psicopatologia. Se os investigadores considerarem o mosaico de caminhos que levam até o bem-estar das crianças (em vez de constructos individuais ou os nós nestes constructos) ocorrerão, inevitavelmente, variações, dependendo da presença de grandes adversidades.

TERMOS DE INTERAÇÃO - Relacionadas às discussões estão perguntas recorrentes sobre se os efeitos estatísticos de interação são necessários para inferir a especificidade dos processos (por exemplo, Luthar et al., 2000b), e capítulos nesse volume indicam que eles são importantes, mas não de forma definitiva. A presença de tais efeitos pode ser fundamental para iluminar variações nos processos de socialização, instituindo benefícios pronunciados em um grupo, mas não no outro (Wyman, capítulo 12). Por outro lado, o inverso não é verdadeiro. Como Owens e Shaw (capítulo 11) indicam, a ausência de efeitos de interação pode ser simplesmente um artefato no projeto de pesquisa, resultantes da estreita correlação entre os grupos envolvidos (muitas vezes obrigatórios para excluir as diferenças de classe social ou étnica como potencial causador de confusão nos resultados). É mais do que provável que, se as comparações eram para envolver uma minoria de filhos de mães solteiras, adictas e empobrecidas com pais caucasianos e alcoolistas (ver Luthar et al., capítulo 5, e Zucker et al. capítulo 4), algumas diferenças substantivas poderiam emergir nos preditores mais importantes da competência de cada um.

Efeitos de interação são também geralmente de pequena magnitude e, portanto, difíceis de detectar via análises baseadas em variáveis (Owens & Shaw, capítulo 11; Rutter, capítulo 20), e Seidman e Pedersen (capítulo 13) elucidaram estratégias alternativas que podem ser consideradas úteis em pesquisas futuras. Esses autores realizaram análises de grupo para determinar se os benefícios do envolvimento dos adolescentes em domínios específicos (como o atletismo, religião e trabalho) vão depender do número e tipo de outras atividades em que os jovens estavam investindo. Os resultados mostraram que de fato os benefícios do investimento em qualquer domínio dependiam da diversidade de outros domínios nas quais os jovens estavam simultaneamente envolvidos. Para examinar tais laços condicionais via análise de regressão baseada em variáveis seriam necessários vários termos de interação de terceira ordem, que, mais uma vez, são altamente instáveis e difíceis de encontrar. Em estudos futuros, então, seria útil para os pesquisadores de resiliência empregar análises baseadas na pessoa, não só para comparar os grupos de crianças manifestamente resilientes e não resilientes em atributos distintos (por exemplo, pela análise de variância, consultar Bolger & Patterson, capítulo 7; Zucker et al., capítulo 4), mas também para avaliar as implicações das diferentes combinações de risco, vulnerabilidade e influências protetoras em suas vidas (por exemplo, através da análise de grupos).

RÓTULOS E TERMINOLOGIA. Essas questões sobre efeitos da interação levam, por sua vez, a controvérsias sobre os tipos de associações que estão devidamente descritas como refletindo processos de proteção, ou seja, aquelas baseadas apenas em efeitos de interação ou aquelas que envolvem os principais efeitos também. Como originalmente usado por pioneiros neste campo, Michael Rutter (1987) e Norman Garmezy (Garmezy, Masten & Tellegenm 1084), o termo fatores de proteção referiam-se apenas ao primeiro, onde os benefícios eram auferidos na presença de condições de risco, mas não na sua ausência. Posteriormente, porém, os pesquisadores de resiliência tenderam a usar este termo para se referir a todas as associações encontradas entre os grupos em risco, independentemente de haver benefícios para os outros.

Reconhecendo essas questões, Luthar e colaboradores (2000a) sugeriram que o termo de protetor seja utilizado no contexto mais amplo, no sentido coloquial, referindo-se a todas as ligações que envolvem grupos em risco (com termos mais elaborados para efeitos de interação, como protetor-estabilizador) - mas argumentos de Sameroff e colegas (capítulo 15) sugerem que mesmo isso pode ser problemático. Popularmente, o termo proteção implica algum tipo de blindagem contra os efeitos do risco, e isso certamente pode ser verdade para muitos constructos assim rotulados, como pais sensíveis ou coesão da comunidade. Muitos outros, porém, como o talento musical ou expressividade emocional, não protegem a criança de forma independente, mas sim trazem benefícios, tais como experiências de êxito freqüente. Para que tais constructos, seria de fato mais apropriado usar termos como promotores, como inicialmente sugerido por Garmezy e colegas (1984), ou outros sinônimos, tais como salutares ou benéficos, nenhum dos quais implica que o constructo sirva como uma barreira que isola a criança do risco.

Chegar a um consenso sobre tais questões seria, sem dúvida, um ponto crítico (como classificações científicas dos domínios da estrutura de inquérito; ver Luthar et al., 2000a), mas ao mesmo tempo, isso não deve ser visto como um bloqueio imutável que impossibilita a pesquisa que tem valor. Até chegarmos à terminologia operacional universalmente empregada, o campo de resiliência pode na verdade ser movido para a frente tão longe quanto os cientistas assegurarem precisão e clareza na definição de termos importantes. Como exemplificado por capítulos nesse volume, os investigadores devem indicar exatamente o que eles querem dizer com a utilização de todos os termos essenciais em seus próprios estudos: resiliência, risco, competência, vulnerabilidade e proteção (e se as duas últimas são inferidas a partir de efeitos principais, efeitos de interação ou de ambos). Além disso, como Cauce e colegas (capítulo 14) notaram, deve haver um maior rigor na comunicação dos resultados, com a especificação dos contextos, condições e os construtos que são base das interpretações oferecidas. Assim como muitas pesquisas, como as em psicoterapia, que progressivamente passaram de questões como ”a terapia ajuda?” para mais diferenciadas, tais como “que tipo de terapia funciona para quem e em que circunstâncias?”, os pesquisadores de resiliência fariam bem em apresentar conclusões mais diferenciadas, tais como “controle realista era ligado com a resiliência emocional em face da depressão parental” ou “apoio do professor aparentemente facilitou a resiliência acadêmica em comunidades de alta criminalidade”.

Direções futuras: considerações ao se estudar fatores de proteção e de vulnerabilidade

No passado, pesquisadores de resiliência tinham sido criticados pela análise de grande e invariável lista de fatores de proteção e de vulnerabilidade - com variáveis escolhidas simplesmente por causa de correlações em estudos anteriores e não por considerações de ordem conceitual. Como Luthar et al. (2000a) notaram, é fundamental que os futuros estudos sejam apresentados dentro de quadros teóricos convincentes, com explícita consideração conceitual às forças mais proeminentes na condição de risco específico e do período de desenvolvimento que é examinado. Os estudos relatados neste volume exemplificam esta prática. Com um foco frequente em famílias de baixa renda, Owens e Shaw (capítulo 11) e Luthar e colegas (capítulo 5) cada qual examinou aspectos com relação ao bem-estar de mães e o exercício da parentalidade, com base no argumento de que estes constituem os principais problemas no contexto da pobreza urbana. Outros constructos foram escolhidos baseados na proeminência do estágio de desenvolvimento estudado, por exemplo, a qualidade dos vínculos no primeiro estudo envolvendo crianças pequenas e exposição à violência comunitária no último inquérito envolvendo jovens mais velhos.

Além de garantir a relevância conceitual dos índices escolhidos para o estudo, os pesquisadores de resiliência fariam bem em ampliar os tipos de fatores de proteção e de vulnerabilidade examinados em estudos futuros. Proeminentes neste caso, uma vez mais, são aspectos da biologia e da genética, como explicados por Cicchetti (prefácio), por Curtis e Nelson (capítulo 19) e por Rutter (capítulo 20). Coletivamente, esses autores fornecem vários exemplos para mostrar que não só os fatores biológicos afetam os processos psicológicos, mas, além disso, as experiências psicológicas podem modificar substancialmente a estrutura e o funcionamento do cérebro².

Igualmente pedindo por mais atenção estão modificadores de risco operando durante a fase adulta. Embora mais pesquisa em resiliência tenha envolvido crianças, trajetórias podem ser significativamente alteradas também numa fase mais tarde da vida e deveria haver um maior exame de processos de proteção e de vulnerabilidade únicos para a vida adulta, tais como mudanças na carreira e ter filhos (ver Masten & Powell, capítulo 1; Rutter, capítulo 20).

Além de explorar modificadores de risco raramente considerados até agora, os investigadores devem continuar a analisar os mecanismos precisos que são a base de fatores que são conhecidos por ter efeitos benéficos ou prejudiciais. Com provas de que o apoio de professores está significativamente relacionado com a competência das crianças, por exemplo, será importante distinguir os vários ingredientes que podem estar por trás desses benefícios, tais como aqueles com base na disponibilidade de um confidente de apoio, um modelo, ou um mentor que incentive a excelência acadêmica. Tal consideração dos processos subjacentes será particularmente importante para os resultados de efeitos paradoxais, em que os constructos geralmente positivos em valência são prejudiciais ou o contrário. Para ilustrar, a proximidade com os pais geralmente é um promotor de saúde, mas a distância emocional e limites rígidos dos pais às vezes podem ser benéficos (ver Hammen, capítulo 3; Seidman & Pedersen,capítulo 13; Wyman, capítulo 12). É útil para as crianças enlutadas falar sobre sua perda, mas entre os adultos enlutados, a supressão das emoções negativas pode ser mais adaptativa (ver Sandler, Wolchik, Davis, Haine, & Ayers, capítulo 9). Através de todas essas instâncias, tem valor estudos que clareiam as condições precisas em que há uma reversão dos efeitos que são comumente vistos

Para além dos mecanismos subjacentes a conhecidos fatores de proteção e de vulnerabilidade, também é necessária mais atenção para os mediadores das maiores condições de adversidade (mais frequentemente estudadas por pesquisadores de risco que de resiliência). Para ilustrar, a depressão materna pode afetar as crianças através de processos ambientais, incluindo vários conflitos entre os pais, eventos estressantes na família, estilos de enfrentamento ineficazes modelando as crianças e comportamentos negativos dos pais que vão desde desatenção até o enredamento (Hammen, capítulo 3). Como Rutter (capítulo 20) ressaltou, o conhecimento da relevância relativa destes mecanismos é de valor inestimável para as intervenções em termos de identificar condutas específicas que devem ser alvo para uma maior inibição da transmissão do risco.

Da mesma maneira, também é necessária uma maior atenção para desembaraçar terceiras variáveis que possam ser mediadores (proxies) para o risco, ou seja, constructos que podem efetivamente carregar grande parte da adversidade que é amplamente atribuída a uma condição de ocorrência conjunta. Para ilustrar, psicopatologia nos pais anterior ao casamento (e subsequentes dificuldades conjugais) pode muitas vezes ser responsável pelo desajuste da criança, e este desajuste pode ser atribuído ao divórcio (Hetherington & Elmore, capítulo 8). Problemas depressivos e estressores co-ocorrendo com a toxicodependência materna podem contribuir tanto ou mais para a psicopatologia infantil do que é normalmente atribuída ao abuso de substâncias por parte da mãe (Luthar et al. capítulo 5).

Finalmente, há uma necessidade de maior atenção para variações interculturais nos processos de resiliência. A literatura neste domínio (como na psicologia do desenvolvimento de forma mais ampla) é marcada pela falta de perspectivas internacionais, e será útil para clarear os tipos de modificadores de risco que tendem a ser muito fortes através dos diferentes contextos culturais e aqueles mais idiossincráticos a configurações particulares (por exemplo, Masten & Hubbard, 2002).

Sumário: conceitualizando e desenhando estudos de resiliência

Capítulos desse volume elucidam várias questões complexas envolvidas no relativamente jovem campo da resiliência, esclarecendo vários pontos de confusão e ilustrando questões críticas para estudos futuros. Para começar com as distinções entre os paradigmas de risco e resiliência: os dois são muito mais semelhantes do que diferentes. Ambos estão focados no entendimento de caminhos para o ajustamento das crianças em risco, e ambos têm muitas das mesmas abordagens para a pesquisa científica, bem como as restrições nos métodos utilizados. A investigação em resiliência envolve uma atenção explícita para os resultados positivos e suas influências (além das influências negativas). Isso pode melhorar a atenção científica para os pontos fortes dos grupos geralmente percebidos em termos de falhas e, concomitantemente, pode aumentar a receptividade para as intervenções. Ao mesmo tempo, porém, o próprio uso do termo resiliência pode inadvertidamente promover visões que culpabilizam a vítima. Para evitar mal-entendidos, os pesquisadores devem mencionar explicitamente em seus relatórios que eles estão estudando um processo ou fenômeno, e não um atributo pessoal da criança.

Estudos nesse volume mostram que a construção da resiliência em si nunca é medida diretamente, e sim inferida com base na presença de ambos, riscos e competência. Índices de risco são constructos que têm ligações estatísticas significativas com o desajustamento da criança, e os indicadores de competência são as que representam resultados relativamente bons - a presença de saúde ou a ausência de doença, dependendo da natureza e da gravidade do risco em estudo. Competência deveria ser avaliada em termos de múltiplos domínios teoricamente importantes, e em estudos futuros há valor em considerar novas abordagens para operacionalizar adaptações positivas, incluindo os baseados em índices biológicos e sobre o funcionamento da família em vez da criança.

Fatores de proteção e fatores de vulnerabilidade, às vezes, representam dois extremos de um continuum, e escolher entre os dois termos na apresentação de resultados da pesquisa pode ser facilitado pela consideração da real distribuição dos escores. Pela sua própria natureza, no entanto, alguns índices podem apenas criar vulnerabilidade e raramente bem-estar (por exemplo, idade jovem das mães), enquanto outros só podem fazer o inverso (por exemplo, elevada habilidade musical). Outros ainda podem ter efeitos curvilíneos, com maiores benefícios em níveis moderados, em vez de nos extremos (por exemplo, auto-visões positivas).

Conceitualmente, sempre haverá algumas variações nas vias que geram a saúde psicológica da criança na presença versus ausência de grandes adversidades. No mínimo, boa parentalidade, entre os preditores mais consistentes do bem-estar das crianças, exigirá recursos adicionais nas famílias que são confrontadas com problemas como a doença mental ou a pobreza crônica, em comparação com aquelas que não são. Empiricamente, os efeitos estatísticos de interação são úteis para estabelecer a especificidade dos processos. Por outro lado, a sua ausência não implica necessariamente estabelecer a universalidade de influências, mas pode ser um artefato de projetos e métodos, devido, por exemplo, à semelhança de grupos contrastados e os pequenos efeitos de termos de interação. Em estudos futuros, os efeitos condicionais de modificadores de risco devem ser considerados através de análises estatísticas baseadas na pessoa, além daquelas baseadas em variáveis.

Muitas características positivas das crianças ou das famílias são utilmente examinadas ambas como preditores e como resultados em estudos de resiliência. Os pesquisadores devem demonstrar a adequação conceitual de designar constructos particulares como preditores versus resultados em relação às questões específicas de investigação que estão sendo consideradas.

Para selecionar entre os protetores potenciais e fatores de vulnerabilidade a serem examinados em pesquisas futuras, não é útil simplesmente procurar restabelecer a relevância de uma lista genérica freqüentemente examinada de modificadores de risco. Para um avanço substantivo do conhecimento, valorizamos estudos focando (a) forças de alta relevância conceitual em contextos particulares de alto risco; (b) modificadores de risco pouco examinados e, provavelmente, importantes, tais como índices biológicos e genéticos e os que operam durante a idade adulta; (c) constructos que explicam os mecanismos subjacentes a conhecidos protetores ou fatores de vulnerabilidade; (d) aqueles implicados na transmissão do risco, inclusive moderadores para a condição focal de adversidade; e (e) os processos relevantes em diferentes culturas, de tal forma que chegam a ser uma perspectiva internacional reforçada na literatura sobre a resiliência

INTERVENÇÕES BASEADAS NA PESQUISA DE RESILIÊNCIA

Mudando o foco da investigação básica para a ciência aplicada, na segunda metade deste capítulo, podemos avaliar evidência nesse livro para discernir direções para intervenções. Em consonância com os objetivos gerais da investigação em resiliência, a maior parte desta seção está centrada sobre as conclusões relativas às influências da proteção e da vulnerabilidade relevantes em diferentes condições de risco e as implicações associadas para se conceituar intervenções. Note-se que o nosso objetivo aqui não é catalogar modificadores de risco individuais proeminentes em condições de risco especiais (ricamente descritos em cada capítulo), mas sim destilar as mensagens de fundo global que se originam quando os riscos são considerados coletivamente. Após estas discussões sobre modificadores de risco, nós consideramos a evidência existente sobre os limites para resiliência - em particular, a existência de sofrimento emocional, apesar da competência manifesta - e discutimos estes resultados em termos de prioridades atuais em matéria de prevenção, tratamento e cuidados de saúde. Em seguida, delineamos questões provavelmente consideradas em pesquisas futuras que são de natureza aplicada, e concluímos o capítulo com uma síntese das diretrizes para futuras intervenções baseadas na resiliência.

Modificadores relevantes de risco: influências envolvendo a família, a comunidade e a criança

Reverberando através dos capítulos desse livro está uma forte ênfase no ambiente da criança e, em particular, no ambiente proximal da família. Altos níveis de vulnerabilidade são induzidos por perturbações na relação pais-filho e na adaptação pessoal dos cuidadores.³ Owens e Shaw (capítulo 11) relatam que crianças pobres com apego inseguro com suas mães tinham duas vezes mais chances de apresentar desajustamento tardio que aqueles com apego seguro precoce. Entre as crianças maltratadas a adaptação positiva é rara e, mesmo quando apresentada, tende a ser instável ao longo do tempo (Bolger & Patterson, capítulo 7). Fergusson e Horwood (capítulo 6) relatam que jovens expostos a múltiplas adversidades familiares precoces mostraram quase o dobro de psicopatologia grave em relação ao que apresentaram os seus homólogos de baixo risco. Filhos de pais doentes mentais tendem a manifestar problemas elevados através da vida e por vários domínios, incluindo dificuldades na escola, problemas de ajustamento social na vida cotidiana e distúrbios psiquiátricos (Seifer, capítulo 12). Zucker e colegas (capítulo 4) relatam que entre as crianças com alta psicopatologia parental (um dos pais um alcoolista anti-social, dois pais atualmente alcoólicos, ou ambas as coisas), a evidência de elevados problemas de ajustamento foi quase cinco vezes maior do que em crianças de famílias de baixo risco, e Hammen (capítulo 3) indica que entre os filhos de mães deprimidas, 8 entre 10 podem apresentar desordem psiquiátrica na adolescência.

Enquanto esses autores elucidam a vulnerabilidade induzida por perturbações nas famílias, outros colaboradores, em paralelo, destacam os benefícios substantivos que derivam de um funcionamento familiar positivo. Resumimos aqui trechos de indicações de conclusão. Baseados em seus estudos longitudinais com crianças em estado de pobreza, Yates, Egeland e Sroufe (capítulo 10) sublinharam fortemente o poder de ambientes familiares precocemente responsivos: “É dentro de uma estrutura de cuidados disponíveis e auto-respeito positivo que a criança desenvolve padrões adaptativos de regulação da emoção, habilidades flexíveis de resolução dos problemas e uma expectativa de êxito em face da adversidade”. Dados sobre duas coortes de crianças em idade escolar em situação de pobreza levaram Wyman (capítulo 12) a concluir que “(a) ambientes familiares funcionais foram fortemente protetores para crianças ao protegê-las de muitas adversidades crônicas, e (b) a competência das crianças na adversidade frequentemente se traduz em considerável resiliência dos pais e dos sistemas familiares”. Sandler e colegas (capítulo 9) concluem que os estudos programáticos convergem “na identificação do papel crítico da parentalidade como um recurso de resiliência para crianças enlutadas e filhas do divórcio”. Hetherington e Elmore (capítulo 8) afirmam que “uma relação estreita com um adulto suportivo, na maioria das vezes um pai autoritativo, desempenha um papel crítico na promoção do bem-estar das crianças em todas as famílias, mas parece ser especialmente importante para as crianças que se deparam com os desafios do divórcio e da vida em uma família monoparental ou adotiva”. Coletivamente, essas declarações indicam os fortes efeitos protetores de forças familiares positivas entre diversos grupos de risco e durante várias fases de desenvolvimento.

Capítulos desse volume também estabelecem claramente que embora haja generalidades sobre o que constitui uma boa parentalidade - por exemplo, coerência na afetividade e colocação de limites - dimensões específicas são muitas vezes necessárias para enfrentar os desafios que são únicos para as adversidades particulares. Para ilustrar, em regiões urbanas é particularmente benéfico quando os pais podem restringir a exposição dos filhos aos pares anti-sociais ou vizinhos, por exemplo, limitando os lugares onde são autorizados a ir ou usando acompanhantes adultos (Cauce et al., capítulo 14). Para as crianças que enfrentam a depressão dos pais, é importante que elas compreendam que não são pessoalmente responsáveis por problemas familiares (Hammen, capítulo 3), e para aquelas que experimentam o divórcio dos pais, a consistência nas programações diárias (por exemplo, horários das refeições) pode ser fundamental (Sandler et al., capítulo 9). Finalmente, os jovens pertencentes a minorias podem se beneficiar substancialmente quando os pais proporcionam uma socialização que promove uma forte identidade étnica e orgulho étnico (Szalacha et al. capítulo 17).

Após a questão da família, capítulos desse volume elucidam a importância das influências na comunidade. Isto é mais vividamente evidente no contexto da pobreza urbana, onde as crianças são atingidas, além de diretamente pelos pais, também de forma indireta através deles. Como Cauce e colegas (capítulo 14) notam, os problemas das crianças dos centros urbanos não podem ser atribuídos apenas às patologias de suas famílias, pois a exposição prolongada à pobreza e a cenários de violência urbana podem debilitar os pais mais competentes. Os perigos colocados em tais cenários, juntamente com as tensões cotidianas entre as famílias pobres, podem prejudicar fortemente o bem-estar e a eficácia dos pais, assim como fomentar sentimentos de depressão, frustração e desespero (Gorman-Smith & Tolan, capítulo 16; Owens e Shaw, capítulo 11). Em termos de efeitos diretos sobre a vulnerabilidade das crianças, diversos processos foram destaque ao longo desse livro, incluindo testemunhar e ser vítima da violência comunitária, exposição a pares anti-sociais, experiências de discriminação racial e ser participante de escolas com programas para alunos em estado de pobreza (Cauce et al . capítulo 14; Gorman-Smith & Tolan, capítulo 16; Zsalacha et al. capítulo 17).

Pelo mesmo motivo, há evidências das forças positivas da comunidade que podem compensar os riscos da pobreza urbana. Gorman-Smith e Tolan (capítulo 16) notam que as famílias podem se beneficiar substancialmente quando há grande apoio e coesão entre os vizinhos, como o sentido de pertença à comunidade e supervisão pró-ativa da juventude por outros adultos. Em termos de fatores de proteção que tocam diretamente as crianças, Reynolds e Ou (capítulo 18) ressaltam os benefícios de intervenções integradoras na pré-escola, promovendo prontidão escolar. Para os mais jovens, o envolvimento em atividades extracurriculares estruturadas pode reduzir o risco de delinquencia decorrente de pares anti-sociais (Wyman, capítulo 12), assim como pode o envolvimento com grupos de pares endossar comportamentos pró-sociais (Seidman & Pedersen, capítulo 13).

Embora as famílias e as comunidades possam cada uma exercer poderosa influência negativa e positiva sobre as crianças, as famílias assumem algum nível de precedência conceitual porque são temporalmente prévias e mais proximais da criança. Como Yates et al. argumentam (capítulo 10), relações familiares modelam precocemente e profundamente as capacidades das crianças para interagir com os ambientes psicossociais mais tarde na vida e utilizar recursos, como aqueles inerentes ao bom relacionamento interpessoal. Gorman-Smith e Tolan (capítulo 16) citam evidências que remontam à Segunda Guerra Mundial, onde os níveis de estresse das crianças expostas a bombardeios dependiam em grande medida do grau em que suas mães permaneciam calmas. Esses autores também relatam os resultados mais recentes indicando que os riscos de uma vizinhança urbana violenta afetam as crianças, principalmente quando eles erodem a estabilidade de seus lares; quando as famílias são capazes de fornecer uma estrutura confiável e de apoio emocional, os problemas das crianças tendem a ser menores. Inferências similares derivam de estudos empíricos apresentados nesse livro. Entre as crianças mais velhas e adolescentes em situação de pobreza, Luthar e colegas (capítulo 5) descobriram que os efeitos do estresse materno permaneceram significativos mesmo após serem considerados os diversos atributos da criança e da comunidade. Da mesma forma, as análises relatadas por Sameroff et al. (capítulo 15) mostram que as três variáveis familiares consideradas (interações, saúde mental dos pais e status socioeconômico dos pais) explicaram mais sobre uma única variância, em vez de explicar sobre as cinco variáveis de comunidade combinadas na previsão tanto da saúde mental dos adolescentes (.09 vs .04) quanto do sucesso acadêmico na juventude (.07 vs .04).⁴

Seguindo as influências familiares e comunitárias em matéria de resiliência há os atributos da criança. Os estudos têm indicado o potencial de proteção de várias características da criança, tais como alta inteligência, locus de controle interno, boa capacidade de enfrentamento (coping) e temperamento descontraído (por exemplo, Ferguson & Horwood, capítulo 6; Hammen, capítulo 3; Masten & Powell, capítulo 1; Zucker et al.; capítulo 4). Ao mesmo tempo, diversos autores notam que, de todas as coisas consideradas, as características das próprias crianças tendem a ser menos influentes do que os aspectos do ambiente na promoção e manutenção da resiliência (por exemplo, Cauce et AL,. capítulo 14; Gorman-Smith e Tolan , capítulo 16). Ao relatar sobre suas pesquisas programáticas, Sander e colegas (capítulo 9) afirmam que encontraram efeitos poderosos das famílias, mas que a evidência foi “mais limitada ou inconsistente sobre os efeitos dos recursos de resiliência no nível individual”. Com base em vários estudos de seu grupo, Sameroff e colegas (capítulo 15) concluem que as crianças de multirrisco com altos recursos pessoais podem manifestar mais problemas ao longo do tempo que as crianças economicamente favorecidas, com baixa eficácia pessoal. “Os efeitos negativos de um meio desfavorecido parecem ser contribuintes mais poderosos para a realização da criança em cada idade do que as características da personalidade da criança”.

Essa prova do poder limitado de atributos positivos das crianças às vezes pode refletir a susceptibilidade desses traços de influências ambientais, e isso é exemplificado nas conclusões sobre a inteligência (que está entre os mais citados fatores de proteção das crianças). Yates e colegas (capítulo 10) alertam que, na ausência de dados do ambiente precoce, os pesquisadores podem, muitas vezes erroneamente, inferir que é a inteligência que é protetora, enquanto diferente conclusão pode surgir quando aqueles dados estiverem disponíveis. Usando seus próprios dados longitudinais, os investigadores citados acima estabeleceram de fato que a competência escolar das crianças foi mais bem predita pela qualidade do seu ambiente precoce do que pelos seus quocientes de inteligência (QI). Corroborando estes argumentos há evidências tanto de experimentos naturais envolvendo crianças quanto de experiências de laboratório com animais. Em um artigo sobre crianças em orfanatos romenos, onde as condições de cuidado foram descritas como pobres a terríveis, Rutter e colegas (1998) relataram que as crianças institucionalizadas tiveram escores médios de funcionamento cognitivo, na faixa de retardo mental. No entanto, a avaliação longitudinal mostrou efeitos de crescimento tardio (catchup) com ambientes alterados: bebês que foram adotados aos 2 anos de idade por famílias no Reino Unido perderam seus profundos e precoces déficits e aos 4 anos se aproximaram do estado médio de desenvolvimento. Em consonância com estes resultados estão as conclusões de Curtis e Nelson, decorrentes de sua rica exposição de estudos de laboratório (capítulo 19). Ambientes precoces enriquecidos foram encontrados gerando ganhos substanciais no funcionamento neuroquímico, fisiológico e neuroanatômico dos animais, com os últimos incluindo o aumento do peso do cérebro e modificações estruturais do córtex cerebral. Vistos em conjunto, estes dados fornecem um poderoso testemunho para os efeitos deletérios da privação precoce sobre o funcionamento cognitivo, bem como os efeitos benéficos de condições ambientais saudáveis.

Capítulos desse livro contêm outros exemplos de casos em que outros atributos da criança comumente rotulados como fatores de proteção podem ser moldados substancialmente pelo meio ambiente. Por exemplo, Sandler e colegas (capítulo 9) mostraram que entre filhos de pais divorciados, tanto a cognição infantil quanto dimensões de auto-estima afetam a psicopatologia, mas esses atributos da criança são eles mesmos afetados pela cordialidade parental. Bolger e Patterson (capítulo 7) mostraram que o início precoce de maus-tratos reduz a capacidade dos filhos para manter um locus de controle interno. Outra pesquisa mostrou, também, que quando os professores são percebidos como frios e inconsistentes, os alunos tendem a perder suas convicções ao longo do tempo de que produzem seus próprios sucessos acadêmicos e evitar insucessos (Skinner, Zimmer-Gembeck, & Connell, 1998).

Embora se reconheça modificáveis por influências externas, os atributos de proteção da criança não devem de modo algum ser considerados irrelevantes em si mesmos por uma variedade de razões⁵. Mais fundamentalmente, as características das crianças e seus ambientes são indissociáveis nos processos transacionais de desenvolvimento, tanto que às vezes é difícil identificá-los categoricamente, entre um e outro (ver Owen e as discussões de Shaw sobre o status do apego seguro no capítulo 11). Além disso, a influência relativa da criança e as características do ambiente mudarão, inevitavelmente, ao longo do tempo: adolescentes são muito mais capazes de moldar o que acontece em suas próprias vidas do que os pré-escolares. Finalmente, se o risco é “mantido constante”, as forças da criança podem de fato ser associadas com os resultados de competência. Para ilustrar, entre um grupo de jovens criados por pais com doença mental grave, aqueles com alta inteligência são susceptíveis de se sair significativamente melhor do que aqueles que são menos inteligentes (apesar de que nem o grupo pode se dar conta plenamente do que é por natureza capaz de atingir).

É também de se notar que a maleabilidade previamente descrita dos atributos de proteção da criança não necessariamente se estende aos atributos negativos, conotando alta vulnerabilidade. Na verdade, estes podem impor limites fixos para o que pode ser conseguido, mantendo ascendência sobre as influências ambientais (pelo menos até o momento em que somos capazes de alterar os genes). Para ilustrar, uma criança com retardo mental grave não dominará todas as habilidades necessárias para uma vida auto-suficiente, independentemente do melhor ensino oferecido, e as crianças com altas cargas genéticas para transtornos de personalidade anti-social podem se esforçar para manter um comportamento adequado através de suas vidas (Rutter , capítulo 20). Em suma, então, os fatores de vulnerabilidade infantis podem impor efeitos de teto (ceiling) para o que as crianças podem realizar no contínuo transtorno-normalidade, apesar de atributos positivos claramente não imporem efeitos paralelos de fundo (floor) no contínuo excelência-normalidade (ou seja, garantir um nível mínimo de sucesso, independentemente de toxinas ambientais).

Ao concluir estas discussões da tríade de modificadores de risco, devemos ressaltar que nossa colocação dos atributos da criança como último na seqüência não reflete, de forma alguma, perspectivas que minam o que as próprias crianças fazem para superar as adversidades. Coletivamente, os capítulos desse livro refletem inequívoco respeito para o que as crianças trazem para o sucesso de suas vidas; a mensagem principal é simplesmente que elas não podem tornar-se resilientes sozinhas de maneira duradoura, mantendo-se fortes apesar de investidas implacáveis do meio ambiente. Como sucintamente captado nas palavras de uma das pioneiras neste campo, Emmy Werner, “quando os eventos estressantes da vida compensam os fatores de proteção, mesmo a criança mais resistente pode desenvolver problemas” (Werner, 2000, p. 128). É este sentimento, e não os pontos de vista sobre a criança como sendo passiva ou ineficaz, que subjaz à organização dos fatores engendrando resiliência dentro deste capítulo.

Priorizando domínios: implicações para intervenções

Tal como acontece com as escolhas de preditores considerados na pesquisa básica, os pesquisadores de resiliência têm sido criticados por produzirem listas de fatores de proteção em que diversas variáveis são enumeradas como correlatos de resiliência (ver Gorman-Smith & Tolan, capítulo 16). Embora possivelmente abrangentes, essas listas são de uso prático limitado, porque todos os indicadores discriminados (variando da inteligência dos pais e da coesão da vizinhança até as competências sociais das crianças) não podem nunca ser direcionados em uma determinada intervenção. Sem banalizar qualquer uma dessas forças (de novo, todas as quais têm se mostrado benéficas em pesquisa empírica), o que é necessário é algum tipo de priorização de domínios em termos de probabilidades globais de render fortes benefícios. Achados nesse livro fornecem orientações úteis a este respeito.

A mensagem central é que intervenções baseadas na resiliência devem abordar a qualidade das relações pais-filhos e, mais genericamente, o bem-estar dos cuidadores (ver Healthy Families American, 2000). Embora esta mensagem esteja implícita nas discussões prévias sobre as influências familiares, vários autores têm feito conexões explícitas. Seifer (capítulo 2) observa a necessidade de atenção para dimensões específicas do funcionamento da família quando os pais têm uma doença mental: qualidades do relacionamento, regulação da emoção de pais e filhos e avaliações dos pais sobre si e sobre seus filhos. Para as crianças de pais deprimidos, Hammen (capítulo 3) recomenda que as intervenções preventivas foquem preferencialmente nos padrões da interação entre pais e filhos, pois os elementos-chave da transmissão de risco podem provavelmente estar nessa relação. Com base nas suas respectivas conclusões sobre as famílias em situação de pobreza, Yates e colegas (capítulo 10) argumentam fortemente por programas promovendo vínculos seguros entre pais e filhos. Enquanto Luthar el al. (capítulo 5) ressaltam a necessidade de atenção ao bem-estar emocional das mães e sua capacidade de sustentar efetiva parentalidade.

Em um nível puramente intuitivo, faz sentido se concentrar no funcionamento familiar durante as intervenções, não só porque isso molda a lente através da qual as relações tardias são vistas (Yates et al, capítulo 10), mas também por causa da resistência relativa dos benefícios susceptíveis de serem induzidos. Para a maioria das crianças, os pais representam não só o mais precoce, mas também as influências socializantes proximais mais constantes. Afiliações aos pares inevitavelmente mudam ao longo do tempo, como fazem os professores nas escolas e as influencias de toda a comunidade. Assim, do ponto de vista da continuidade da promoção dos fatores de proteção que as intervenções trazem para a vida das crianças em risco, é perfeitamente lógico enfatizar o trabalho com os pais.

Exortações para a promoção de bem-estar através da família são apoiadas por estudos de intervenção: os cientistas mostraram que as crianças podem beneficiar-se substancialmente com intervenções baseadas no relacionamento com suas mães. De destaque neste contexto é o Prenatal/Early Infancy Project, de Olds, um programa de visitação familiar continuada na área de enfermagem, em que mães pobres, solteiras e grávidas recebem suporte e instruções sobre parentalidade desenvolvimentalmente baseadas. Benefícios têm sido encontrados ao se incluir a redução do abuso infantil e a dependência de bem-estar entre as mães, e menor dificuldade comportamental e maior realização escolar entre adolescentes (veja Olds et al., 1988). Da mesma forma, Heinicke e colegas (1999) demonstraram que quando mães em alto risco são ajudadas no enfrentamento efetivo do estresse e a desenvolver relacionamentos suportivos, o ajustamento da criança aumenta. Em seu trabalho com mães deprimidas e seus filhos, Cicchetti, Toth e Rogosh (1999) dirigiram suas representações de apego inseguro, e o uso da psicoterapia pais-bebê (Toddler-Parent Psychotherapy) (Lieberman, 1992) promoveu vínculos seguros entre as crianças, bem como benefícios no desenvolvimento cognitivo. Finalmente, psicoterapia baseada no relacionamento para mães adictas a drogas tem sido associada com uma diminuição do risco de maus-tratos da criança, aumento de comportamentos positivos de parentalidade, reduzido uso de drogas e menor desajustamento em crianças (Luthar & Suchman, 2000).

Um tema recorrente entre as intervenções com pais aqui citados é a ênfase na promoção da auto-suficiência, e isso é feito em vários níveis. Emocionalmente, há atenção para depressão, estressores e as dificuldades de enfrentamento (coping), que, se não aliviadas, podem continuar a constituir uma ameaça à parentalidade eficaz. Em termos de comportamento, os esforços para promover a parentalidade ideal não estão baseados apenas na didática de ensino de estratégias específicas, mas sim em ajudar os pais a desenvolver suas próprias capacidades de gerar soluções eficazes de parentalidade. Socialmente, as mães são ajudadas a desenvolver redes de suporte informal, que ficam à sua disposição uma vez que as intervenções estejam concluídas. Finalmente, muitas das intervenções observadas anteriormente fornecem oportunidades também para abordar questões relativas ao emprego, habitação e o cuidado com as crianças.

Tais intervenções com pais são melhores se introduzidas o mais cedo possível - antes do nascimento da criança ou em sua infância - mas isso não implica que não seja necessário projetar programas para famílias com crianças mais velhas. Não é realista esperar que, mesmo com as melhores técnicas de triagem, todos novos pais em risco serão atingidos; alguns inevitavelmente deslizam através das lacunas e podem procurar ajuda conforme seus filhos crescem. Além disso, muitos problemas podem ser específicos para fases posteriores de desenvolvimento, e será difícil para os novos pais participarem plenamente das discussões das questões que irão surgir vários anos depois (por exemplo, uso de drogas ou sexo sem proteção durante a adolescência dos filhos). Finalmente, crise como divórcio, morte ou doença mental podem afligir as famílias em todas as fases, e é importante se desenvolver intervenções para diferentes estágios de desenvolvimento, levando em consideração os diferentes níveis de desenvolvimento da maturidade cognitiva e emocional da criança (por exemplo, Forgatch & DeGarmo, 1999).

Ao se pesar os argumentos para intervenções de base familiar para promover a resiliência, alguns poderiam questionar a sua eficácia potencial, dado o papel bem definido da hereditariedade na transmissão de muitos distúrbios psicológicos. Como vários contribuintes para este volume notaram, a psicopatologia parental pode gerar problemas em crianças, não só através de processos de distúrbios familiares (por exemplo, nos comportamentos particulares dos pais), mas também por causa de influências genéticas (Hammen, capítulo 3; Hetherington & Elmore, capítulo 8; Luthar et al. capítulo 5). Justapostos com estas afirmações, no entanto, está a conclusão extremamente importante de Rutter (capítulo 20), de que “os efeitos genéticos são probabilísticos e não deterministas, e o desafio é identificar os múltiplos fatores que provocam essa variação probabilística”. Para intervencionistas, portanto, o conhecimento da mediação genética não deve impedir os esforços de prevenção para mover o funcionamento parental em direção ao estágio superior dos limites de confiança que lhe são conferidos pela genética

Tendo considerado as famílias, voltamos para intervenções no nível da comunidade, que também pode desempenhar um papel importante na promoção da adaptação resiliente. Em seus estudos sobre a juventude de centro urbanos, Gorman-Smith e Tolan (capítulo 16) descobriram que jovens de famílias disfuncionais manifestaram delinquência grave quando os bairros tinham organização social baixa, mas quando a organização era elevada, a delinquência não foi tão pronunciada. Com base nestes resultados, os autores sugerem esforços de prevenção suplementares que envolvam a ligação da juventude com suportes do bairro. Particularmente em situações em que simplesmente não é viável a mudança de ambientes familiares, reforçar apoios comunitários pode ser valioso na resolução das necessidades emocionais das crianças para pertença e apoio.

No desenvolvimento de futuras intervenções na vizinhança, dois aspectos interligados são críticos. O primeiro é o que deve envolver grupos constituídos, tanto quanto possível, e o segundo é que (como acontece com as famílias) as intervenções devem se esforçar para promover os benefícios que podem ser sustentados pelos beneficiários ao longo do tempo. Isso é bem exemplificado nas intervenções de Tolan e colegas (ver Gorman-Smith & Tolan, capítulo 16), que envolve a organização de grupos de famílias em bairros pobres. Estes grupos são altamente beneficiados ao forjar ligações sociais entre os cuidadores nas proximidades, e promover a coesão global da vizinhança e preocupação compartilhada com a comunidade. Gorman-Smith e Tolan também apontam para a promessa de esforços da comunidade que envolvam as coalizões de grupos locais e organismos (como a polícia e organizações de base religiosa) para tratar os riscos associados com a pobreza urbana (por exemplo, iniciativas para inibir o comércio de armas ilegais) ⁶

Passando do nível da vizinhança para o nível mais localizado das escolas, Reynolds e Ou (capítulo 18) fornecem um poderoso testemunho para o valor da prevenção que se cristaliza em torno da educação da primeira infância (ver também Zigler, Finn-Stevenson, & Stern, 1997). As crianças que participaram do Chicago Parent-Child Project como pré-escolares apresentaram adaptação significativamente melhor do que outros, em oito dimensões da competência social aos 15 anos de idade, com melhorias no desempenho de 50% ou mais acima dos grupos de comparação. Além disso, os resultados mostram que estes benefícios foram mediados por vantagens cognitivas relacionadas com a intervenção precoce, bem como a maior participação dos pais nas atividades escolares e a melhora na qualidade das escolas.

No inovador Primary Mental Health Project (PMHP), de Emory Cowen (Cowen et al., 1996), os objetivos são de prevenir problemas de saúde mental entre as crianças da escola primária que mostram os primeiros sinais de desajustamento. Seguindo um processo sistemático de análise, esses alunos são encaminhados para mulheres não-profissionais chamadas associadas da criança (child associates), cujas relações com as crianças, desenvolvidas através de cerca de 20 sessões realizadas na escola, estão no cerne da intervenção. As associadas da criança são selecionadas com base em qualidades pessoais, tais como calor humano e empatia, e elas recebem um treinamento rigoroso e supervisão permanente por profissionais do PMHP. Além disso, há uma troca regular de informações entre elas e os professores e profissionais da escola de saúde mental (por exemplo, através de conferências clínicas) para determinar a natureza das intervenções para cada criança, para analisar as mudanças observadas, e traçar novas linhas de ação. Comentando sobre os processos subjacentes ao seu sucesso (em mais de 1.500 escolas ao longo do tempo), Cowen e colegas (1996, p. 92) observaram que “a existência de um ambiente aconchegante e a confiança na relação associada-criança são a base sobre a qual atitudes significantes e alterações comportamentais repousam nas crianças”.

Considerando que (a) adultos apoiadores desempenham um papel fundamental na promoção de resiliência e (b) existem leis obrigando a educação para todas as crianças, é surpreendente que escolas K-12 (escolas de ensino primário e secundário nos Estados Unidos e alguns outros países) não tenham sido mais bem consideradas na promoção do bem-estar ⁷. Defendendo a utilização de relações como recursos para o desenvolvimento, Pianta (1999) descreveu os benefícios que podem derivar de relações estreitas desenvolvidas entre a criança e seu professor e, em seguida, mantidas por um período tão longo de tempo quanto possível. No projeto de Felner e colegas, School Transition Environment Program (STEP), da mesma forma, o papel dos professores conselheiros de classe (home room teachers) foi alterado de modo a que aceite a responsabilidade para o aconselhamento e funções administrativas, e serviu como um elo consistente entre alunos, famílias e escola (Felner et al., 1993; Felner, Ginter, Primavera, 1982). Deve se notar que programas como esses não têm que envolver um grande afluxo de novos recursos. Pianta (1999) argumentou, por exemplo, que em termos de números absolutos, muitas vezes há adultos suficientes em uma dada escola para prestar algum apoio a crianças que necessitarem; em algum grau, o que é necessário é uma criativa redistribuição de responsabilidades e continuidade nas relações estabelecidas.

No espírito de aperfeiçoar os recursos relacionais já existentes nas escolas, podemos notar três outras questões que dizem respeito à diversidade de pessoal considerado como tutores de apoio: o uso de opiniões dos estudantes na identificação de mentores, a oferta de formação, bem como a prestação de supervisão. Tradicionalmente, adultos baseados na escola designados para tais funções de apoio informal têm sido professores de matérias acadêmicas, coordenadores de classe ou conselheiros, mas provavelmente há muitos outros, tais como treinadores desportivos, professores de música e / ou pessoal administrativo ou de apoio, que podem fazer isso tão bem quantos aqueles ou melhor. O valor de pedir opiniões dos alunos é evidente no fato de que (tal como o resto de nós) são mais propensos a se envolver e se abrir a mentores preferenciais com quem se identificam (Lindsey & Kalafatis, 1998), em vez de adultos a quem são atribuídos compulsoriamente. Finalmente, como Pianta (1999) observou, várias oportunidades de formação no local de trabalho e de supervisão já existem nas escolas. Além disso, os mentores adultos podem realizar consultas periódicas, não só com psicólogos escolares (como no projeto PMHP de Cowen), mas também com estudantes de pós graduação das universidades locais como parte de estágio supervisionado - uma colaboração de valor potencial para todos os interessados (Denner, Cooper, Lopez , & Dunbar, 1999).

Esse sistema informal de suporte baseado na escola poderia ser particularmente útil na maximização do bem-estar de indivíduos em risco em escolas secundárias. Paradoxalmente, com o início da adolescência e as mudanças físicas e emocionais dos associados, os jovens tendem a enfrentar escolas que estão cada vez mais impessoais, com diminuição dos suportes infundidos nos currículos diários (Doll & Lyon, 1998; Eccles et al., 1993). Além disso, os adolescentes são muitas vezes especialmente relutantes em procurar ajuda profissional, mesmo para os mais graves problemas de ajustamento (Forman & Kalafat, 1998). Para muitos pré-adolescentes e adolescentes, por conseguinte, o acesso fácil a mentores informais na escola poderia servir a ambas as funções de prevenção secundária e terciária, ajudando a inibir a escalada de pequenos problemas e acelerar os encaminhamentos para aqueles que são mais graves. A longo prazo, os recursos destinados a tais esforços preventivos podem muito bem vir a ser uma pequena fração do esforço que as escolas têm que fazer para resolver bem os problemas arraigados, tais como sérios problemas de disciplina entre os alunos adolescentes.

Outras intervenções baseadas na comunidade e garantindo uma maior exploração são aquelas que envolvem os grupos locais, como clubes extra-escola ou comunidades religiosas. Baseados em seus resultados empíricos, Seidman e Pedersen (capítulo 13) sugerem a criação de várias configurações que podem envolver positivamente a juventude, como organizações atléticas, religiosas e acadêmicas. Visualizando os esforços que atualmente estão ocorrendo, Cauce e colegas (capítulo 14) concluem que as organizações comunitárias de jovens são frequentemente citadas como santuários para a juventude urbana, apesar de seus benefícios ainda terem que ser rigorosamente avaliados (ou seja, através de ensaios clínicos randomizados). Algumas evidências preliminares dos benefícios do apoio informal tipo um-para-um dentro da escola, através de Big Brothers / Big Sisters foram citados por Werner (2000): a disponibilidade de um mentor por 1 ano foi visto como causa para a redução do absentismo em crianças em 52 %, uso de drogas pela primeira vez em 46%, e comportamento violento em 33%. Claramente, existe a necessidade de uma análise mais aprofundada dessas vias para promover bem-estar entre os jovens em risco

No nível exossistêmico ampliado - o macrocosmo da sociedade mais ampla - os psicólogos estão se sentindo limitados na sua capacidade de implementar mudanças de forma direta (Seidman & Pedersen, capítulo 13), mas eles podem e devem informar políticas (de atuação) pela divulgação de seus resultados de forma proativa, responsável e em termos de fácil compreensão (Luthar & Cicchetti, 2000) ⁸. Legisladores, diretores de agências e o público são todos influenciados pelos meios de comunicação (relatórios Zigler, 1998); portanto, os cientistas devem ser claros sobre o que é conhecido sobre resiliência e como ela pode acontecer. Um cuidado especial deve ocorrer ao se discutir os atributos da criança em relação aos do meio ambiente. Como Cauce e colegas (capítulo 14) sugeriram, se os cientistas têm de escolher entre dar às crianças “crédito suficiente” para seu próprio enfrentamento (coping) e correr o risco de que as nossas conclusões irão gerar cortes nos benefícios fundamentais para os grupos vulneráveis, provavelmente seja mais prudente errar do lado da cautela e da prudência.

Conforme sugerido por comentários anteriores (e da secção anterior), os atributos das crianças seguem aspectos dos ambientes microcosmo e macrocosmo na ponderação das prioridades mais urgentes para futuras intervenções baseadas em resiliência. Novamente, isso não implica na banalização dos pontos fortes da criança. Pelo contrário, ela reflete a opinião de que para cientistas da ciência aplicada que procuram ajudar jovens em risco, é menos produtivo concentrar-se intensamente sobre o que as crianças podem fazer por si mesmas do que concentrar-se naquilo que nós adultos podemos fazer para reforçar as capacidades inatas das crianças e seus esforços para superar as adversidades.

Da mesma forma, as conclusões apresentadas neste capítulo não são destinadas a caluniar programas que têm como alvo fatores discretos de proteção para a criança (como os que promovem auto-estima ou habilidades de enfrentamento), mas simplesmente para sublinhar os limites daqueles que ignoram as influências ecológicas (Gorman-Smith e Tolan, capítulo 16). Psicólogos escolares, por exemplo, têm notado que a vida de muitas crianças em risco rotineiramente envolve a imprevisibilidade e até mesmo o caos, de forma que elas podem ficar bastante abaladas por múltiplas intervenções fragmentadas refletindo pouca integração com os aspectos mais significantes de suas ecologias cotidianas (Doll & Lyon, 1998; Pianta & Walsh, 1998). Um corolário destas afirmações é que os benefícios substanciais podem derivar de intervenções que considerem cuidadosamente as forças ecológicas. Isso é bem exemplificado pelos esforços programáticos de Hawkins, Catalano, e seus colegas, como a sua intervenção para prevenir comportamentos de alto risco entre adolescentes, aumentando os níveis de vínculo escolar e desempenho acadêmico (por exemplo, Hawkins, Catalano, Kosterman, Aboot, & Hill, 1999; Catalano e Hawkins, 1992)

Limites para a adaptação resiliente: Converter estresse latente em competência manifesta

Em sua maior parte, a pesquisa em resiliência informa intervenções esclarecendo processos críticos de proteção e de vulnerabilidade, mas cada vez mais, estudos produziram evidências sobre outra questão aplicada: a existência de uma clara competência comportamental junto com o estresse psicológico subjacente. Há uma tendência generalizada para assumir que se os jovens estão se saindo bem em termos de seus comportamentos externos - por exemplo, eles se dão bem academicamente e são populares com os colegas - eles têm escapado com sucesso de grandes adversidades. Isso não é verdade, pois muitas crianças em risco com impressionantes perfis comportamentais podem experimentar considerável sofrimento emocional, como tem sido demonstrado por vários contribuintes para esse volume. Hammen (capítulo 3), por exemplo, relata que entre filhos de mães deprimidas, há um padrão distinto de adaptação que implica a adoção do papel de cuidador: uma espécie de falsa maturidade, que pode, inicialmente, parecer saudável, mas é provável que tenha consequências negativas ao longo do tempo. Da mesma forma, Hetherington e Elmore (capítulo 8) indicam que, em mães divorciadas e chefes de família, um subgrupo das filhas parece excepcionalmente bem ajustado e socialmente responsável, mas, ao mesmo tempo, experimenta elevados níveis de ansiedade e depressão, bem como baixa auto-estima.

Os dados empíricos apresentados em outros capítulos indicam, ainda, que a ausência de transtornos comportamentais (externalizing disorders) não implica a ausência de graves problemas internos. Os resultados de Fergusson e Horwood (capítulo 6) mostram que entre adolescentes expostos a mais de seis adversidades na infância, 18% tinham um ou mais transtornos comportamentais, mas mais de duas vezes este número (44%) tinha sérias dificuldades internas. Assim, para no mínimo um quarto desses jovens em risco, grave depressão ou ansiedade devem ter existido na ausência de flagrante de distúrbios comportamentais. Conclusões semelhantes derivam de dados apresentados por Luthar e colegas (capítulo 5); entre filhos de mães doentes mentais, entre 17% e 26% da amostra tinham sérios problemas internos, mas sem distúrbios comportamentais aparentes.

Talvez a evidência mais convincente desta edição seja a fornecida por Zucker e colegas (capítulo 4). Estes autores relatam que entre os filhos de alcoólatras, aqueles que inicialmente apresentaram baixos problemas comportamentais, em geral, continuam a mostrar baixo desvio de comportamento vários anos depois. Isso não foi verdade para os que apresentavam problemas internos. Na adolescência, as crianças que foram identificadas como resilientes na pré-escola mostraram níveis de sintomas internos parecidos com os do grupo inicial mais problemático. Assim, mesmo quando as crianças resilientes manifestamente mantêm suas vantagens comportamentais externas ao longo do tempo, elas podem desenvolver tanto depressão ou ansiedade quanto aquelas que refletem desajuste substancial no início da vida

Destacamos essas questões aqui para chamar a atenção para um subconjunto de questões de intervenção que muitas vezes permanecem negligenciadas nas discussões sobre a resiliência - com consequências potencialmente drásticas. Em geral, a criança indisciplinada tem mais probabilidade de receber atenção dos professores e dos pais do que a que é bem-comportada, ou responsável, mesmo quando os adultos estão conscientes de que esta última é bastante deprimida ou ansiosa (Briggs-Gowan, Carter, Skuban, & Horwitz, 2001; Puura et al, 1998). Esta abordagem pode ser muito míope, assim como o estresse emocional elevado, quando deixado sem tratamento, pode levar a diversas conseqüências negativas que vão desde o insucesso escolar, problemas de conduta e abuso de substâncias durante a infância e adolescência, até recorrentes problemas psiquiátricos, relacionamentos problemáticos, doenças físicas e desemprego na vida adulta (Luthar & Cicchetti, 2000). Em custos econômicos absolutos, as ramificações de tais problemas acumulados podem ser enormes. Para ilustrar, estimou-se que em 1995, doenças mentais não tratadas e maltratadas geraram um custo total de $ 113 bilhões de dólares para famílias americanas, governo e empresas (desses 113 bilhões de dólares, 105 bilhões foram devidos somente à perda de produtividade; Rice & Miller, 1998).

Uma segunda razão para levantar questões de sofrimento emocional aqui é para apontar para o desequilíbrio em domínios que são enfatizados nas intervenções preventivas contemporâneas. Baseados em seus resultados com crianças em risco, Zucker e colegas (capítulo 4) argumentam que a prevenção deve ser conceituada em dois níveis, um englobando esquemas multinível para crianças que mostram sinais de vulnerabilidade e outro para aquelas que parecem resistentes no início, mas são susceptíveis de desenvolver sintomas internos na adolescência (quando tais problemas tipicamente germinam). Neste momento existe pouco ou nada do último tipo. Programas de prevenção existentes são majoritariamente focados em índices visivelmente comportamentais, tais como problemas de conduta, gravidez na adolescência ou o insucesso escolar, com pouca atenção direta à depressão ou ansiedade, que frequentemente estão na base destes comportamentos e geram problemas (Cowen, 1994, 199; Knitzer, 2000). Essas lacunas na prevenção claramente merecem reconsideração. A saúde mental não pode mais ser tratada como domínio exclusivo da psicologia clínica; ela deve também ser considerada pelos cientistas na psicologia do desenvolvimento aplicada, se eles realmente pretendem atender a criança “de forma integral”, como Edward Zigler (1970), líder neste campo, tanto exortou.

Em qualquer dos futuros esforços para promover a resiliência emocional das crianças e das famílias, várias barreiras ao tratamento eficaz merecerão especial atenção. Destaca-se a cobertura de seguro insuficiente para problemas de saúde mental, bem menor do que para problemas de saúde física (apesar do fato de que a doença mental é a segunda principal causa de incapacidade e morte prematura; Murray & Lopez, 1996). Outro grande problema a ser abordado é a distribuição fragmentada dos serviços de saúde (Seifer, capítulo 12). Se as famílias mais carentes - isto é, aquelas que lutam com dificuldades emocionais, bem como outros problemas, como abuso de drogas, desemprego, problemas de habitação e pobreza – precisam acessar ajuda adequada, deve haver integração acelerada da prestação de serviços, provendo diversos serviços sob o mesmo teto e com fiscalização compartilhada e responsabilidades planificadas entre diferentes agências (Luthar & Cicchetti, 2000). Finalmente, será importante direcionar as atitudes do público em relação à doença mental, incluindo os estigmas sociais e visões sobre distúrbios psicológicos como não sendo importantes ou como risco de vida. Como Hammen (capítulo 3) tem enfatizado, há uma necessidade urgente de políticas que promovam a compreensão dos graves problemas que podem resultar de uma depressão não tratada, bem como aquelas que promovam a busca pelo tratamento, de preferência naqueles doentes que negam ou aceitam passivamente problemas como esses.

Direções futuras: pesquisa aplicada

Ao considerar a pesquisa futura de natureza aplicada, de valor óbvio são os estudos aproveitando conhecimentos científicos relevantes sobre modificadores de risco na elaboração de intervenções preventivas (Cicchetti et al., 2000; Cowen et al. 1996; Luthar & Suchman, 2000). Para maximizar a contribuição, tais intervenções baseadas na resiliência devem ser (a) fundamentadas na consulta colaborativa com os interessados (para assegurar a adequação das metas e estratégias), (b) claramente especificadas nos manuais, e (c) sujeitas a avaliações rigorosas, por exemplo, através de estudos randomizados.

Pelo mesmo motivo, há uma necessidade de mais estudos de intervenção que informem a ciência básica testando teorias sobre mediadores e moderadores em resiliência (Lerner & Wertlieb, no prelo). Esse trabalho é exemplificado em ambos os capítulos apresentados no final das duas partes principais desse livro, direcionando riscos em relação à família e pobreza, respectivamente. O trabalho de Sandler e colegas (capítulo 9) mostrou que calor materno experimentalmente induzido beneficiou crianças após o divórcio dos pais, confirmando a sua relevância como uma influência protetora. Usando dados de acompanhamento a longo prazo, Reynolds e Ou (capítulo 18) fornecem uma explicação detalhada da avaliação de programas de confirmação, que envolve o teste como modelo teórico explícito a respeito de como exatamente (ou seja, através de quais mecanismos específicos de proteção) a intervenção exerce os seus efeitos.

Também necessários são mais estudos avaliando os benefícios a longo prazo das intervenções direcionadas à saúde mental dos pais e à qualidade de seus relacionamentos com seus filhos. Atualmente, a maioria das grandes intervenções com crianças avaliadas por pesquisa longitudinal rigorosa, como a Chicago Parent Child Study, que envolveu uma ênfase principal no desempenho escolar e, consequentemente, no trabalho com os pais, tem girado em torno da aprendizagem das crianças em detrimento do aspecto da saúde mental ou relações familiares (ver Curtis & Nelson, capítulo 19; Reynolds & Ou, capítulo 18). O que se faz necessário agora são estudos explicitamente testando populações sobre o potencial das fortes ligações precoces para promover a resiliência a longo prazo - como tem sido sublinhado por vários contribuintes para esse volume (por exemplo, Owens & Shaw, capítulo 11, Seifer, capítulo 2; e Yates et al. capítulo 10). O objetivo desses estudos seria o de verificar se as intervenções que favorecem as relações parentais precocemente na vida irão, de fato, traduzir-se em auto-sistemas de saúde (padrões adaptativos de regulação da emoção, enfrentamento e resolução de problemas) que permitirão às crianças atender com eficácia a diversos desafios, não só na infância tardia, mas também durante a adolescência e idade adulta.

Finalmente, tem valor estudos de intervenção que envolvam serviços terapêuticos para os grupos em risco, que será exigida inevitavelmente para alguns jovens, não obstante o potencial de programas de prevenção promissores (por exemplo, dada a variação das susceptibilidades individuais; ver Zucker et al. capítulo 4) . A este respeito, imprescindíveis são os escritos de Weisz (2000), ao garantir a validade ecológica das psicoterapias para as crianças. A maioria dos ensaios sobre psicoterapia clínica com crianças é realizado em laboratórios de pesquisa, o que inevitavelmente permite muito mais precisão na aplicação de abordagens conduzidas manualmente (manual-driven), que é possível em clínicas comunitárias. Assim, há uma necessidade de explorar melhor o grau em que os tratamentos que se mostraram eficazes em laboratórios possam ser transferidos para as configurações da comunidade - com a participação adequada de outros tratamentos mais relevantes no ambiente - para ajudar as crianças problemáticas em risco a reverter para uma trajetória mais positiva em sua vida quotidiana

Sumário: diretrizes para futuras intervenções

Acima de tudo, colaboradores desse volume têm enfatizado a importância do ambiente proximal da família em intervenções com crianças baseadas na resiliência. Idealmente, esses esforços devem (a), direcionar a saúde mental dos pais e otimizar a relação pais-filho; (b) promover a capacidade das famílias para sustentar os benefícios após a intervenção estar concluída; (c) serem instituídos o mais breve possível e pelo período mais longo possível, (d) considerar os desafios de desenvolvimento da infância tardia e adolescência, bem como as da primeira infância, e (e) atender explicitamente às questões originais de parentalidade para riscos específicos (por exemplo, proteger a juventude das influências anti-sociais em centros urbanos ou explicar a causas das doenças mentais para filhos de pais deprimidos).

Para maximizar os benefícios de intervenções de base comunitária, estes devem envolver os grupos de destinatários, tanto quanto possível, e, novamente, devem se esforçar para trazer mudanças que possam se auto-sustentar, mesmo após a intervenção ser retirada (por exemplo, através do estabelecimento de redes de vizinhança). Para as intervenções com base na escola que objetivam maximizar a capacidade de resiliência, há valor não apenas em intervenções na pré-escola envolvendo a participação dos pais, mas também aquelas para os alunos mais velhos, que envolvem relações de apoio com os adultos na escola (de preferência os adultos a quem os alunos são naturalmente atraídos e não apenas obrigatoriamente atribuídos). Também garantindo uma maior exploração está o papel de apoio informal fornecido por organizações extra-escola, por mentores informais e por grupos de pares pró-sociais, especialmente para os jovens no final da infância. Embora os investigadores de resiliência não possam ser capazes de efetuar mudanças diretamente no contexto macrocósmico de toda a sociedade, a comunicação responsável de seus resultados pode não apenas ser útil, mas crítica, para informar as políticas sociais.

No que diz respeito aos atributos da criança, há certamente benefícios potenciais para as intervenções em domínios específicos, tais como auto-eficácia, habilidades de enfrentamento e as crenças no autocontrole (control beliefs). No entanto, se essas intervenções envolverem apenas a criança e seus riscos ecológicos permanecerem inalterados, as intervenções podem ter eficácia limitada; independentemente dos ganhos acumulados, são susceptíveis de se perderem ao longo do tempo.

Em futuras intervenções preventivas deve haver atenção não só para a resiliência comportamental evidente, mas também para os aspectos encobertos de bem-estar emocional. Descartar problemas como depressão e ansiedade durante a infância não é recomendado não só do ponto de vista do sofrimento das crianças, mas também porque pode provocar vários outros problemas como a delinquência, abuso de substâncias, doenças físicas, relações perturbadas e problemas acadêmicos e de emprego. Se não for por outra razão que não seja promover uma força de trabalho produtiva e saudável, portanto, é vital que prestemos mais atenção mais concentrada não apenas na realização das crianças na escola e os hábitos de trabalho, mas também para as formas mais invisíveis do sofrimento, que podem vir a prejudicar acentuadamente funcionamento dessas crianças em diversos domínios de ajustamento.

CONCLUINDO PENSAMENTOS

Em uma época em que os riscos sociais são muitos e os recursos limitados, muitos têm investidos na compreensão do que mais efetivamente promove a adaptação resiliente entre crianças que enfrentam grandes adversidades. Claramente, a resiliência é um processo dinâmico envolvendo equilíbrios inconstantes de forças de proteção e de vulnerabilidade em diferentes contextos de risco e em diferentes estágios de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, existem alguns componentes fundamentais que se estendem por adversidades e períodos. As muitas décadas de pesquisas empíricas modelares abrangidas nesse livro indicam que, em grande medida, a adaptação resiliente repousa sobre bons relacionamentos. Desde os primeiros estudos pioneiros de Norman Garmezy e Emmy Werner aos mais contemporâneos, os investigadores têm consistentemente apontado para a importância crítica de fortes ligações com pelo menos um adulto de apoio: em muitos casos um cuidador primário, que está entre os primeiros, mais próximos e mais duradouros influenciadores de sociabilidade. Relações interpessoais saudáveis, nos primeiros anos, podem gerar crescimento dos recursos e das habilidades eficazes de enfrentamento, que, por sua vez, podem ajudar as crianças a lidar com adversidades diversas ao longo da vida.

Relacionamentos fora da família também podem ser altamente benéficos. Para os pais que se esforçam com circunstâncias de alto risco de vida, tanto sistemas formais quanto informais de apoio (por exemplo, as redes de bairro ou intervenções durante visita na casa podem ser inestimáveis para ajudá-los a lidar com seus próprios estressores e para evitar a angústia pessoal elevada (indispensável para sustentar os cuidados eficazes aos seus filhos). De igual valor são sistemas de apoio para as crianças, especialmente os professores na escola ou mentores informais nas comunidades. Com contato suficiente e continuado ao longo do tempo, essas relações podem compensar grandemente situações familiares difíceis.

Apesar de ligações com outros serem altamente significativas, há outros fatores que são indispensáveis: nenhuma criança pode viver bem, amar bem, ou trabalhar bem se a sua sobrevivência física estiver em perigo. No nível político, o reconhecimento de todas essas questões é fundamental. Se é para a próxima geração de jovens manifestar alta resiliência - para se tornarem adultos psicologicamente saudáveis e produtivos, responsáveis e membros contribuintes da sociedade - é claro que eles devem receber subsistência e suporte emocional. Ao mesmo tempo, todos os suportes darão em nada enquanto as famílias continuarem a lutar constantemente para atender as necessidades mais básicas de alimento, abrigo, segurança e educação, como tantas que vivem em condições atuais de pobreza. Para maximizar o potencial de uma nova geração, a atenção concentrada para todas essas necessidades será essencial; vamos investir sabiamente no futuro da juventude de hoje.

Notas

1. Em consonância com sua intenção integradora, este capítulo contém numerosas referências aos capítulos anteriores, nesse volume. No interesse da brevidade, nós nos referimos apenas aos autores e números de capítulo para cada uma dessas citações (em vez “Autor, este volume”, e o número do capítulo, como é a convenção).

2. Biologicamente mediados, mecanismos de proteção são também exemplificados por resultados recentes de investigação sobre a cooperação social. Alguns pesquisadores têm sugerido que altruísmo pode servir como função protetora (por exemplo, Werner & Smith, 2001), e Rilling e colegas (2002) mostraram que o altruísmo recíproco é associado com processamento de recompensa (núcleo accumbens, núcleo caudado, frontal ventromedial / córtex órbito-frontal e córtex cíngulo anterior rostral). Esse reforço positivo, por sua vez, pode ser fundamental na sustentação de comportamentos cooperativos sociais dos indivíduos ao longo do tempo (Rilling et al., 2002).

3. Nós usamos os termos pais e parentalidade para se referir a adultos que são os principais responsáveis pelos cuidados da criança e, obviamente, os adultos podem ser alguém que não sejam os pais biológicos.

4. Para os problemas comportamentos da juventude, o padrão inverso foi observado; no entanto, se as características de pares forem excluídas das cinco variáveis da comunidade (por causa de alguma redundância mútua; problemas de comportamento geralmente ocorrem com seus pares e, portanto, pressupõe pares desviantes), a porcentagem de variância explicada seria comparável, ou seja, .04 versus .03.

5. Os comentários de Ann Masten foram particularmente úteis para nós ao pensarmos sobre esse assunto.

6. Um exemplo existente entre as iniciativas deste tipo é Fight Crime: Invest in Kids, uma coalizão bipartidária anticrime de policiais, promotores e vítimas de violência trabalhando em conjunto para prevenir a criminalidade entre os jovens urbanos em risco (ver http://www.fightcrime.org/top.php).

7. Para exemplos de iniciativas contemporâneas multifacetadas com base na escola, consulte o 21st Century Community Learning Centers (2002) e Beacon Schools Initiative (Department for Education and Skills, 2002).

8. Para ilustrar, o Fight Crime: Invest in Kids reuniu extensivas provas de que bons programas de primeira infância e programas pós sala de aula são importantes na prevenção da criminalidade entre jovens em risco, e relatórios publicados por este grupo são amplamente disseminados para o público leigo e para os legisladores de políticas públicas (ver Fight Crime: Invest in Kids, 2002). Para obter exemplos adicionais de uma divulgação eficaz de investigação baseada em provas de relevância política, ver Internet-Based Child and Family Web Guide of Tufts University (http://www.cfw.tufts.edu) e o site Manpower Demonstration Research Corporation, uma organização não partidária social (http://www.mdrc.org).


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Research on Resilience: an Integrative Review


Suniya Luthar and Laurel Bidwell Zelazo

In Resilience and Vulnerability: Adaptation in the Context of Childhood Adversities, Edited by Suniya S. Luthar, Cambridge University Press, 2003.

The contributors to this volume have provided a wealth of information on childhood facing different life adversities, and in this concluding Chapter we provide a distillation of two sets of themes. The first encompasses conceptual and methodological issues in studies of resilience – which, as defined in this book, is a process or phenomenon reflecting positive child adjustment despite conditions of risk. Since its inception a few decades ago, various commentaries have let to refinements in the research on resilience, yet several important issues have remained either unclear or controversial. The introductory Chapter of this volume provides a succinct summary of this field at its initiation. In this Chapter, we draw from the cutting-edge research presented throughout this book to clarify critical issues of future work on this construct. In turn, we consider (a) distinctions between the risk and resilience paradigms; (b)approaches to measuring adversity and competence; and (c) various concerns about protective and vulnerability factors, including the differences between them, issues about the specificity effects, and the types of issues most usefully examined in future studies.

Contrasting with the focus on empirical research in the first half of this Chapter, the second half is focused on applied issues. At the heart of much resilience research is the desire to uncover salient protective and vulnerability processes that, if targeted in interventions, would substantially improve at-risk children´s odds of doing well in life. According, we integrate findings on risk modifiers from all Chapters in this book, discussing them in order of relative salience across different risk conditions and deriving associated directions for interventions. This is followed, in turn, by consideration of prevention efforts that are focused on mental health as well as behavioral resilience; directions for future applied research; and guidelines for future interventions designed within the resilience framework.

RESEARCH ON RESILIENCE: QUESTIONS AND CLARIFICATIONS

In integrating and clarifying the scientific approaches exemplified in this book, we begin at the broadest level, with considerations of the frameworks of risk versus resilience – the two approaches that have guided all Chapters. The coexistence of these two paradigms within this volume begs the question of whether they are essentially similar heuristic perspectives or, if they are different, what are the potential advantages and limitations of each.

Risk research versus resilience research

A perusal of the preceding Chapters should make it clear that there are more similarities than differences between the risk and resilience paradigms: unsurprising, as the latter grew from the former (see Masten and Powell, Chapter 1). At the most fundamental level, they share the same aims, with a focus on children facing substantial threats to wellbeing, and the goal of illuminating what shapes their adjustment. Working with the risk tradition, researchers have shown that good reading skills can reduce psychopathology (Zucker, Wong, Puttler, & Fitzgerald, Chapter 4), just as resilience researchers show that early achievement promotes later competence across multiple areas (Masten & Powell, Chapter 1).

Another area of similarity is the shared conceptual emphasis on the multidimensional nature of forces that affect children, as well as the transactional nature of child development. Major ecological theories, such as those of Bronfenbrenner (1977) or Sameroff ands Chandler (1975), are commonly applied in studies conducted within the risk as well as the resilience perspectives (e.g., see Gorman-Smith & Totlan, Chapter 16; Masten & Powell, Chapter 1).

Coexisting with the recognition of multiple influences are shared constraints in studying them: researchers in both traditions are forced to choose between breadth and depth of inquiry. The limits of social science research tools preclude the intensive study of all potentially important influences in any one investigation. Instead, our approach to knowledge accumulation is incremental, where studies involving relatively large numbers of discrete constructs, for example, complement those with fewer dimensions examined in depth. As illustrated by Sameroff, Guttman, anmd Peck (Chapter 15), the former can be critical in revealing the joint effects of ecological influences spanning both proximal and distal environments and ascertaining the unique contributions of each. Owens and Shaw (Chapter 11), on the other hand, demonstrate the value of the latter approach through in-depth consideration of different processes operating within the proximal environment of the family.

A methodological limitation common to both risk and resilience paradigms is lack of precision in measuring risk. Children with particular negative life circumstances are treated as homogeneous groups despite possible variations in the degree to which their lives are actually touched by the true risk processes (e.g., supportive grandparents may shield some children from maltreatment by alcoholic parents). Even as we acknowledge this limitation, however, it should be emphasized that it does not represent a fatal flaw for either risk or resilience research. Without question, there is value in continually refining our measurement approaches over time so that risks become more precisely quantified. In the interim, however, there is still much to be learned from studies in which the life adversity is treated as a global index connoting high statistical odds of maladjustment, and research is intensively focused on understanding the processes that substantially reduce those odds.

In terms of areas of divergence, at the broadest level, risk and resilience paradigms differ in the negative versus positive nature of focal constructs. In risk research, the outcomes examined usually have a negative valence (such as the presence of psychological disturbances), and influences of interest are also generally – though not always – negative in nature (such as parents´ mental illness or low income; see Seifer, Chapter 2). Resilience research, by contrast, explicitly encompasses positive and negative dimensions of both outcomes and predictors. Studies are focused on functioning that is clearly adaptive, considering the risks experienced, and this can be defined in terms of the absence of disease as well as the presence of positive well-being or competence (see Luthar, Cicchettti & Becker, 2000a; this issue is also further clarified later in this Chapter in discussions of operational definitions). Predictors, similarly, include not only those that can lead to disease but also salutary influences that engender good health.

An advantage of this explicit focus on positives is that can impel scientists to adopt fresh mind sets, leading them to consider strengths among groups usually thought of in terms of problems or failures. Notably, this attention to positives goes beyond focusing on the salutary end of double-edge constructs (Stouthamer-Lober et al., 1993) such as intelligence – which can connote problems at one extreme and benefits at the other – to also consider variables that do not signify problems even at the lower extremes, such as altruism. Thus, urban poor teens might be appraised not only in terms of whether they avoid incarceration, but also in terms of their optimism or prosocial behaviors. Influences considered might include not just negative ones such as gang membership, but also positive constructs such as peer group loyalty or ego strength. As scientific mind sets on at-risk groups are thus expanded, there are related advantages for interventions. This more inclusive approach has the potential to engender more innovative intervention strategies, and disenfranchised groups tend to be more receptive when program goals reflect some acknowledgement of their strengths rather than simply seeking to circumvent abject failures (see Cicchetti, Toth, & Rogosh, 2000; Masten & Powell, Chapter 1).

Although the explicit focus on positive behaviors and processes may have some benefits, the resilience paradigm is by no means without pitfalls, and the greatest among these is the potential to foster perspectives that blame the victim (Luthar et al., 2000a). The very term resilience is construed by many to represent a personal trait that allows some at-risk youth to succeed in life, with the corollary, of course, that those who do poorly are personally responsible for their problems. Chapters in this volume amply illustrate the erroneousness of this inference: Resilient trajectories are enormously influenced by processes arising from the family and the wider environment.

To avert such damaging misimpressions, several precautions have been noted for future studies conducted in resilience framework (Luthar & Cicchetti, 2000). Most important, all reports should include clear definitions of resilience, unequivocally stating that it refers to a process or phenomenon and not a trait. Additionally, it is best to avoid using the term resiliency, which carries the connotation of a personality characteristic even more so than does resilience. Finally, it is prudent to avoid using the term resilient as an adjective for individuals and apply it, instead to profiles or trajectories, because phrases such as resilient adaptation carry no suggestion of who (the child or others) is responsible for manifest risk evasion.

In future research, scientists´ decision on whether to invoke the risk or resilience framework will depend partly on personal judgments about ultimate research objectives. When the central goal is to maximize prediction of child outcomes, the risk paradigm may be the preferred one, as many risks considered together explain more variability in outcomes than do any considered individually (Masten & Powell, Chapter 1). For applied scientists focused on determining how best to maximize wellness (with attention to malleable strengths as well as problems), the resilience paradigm may often be the one of choice; but these researchers must be particularly careful in attending to various conceptual and methodological complexities in implementing their work.

The need for this extra vigilance in conducting resilience research stems from at least three factors. First, the very fact of the explicit focus on modifiable modifiers implies that findings from these studies can be used in delineating salient priorities in social policies and interventions. Second, the literature contains a growing number of investigations invoking the term resilience. Third, there are in fact many complexities surrounding major concepts in research in resilience, as a result of which misunderstandings or misinterpretations have occurred frequently. In the spirit of maximizing the clarity and scientific rigor of future investigations in this field, therefore, we address the more critical of these issues, illustrating them with examples gleaned from Chapters in this book.

Defining resilience: approaches to measuring risk and positive adaptation

In designing empirical studies of resilience, the first task confronting all researchers is the operationalization of the term resilience itself. Investigators seeking to study this construct frequently ask how they might “measure resilience”, and Chapters in this volume converge in demonstrating that (a) resilience itself is never directly measured; (b) it is inferred based on direct measurement of the two component constructs, risk and positive adaptation.

Considering the two components in turn, a life condition might qualify as a risk indicator if it is significantly linked with children´s subsequent maladjustment in important domains. For example, children from divorced and remarried families are two or three more likely to show psychological and behavior problems than those in nondivorced families (Hetherington & Elmore, Chapter 8). Among children exposed to community violence, as many as 25% can meet diagnostic criteria for Posttraumatic Stress Disorder (Gorman-Smith & Tolan, Chapter 16). If the incidence of problems were no greater than those in normative populations, then the indicators in question could not be used to represent risk in studies of resilience.

Positive adaptation is that which is substantially better than what would be expected given exposure to the risk circumstance being studied. Constructs used to represent this dimensions must be developmentally appropriate, as well as conceptually relevant to the risk examined in terms of both domains assessed and stringency of criteria used. Among at-risk toddlers, for example, competence might be assessed in terms of secure attachments to caregivers (Seifer, Chapter 2), whereas for school-age children, appropriate indicators might include success at school (Wyman, Chapter 12). When communities carry a high risk for antisocial problems, it would be particularly relevant to assess socially conforming behaviors (seidman & Pedersen, Chapter 13), whereas among children of depressed parents, the absence of depressive diagnosis would be of special significance (Hammer, Chapter 3). With regard to stringency of criteria, decisions to define resilience in terms of excellence in functioning or absence of psychopathology must depend on the seriousness of the risks under consideration: for children facing serious traumas, it is entirely appropriate to define risk evasion simply in terms of the absence of psychiatric diagnosis rather than superiority in everyday adaptation (Masten & Powell, Chapter 1).

Competence must also be defined across multiple spheres, for overly narrow definitions can convey a misleading picture of success in the face of adversity (Gorman-Smith & Tolan, Chapter 16). When using variable-based strategies such as regressions, researchers can consider the multiple domains assessed within separate analysis (see Luthar, D´Avanzo, & Hites, Chapter 5) or, alternatively, integrate scores in composite indicators by adding standardized values (Bolger & Patterson, Chapter 7). When person-based analyses are used, cross-domain adjustment can be appraised by stipulating minimum cutoffs representing success in each of many domains and then identifying the children who meet the criteria across all of them (Owens & Shaw, Chapter 11). Whichever strategy is chosen, it is important that scientists explicitly note in their reports that success in the particular domain examined cannot be assumed to generalize to other important spheres; resilience is never an all-or-nothing phenomenon.

As various definitions of positive adaptation are considered n future research, it is important that we broaden our conception to go beyond facets of children´s psychosocial adjustment. Particularly needed is more consideration of biological indicators. In the Foreword to this volume, Cicchetti has effectively explained the importance of biology, citing several empirical findings indicating that social and psychological experiences can engender changes in neuronal connections as well as gene expression, and that these, in turn, can be critical in maintaining behavioral anomalies provoked by life stressors. Also noted is the value of considering physiological indicators such as stress hormones in evaluating individuals´ reactions to distressing experiences (see also Szalacha et al., Chapter 17).

In addition to using biological outcomes, it may be more appropriate, in some instances, to operationalize positive adaptation in terms of the family rather than the child. As Seifer (Chapter 2) has argued, infants and even toddlers are still too young to be judged reliably as manifesting resilience because their functioning is so integrally regulated by others. At these young ages, therefore, it may be more logical to operationalize positive adjustment in terms of the mother-child dyad or family unit.

Positive adaptation: a good outcome or a protective factor?

Previous studies on resilience have reflected the interchangeable examination of some positive constructs (e.g., high self-esteem or ego strength) as outcomes in some instances but as predictors in others, engendering questions about what determines these choices (see Hammen, Chapter 3). As illustrated by Chapters in this volume, research decisions in this regard must be based on a coherent conceptual rationale reflecting high relevance to the specific questions that are addressed. To illustrate, Bolger and Patterson (Chapter 7) considered good peer relationship as an outcome domain, as they sought to understand what helps maltreated school-age children achieve success in this critical age-salient task. By contrast, Seidman and Pedersen´s (Chapter 13) goal was to explore ramifications of relationships for adolescents´ personal psychopathology, and accordingly, they considered peer and family relations among the major predictors.

The preceding examples illustrate that the interchangeable examination of constructs as predictors and as outcomes should not be seen as reflecting confusion in the resilience literature; quite to the contrary, it is essential for advancing scientific knowledge. Human development involves reciprocal linkages over time across many overlapping set of constructs, and there is value in understanding pathways (or predictors) that lead to each of the many critical nodes (or outcomes) within matrices of interrelated indices. Thus, it is as useful to identify major pathways to school readiness (Reynolds & Ou, Chapter 18) as it is to know that good early reading skills reduce the risk for later psychopathology (Zucker et al., Chapter 4). From the perspective of interventions, both findings are useful in suggesting how we might set into motion what Masten (2001) calls cascading effects, where changes in one subset of constructs have the potential to yield significant benefits in other overlapping spheres.

Protective and vulnerability factors

Although prior studies have engendered questions about defining risk and positive adaptation, there has been more controversy surrounding the two other pivotal constructs in resilience research: protective and vulnerability factors, which respectively mitigate or exacerbate effects of the adversity condition. In discussions that follow, we consider four of the more frequently debated issues: (a) whether protection and vulnerability are opposites on a single continuum or qualitatively distinct; (b) the degree to which processes in resilience are the same as those that predict positive adjustment in general; (c) the role of interaction effects in interfering protective processes; and (d) the appropriateness of different labels in describing particular patterns of findings. After discussing these four issues, we delineate specific themes that most warrant empirical attention in future studies of protective and vulnerability processes.

Protection and vulnerability: the same continuum or qualitatively distinct?

As will be elucidated with examples in ensuing discussions, protective and vulnerability factors often do represent two extremes on a single continuum. On the other hand, some indices can only create disorder but not excellence, whereas others can do only the reverse. Still others can be involved in curvilinear effects, being most beneficial at medium levels rather than at either low or high extremes.

To elaborate on the first of these possibilities: several constructs on continuous scales can engender maladjustment at one extreme as well as excellence at the other. Intelligence, for example, could hypothetically be spoken in terms of protection or vulnerability because high levels can lead to scholastic excellence, just as a low IQ can result in academic failure. In deciding between these two terms within particular studies, it can be helpful to examine the distribution of scores on the outcome variable, as illustrated in the examples provided in figure 21.1. In each graph, the vertical axis represents social competence outcomes (e.g., teacher ratings), with a sample mean of 0 and a standard deviation of 1. The left and right markers on the horizontal axes connote absence and presence of risk, respectively, and the solid and dotted lines represent high and low intelligence, respectively. Labels used for the different patterns indicate whether, in the presence of risk, (a) high IQ is protective, enabling unusually high competence or (b) low IQ confers vulnerability, implying significant maladjustment; (c) the terms protective and vulnerability could each be used (with neither involving exceptionally large deviations from the average). Stouthamer-Loeber and colleagues (1993) provide similar examples using data on psychopathology rather than competence as an outcome, elucidating protective factors that suppress serious nondeviance, and vulnerability factors that promote serious deviance (see also Luthar et all., 2000a).


FIGURE 21.1: Labels for illustrative patterns of findings. In the presence of risk, (a) high IQ is protective and (b) low IQ confers vulnerability; (c) the terms protective and vulnerability, can be appropriately used. Note: competence here has a sample mean of 0 and a standard deviation of 1.

In his overview commentary Chapter in this volume, Rutter (Chapter 20) has explained ways in which risk modifiers can exert effects only at one but not the other extreme. Having a teenage mother, for example, is associated with various vulnerabilities, but being born to an older mother does not imply unusually positive adjustment. In parallel fashion, having musical or artistic talent can be beneficial in engendering many experiences of success over time, but being tone deaf does not imply that a child is more vulnerable than the average. Rutter has also noted the possibility of curvilinear effects where benefits are greatest at moderate levels of the risk modifier. To illustrate, a dearth of closeness with parents can be destructive, as can a surfeit of closeness or enmeshment (see Hammen, Chapter 3), and low self-esteem can cause maladjustment, just as excessively high levels can lead to conduct disturbances (Wyman, Chapter 12).

Protective factors: specificity versus generality

Among the most hotly debated issues in resilience research (see Luthar, Cicchetti, & Becker, 2000b; Luthar et al., 2000a; Roosa, 2000) is whether predictors of resilience (or competence in the presence of risks) are synonymous with predictors of competence in general, and Chapters in this book contain much evidence that is of relevance. The contextual specificity of developmental influences is most strongly underscored by Wyman (Chapter 12) via several examples from the Rochester Child Resilience Project. Positive expectations for the future were salutary for many youth in this study but were linked to academic disengagement among those with conduct problems. For children to have low expectations of their parents was generally deleterious, but it was helpful for youngsters in highly dysfunctional families. Similarly, Szalacha and colleagues (Chapter 17) note that dismissing others´ negative views of oneself may often reflect maladaptive denial, but it can be adaptive among groups commonly experiencing discrimination. Parental strictness, which is generally viewed as detrimental for children, has been found to benefit inner-city teens in more than one instance (Cauce, Stewart, Rodriguez, Cochran, & Ginzler, Chapter 14; Sameroff et al., Chapter 15).

Apart from such findings that discrete constructs are uniquely salient in specific risk conditions, conceptual considerations indicate, further, that the pathways collectively leading to child well-being must necessarily differ with and without major life adversities. Consider, for example, the role of parent-child relationships. Consistently supportive and responsive parenting is among the most robust predictors of children´s well-being (Masten, 2001), and such parenting, is to a greater or lesser degree, threatened by all the risks considered in studies of resilience. At one extreme is child maltreatment, which by definition implies disturbed family relations. Diverse negative effects of parenting have been documented for risk ranging from chronic poverty (see Owens & Shaw, Chapter 11) to parental mental illness (Seifer, Chapter 2) and family disruptions such as divorce (Hetherington & Elmore, Chapter 8). Thus, for many at-risk children, everyday competence may not be predicated from consistently positive parent-child relationships (among the most potent predictors of well-being among youth in general); in many instances, something else must be invoked.

Of course, one might argue that many divorced or substance-abusing mothers are in fact satisfactory parents, and in such instances, it may well be their nurturance that underlies their children´s success (again, implying similar predictors as for children in general). Without question, this is true. However, it is worthwhile to consider that even in these instances, it is often extraordinary for the parents to sustain positive functioning across critical domains. Maintaining optimal parenting is difficult enough under normal life circumstances; to do this in the face of stressors such as depression or homelessness is clearly noteworthy and must eventuate from additional positive influences (e.g., support from family or friends, high personal ego strength, or availability of mental health services).

As scientist continue to debate the specificity versus generality of health-promoting influences, therefore, it would be useful to consider that even on conceptual grounds, there cannot be congruence in the antecedents of success with and without major risks. Cicchetti and Rogosh´s (1996) important notion of equifinality, which emphasizes that there can be heterogeneous pathways to particular disorders across different individuals, applies as much to competence as it does to psychopathology. If researchers consider the mosaic of paths leading up to children´s well-being (rather than individual constructs or nodes on these), there will inevitably be variations, depending on the presence of major life adversities.

INTERACTION TERMS. Related to preceding effects are recurring questions about whether statistical interaction effects are necessary to infer specificity of processes (e.g., Luthar et al., 2000b), and Chapters in this volume indicate that these are important but by no means definitive. The presence of such effects can be critical in illuminating variations in socializing processes, establishing pronounced benefits in one group but not the other (Wyman, Chapter 12). On the other hand, the converse is not true. As Owens and Shaw (Chapter 11) indicate, the absence of interactions effects can simply be an artifact on the research design, deriving from close matching of the groups involved (often obligatory to rule out ethnic or social class differences as potential confounds in findings). It is more than likely that if comparisons were to involve minority children of single, substance-abusing impoverished mothers with Caucasian sons of married, alcoholic fathers (see Luthar et al., Chapter 5, and Zucker et al., Chapter 4), some substantive differences would emerge in the salient predictors of competence in each.

Interaction effects are also usually small in magnitude and thus difficult to detect via variable-based analyses (Owens & Shaw, Chapter 11; Rutter, Chapter 20), and Seidman and Pedersen (Chapter 13) elucidate alternative strategies that may usefully be considered in future research. These authors conducted cluster analysis to determine whether benefits of adolescents´ engagement in particular domains (such as athletics, religion, and employment) would depend on the number and type of other activities in which they were invested. Results showed in fact that the benefits of investment in any single domain depended on the diversity of other domains which the youth was simultaneously involved. To examine such conditional links via variable-based regression analyses would necessitate several three-order- interaction terms, which, again, are highly unstable and hard to find. In future studies, then, it would be useful for resilience researchers to employ person-based analyses not only to compare groups of manifestly resilient and nonresilient children on discrete attributes (e.g., via analyses of variance, see Bolger & Patterson, Chapter 7; Zucker et al., Chapter 4), but also to assess the implications of different combinations of risk, vulnerability, and protective influences in their lives (e.g., via cluster analysis).

LABELS AND TERMINOLOGY. These questions about interaction effects lead, in turn, to controversies about the types of associations that are appropriately described as reflecting protective process, that is, those based only on interaction effects or those involving main effects as well. As originally used by pioneer in this field, Michael Rutter (1987) and Norman Garmezy (Garmezy, Masten & Tellegenm 1084), the term protective factors referred to only the former, wherein benefits accrued in the presence of risk conditions but not in their absence. Subsequently, however, resilience researchers have tended to use this term to refer to all associations found among at-risk groups, regardless of whether there were benefits for others.

Recognizing these issues, Luthar and colleagues (2000a) suggested that the term protective be used in the broader, colloquial sense, referring to all links involving at-risk groups (with more elaborated terms for interaction effects, such as protective-stabilizing) – but Sameroff and colleagues´ discussions (Chapter 15) suggest that even this can be problematic. Colloquially, the term protective implies some type of shielding from the effects of the risk, and this certainly may be true for many constructs so labeled, such as sensitive parenting or community cohesiveness. Many others, however, such as musical talent or emotional expressiveness, do not shield the child but rather independently yield benefits such as frequent success experiences. For such constructs, it may in fact be more appropriate to use terms such as promotive, as originally suggested by Garmezy and colleagues (1984), or other synonyms such as salutary or beneficial, none of which imply that the construct serves as a barrier that insulates the child from the risk.

Reaching consensus on such issues will undoubtedly the critical (as scientific classifications structure domains of inquiry; see Luthar et al., 2000a), but at the same time, it should not be viewed as an immutable road block precluding research that is of any value. Until we arrive at universally employed operational terminology, the resilience field can in fact be moved forward as long as scientists ensure precision and clarity in defining major terms. As exemplified by chapters in this volume, investigators must indicate what exactly they mean in using all pivotal terms in their own studies: resilience, risk, competence, vulnerability and protection (and whether the last two are inferred from main-effects, interaction effects, or both). In addition, as Cauce and colleagues (chapter 14) note, there must be greater precision in communicating findings, with specification of the contexts, conditions, and constructs underlying interpretations offered. Much as psychotherapy research progressively moved from questions of “Does therapy help?” to more differentiated ones such as “What type of therapy works for whom and under what circumstances?”, resilience researchers would do well to present more differentiated conclusions, such as “Realistic control was linked with emotional resilience in the face of parental depression” or “Teacher support apparently facilitated academic resilience in high-crime communities”.

Future directions: considerations in studying protective and vulnerability factors

In the past, resilience researchers have been criticized for examining largely unvarying lists of protective and vulnerability factors – with variables chosen simply because of correlations in prior studies rather than because of conceptual considerations. As Luthar et al. (2000a) have noted, it is critical that future studies be presented within cogent theoretical frameworks, with explicit conceptual consideration of the forces most prominent in the specific risk condition and the developmental period that is examined. Studies reported in this volume exemplify this practice. With a shared focus on law-income families, Owens and Shaw (Chapter 11) and Luthar and colleagues (Chapter 5) each examined aspects of mothers´ well-being and parenting, based on the argument that these constitute major problems in the context of urban poverty. Other constructs were chosen based on prominence in the developmental stage studied, for example, quality of attachments in the former study involving young children and exposure to community violence in the latter investigation involving older youth.

Aside from ensuring conceptual salience of the indices chosen for study, resilience researchers would do well to broaden the types of protective and vulnerability factors examined in future studies. Prominent in this regard, again, are aspects of biology and genetics, as elucidate by Cicchetti (Foreword), by Curtis and Nelson (Chapter 19), and by Rutter (Chapter 20). Collectively, these authors provide several examples to show that not only do biological factors affect psychological processes, but in addition, psychological experiences can substantially modify the structure and functioning of the brain.²

Also warranting more attention are risk modifiers operating during the adult years. Although most resilience research has involved children, trajectories can be altered significantly later in life too, and there should be greater examination of protective and vulnerability processes unique to adulthood such as career changes, and having children (see Masten & Powell, Chapter 1; Rutter, Chapter 20).

Apart from exploring risk modifiers rarely considered so far, researchers must continue to examine the precise mechanisms underlying factors that are known to have beneficial or harmful effects. With evidence that teacher support is significantly related to children´s competence, for example, it will be important to disentangle the various ingredients that might underlie those benefits, such as those based on the availability of a supportive confidante, a role model, or a mentor who encourages academic excellence. Such consideration of underlying processes will be particularly important for findings of paradoxical effects, wherein constructs usually positive in valence are deleterious or the reverse. To illustrate, closeness to parents is generally health-promoting, but emotional distance and firm boundaries from parents can sometimes be beneficial (see Hammen, Chapter 3; Seidman & Pedersen, Chapter 13; Wyman, Chapter 12). It is helpful for bereaved children to talk about their loss, but among bereaved adults, the suppression of negative emotion can be more adaptive (see Sandler, Wolchik, Davis, Haine, & Ayers, Chapter 9). Across such all instances, there is value in studies illuminating the precise conditions under which there is a reversal of effects that are commonly seen.

Apart from mechanisms underlying known protective and vulnerability factors, also needed is more attentions to the mediators of the major adversity conditions (more often studied by risk than resilience researchers). To illustrate, maternal depression can affect children through various environmental process including conflict between parents, stressful events in the family, children´s modeling of ineffective comping styles, and negative parenting behaviors ranging from inattentiveness to enmeshment (Hammen, Chapter 3). As Rutter (Chapter 20) has underscored, knowledge of the relative salience of these mechanisms is invaluable for interventions in terms of identifying the specific conduits that should be targeted in most effectively inhibiting the transmission of risk.

In a related vein, also needed is more careful attention to disentangling third variables that might be proxies for risk, that is, constructs that may actually carry much of the adversity that is widely attributed to a co-occurring condition. To illustrate, parental psychopathology that predates marriage (and subsequent marital difficulties) may often be responsible for the child maladjustment that may otherwise be attributed to divorce (Hetherington & Elmore, Chapter 8). Depressive problems and life stressors co-occurring with maternal drug addiction may contribute as much or more to the child psychopathology that is typically attributed to mother´s substance abuse (Luthar et al., Chapter 5).

Finally, there is a need for greater consideration of cross-cultural variations in resilience processes. The literature in this field (as in developmental psychology more broadly) is markedly lacking in international perspectives, and it will useful to illuminate the types of risk modifiers that tend to be highly robust across widely disparate cultural contexts and those more idiosyncratic to particular settings (e.g., Masten & Hubbard, 2002).

Summary: conceptualizing and designing studies of resilience

Chapters in this volume elucidate several complex issues involved in the relatively young field of resilience, clarifying various points of confusion and illustrating issues critical for future studies. To begin with the distinctions between the risk and resilience paradigms: The two are far more similar than different. Both are focused on understanding pathways in adjustment of at-risk children, and both have many of the same approaches to scientific inquiry as well as constraints in the methods used. Resilience research involves explicit attention to positive outcomes and influences (in addition to negative ones). This can enhance scientific attention to the strengths of groups usually perceived in terms of failures and, concomitantly, can enhance receptiveness to interventions. At the same time, however, the very use of the term resilience can inadvertently foster views involving blaming the victim. To avoid such misunderstandings, researchers must explicitly state in their reports that they are studying a process or phenomenon, and not a personal attribute of the child.

Studies in this volume show that the construct of resilience itself is never directly measured; it is inferred based on the presence of both risk and competence. Risk indices are constructs that have significant statistical links with child maladjustment, and competence indicators are those representing relatively good outcomes – the presence of health or the absence of disease, depending on the nature and severity of the risk under study. Competence should be assessed in terms of multiple theoretically important domains, and in future studies there is value in considering fresh approaches to operationalizing positive adaptations, including those based on biological indices and on the functioning of the family rather than the child.

Protective and vulnerability factors sometimes represent two extremes of the same continuum, and choosing between the two terms in presenting research findings can be facilitated by considering the actual distribution of scores. By their very nature, however, some indices can only create vulnerability and not unusual well-being (e.g., young age of mothers), whereas others can do only the reverse (e.g., high musical ability). Still others may have curvilinear effects, with maximal benefits at moderate levels rather than either extreme (e.g., positive self-views).

Conceptually, there will always be some variations in the pathways that eventuate in children´s psychological health in the presence versus the absence of major life adversities. At very least, good parenting, among the most robust predictors of children´s well-being, will necessitate additional resources in families that are contending with problems such as mental illness or chronic poverty, compared to those that are not. Empirically, statistical interaction effects are useful to establish specificity of processes. On the other hand, their absence does not necessarily establish universality of influences but instead can be an artifact of design and methods, due, for example, to the similarity of groups contrasted and the small effect sizes of interaction terms. In future studies, conditional effects of risk modifiers should be considered via person-based statistical analyses in addition to variable-based ones.

Many positive characteristics of children or families are usefully examined both as predictors and as outcomes in studies of resilience. Researchers must demonstrate the conceptual appropriateness of designating particular constructs as predictors versus outcomes in relation to the specific research questions that are being considered.

In selecting from among potential protective and vulnerability factors to be examined in future research, it is not helpful simply to seek to reestablish the salience of an often examined generic list of risk modifiers. To substantively advance knowledge, there is value in studies focusing on (a) forces of high conceptual salience in particular high-risk contexts; (b) little examined and likely important risk modifiers such as biological and genetic indices and those operating during adulthood; (c) constructs that explain the underlying mechanisms of known protective or vulnerability factors; (d) those implicated in the transmission of risk, including proxies for the focal adversity condition; and (e) processes salient across different cultures, such that there comes to be an enhanced international perspective in the literature on resilience.

INTERVENTIONS BASED ON RESILIENCE RESEARCH

Shifting the focus from basic research to applied science, in the second half of this Chapter, we appraise evidence within this book to discern directions for interventions. Consonant with the broad goals of resilience research, the bulk of this section is focused on conclusions pertaining to protective and vulnerability influences that are salient across different risk conditions and the associated implications for conceptualizing interventions. It should be noted that our attempt here is not to catalog individual risk modifiers prominent in particular risk conditions (richly described in each chapter) but, rather, to distill the substantive overarching messages that derive across them considered collectively. Following these discussions of risk modifiers, we consider existing evidence on limits to resilience – in particular, the existence of emotional distress despite manifest competence – and discuss these findings in terms of current priorities in prevention, treatment, and heath care. We then delineate issues probably considered in future research that is of an applied nature, and conclude the chapter with a summary of guidelines for future resilience-based interventions.

Salient Risk Modifiers: Influences Involving the Family, the Community, and the Child

Reverberating throughout chapters in this book is a strong emphasis on the child´s environment and, in particular, the proximal environment of the family. High levels of vulnerability are induced with disturbances in the parent-child relationship and in caregivers´ personal adaptation.³ Owens and Shaw (Chapter 11) report that impoverished infants with insecure attachment to their mothers were more than twice as likely to show later maladjustment as those with secure early attachment. Among maltreated children, positive adaptation is uncommon and, even when displayed, tends to be unstable over time (Bolger & Patterson, Chapter 7). Fergusson and Horwood (Chapter 6) report that youth exposed to multiple early family adversities showed almost twice as much serious psychopathology as did their low-risk counterparts. Children of mentally ill parents tend to manifest elevated problems through the life span and across multiple domains, including difficulties in school, problems with everyday social adjustment, and psychiatric disorders (Seifer, Chapter 12). Zucker and colleagues (Chapter 4) report that among young children with high parental psychopathology (one parent an antisocial alcoholic, two parents currently alcoholic, or both), the evidence of high adjustment problems was almost five times that of children in low-risk families, and Hammen (Chapter 3) indicates that among offspring of depressed mothers, as many as 8 out of 10 can show a psychiatric disorder by their adolescent years.

Whereas these authors elucidate the vulnerability induced by disturbances in families, other contributors, in parallel, highlight the substantive benefits that derive from positive family functioning. We summarize here excerpts from concluding statements. Based in their longitudinal studies of children of poverty, Yates, Egeland, and Sroufe (Chapter 10) strongly underscore the power of responsive, supportive early family environments: “It is within a framework of available care and positive self-regard that the child develops adaptive emotion regulation patterns, flexible problem-solving skills, and a expectation of success in the face of adversity”. Data on two cohorts of school-age children in poverty led Wyman (Chapter 12) to conclude that “(a) functional family environments were strongly protective for children in buffering them from many chronic adversities, and (b) children´s competence in adversity often reflected considerable resilience of parents and of family systems”. Sandler and colleagues (Chapter 9) conclude that their programmatic studies “converge on identifying the critical role of parenting as a resilience resource for both bereaved children and children of divorce”. Hetherington and Elmore (Chapter 8) state that “A close relationship with a supportive adult, most often an authoritative parent, plays a critical role in promoting the well-being of children in all families, but seems to be especially salient for children confronting the challenges of divorce and life in a single-parent family or stepfamily”. Collectively, these statements indicate the strong protective effects of positive family forces across diverse at-risk groups and during various developmental phases.

Chapters in this volume also clearly establish that although there are generalities about what constitutes good parenting – for example, consistency in affection and limit-setting – specific dimensions are often required in addressing challenges that are unique to particular adversities. To illustrate, in inner-city neighborhoods, it is particularly beneficial when parents can restrict their children´s exposure to antisocial peers or neighbors, for example by limiting the places are allowed to go or by using adult chaperones (Cauce et al., Chapter 14). For children facing parental depression, it is important that they understand that they are not personally responsible for family problems (Hammen, Chapter 3), and for those experiencing parental divorce, consistency in everyday schedules (e.g., meal times) can be critical (Sandler et al., Chapter 9). Finally, minority youth can benefit substantially when parents provide socialization that fosters a strong ethnic identity and ethnic pride (Szalacha et al., Chapter 17).

Following the family, chapters in this volume elucidate the importance of influences in the community. This is most vividly evident in the context of urban poverty, where children are affected indirectly through their parents as well as more directly. As Cauce and colleagues (Chapter 14) note, the problems of inner-city children cannot attributed simply to their families´ pathologies, for prolonged exposure to poverty-ridden, violence-prone urban settings can debilitate the most competent parents. The dangers posed in such settings, along with the stresses of everyday family poverty, can sharply impair parents´ well-being and efficacy, and also foster feelings of depression, frustration, and hopelessness (Gorman-Smith & tolan, Chapter 16; Owens and Shaw, Chapter 11). In terms of direct vulnerability effects on children, diverse processes have been highlighted throughout this book including witnessing of and victimization by community violence, exposure to antisocial peers, experiences of racial discrimination, and attendance at poor-quality, under resourced schools (Cauce et al., Chapter 14; Gorman-Smith & Tolan, Chapter 16; Zsalacha et al., Chapter 17).

By the same token, there is evidence of positive community forces that can compensate for the risks of urban poverty. Gorman-Smith and Tolan (Chapter 16) note that families can benefit substantially when there is high support and cohesion among neighbors, as sense of belonging to the community, and proactive supervision of youth by other adults. In terms of protective factors directly touching children, Reynolds and Ou (Chapter 18) underscore the benefits of integrative preschool interventions fostering school readiness. For older youth, involvement in structured afterschool activities can mitigate the risk for delinquency deriving from antisocial peers (Wyman, Chapter 12), as can engagement with peer groups that endorse prosocial behaviors (Seidman & Pedersen, Chapter 13).

Although families and communities can each exert powerful negative and positive influences on children, families assume some level of conceptual precedence because they are temporally prior and more proximal to the child. As Yates et al. argue (Chapter 10), early family relationships profoundly shape children´s capacities to engage with psychosocial environments later in life and to utilize resources such as those inherent in good interpersonal relationships. Gorman-Smith and Tolan (Chapter 16) cite evidence dating back to World War II, where distress levels of children exposed to bombing raids depended largely on the degree to which their mothers remained calm. These authors also report more recent findings that the risks of violent inner-city neighborhoods affect children chiefly when they erode the stability of their homes; when families are able to provide a dependable structure and emotional support, children´s problems tend to be lower. Similar inferences derive form empirical studies presented in this book. Among older children and adolescents in poverty, Luthar and colleagues (Chapter 5) found that effects of maternal stress remained significant even after considering various community and child attributes. Similarly, analyses reported by Sameroff et al. (Chapter 15) show that the three family variables considered (interactions, parents´ mental health, parents´ socioeconomic status) explained more unique variance that the five community variables combined in predicting both adolescents´ mental health (.09 versus .04) and youth academic achievement (.07 versus .04).⁴

Following familiar and community influences on resilience are child attributes. Studies have indicated the protective potential of various child characteristics such as high intelligence, internal locus of control, good coping skills, and easy going temperament (e.g., Ferguson & Horwood, Chapter 6; Hammen, Chapter 3; Masten & Powell, Chapter 1; Zucker et al.; Chapter 4). At the same time, several authors note that all things considered, children´s own characteristics are likely to be less influential than aspects of the environment in promoting and sustaining resilience (e.g., Cauce et al., Chapter 14; Gorman-Smith and Tolan, Chapter 16). Reporting on their programmatic research, Sander and colleagues (Chapter 9) state that they found powerful effects of families but that the evidence was “more limited or inconsistent concerning the effects of individual-level resilience resources. “Based on several studies by their group, Sameroff and colleagues (Chapter 15) conclude that multirisk children with high personal resources can manifest more problems over time than economically advantaged children with low personal efficacy: “The negative effects of a disadvantaged environment seem to be more powerful contributors to child achievement at every age than the personality characteristics of the child”.

Such evidence of the circumscribed power of positive children´s attributes may sometimes reflect the susceptibility of these traits to environmental influences, and this is exemplified in findings on intelligence (among the most widely cited child protective factors). Yates and colleagues (Chapter 10) caution that in the absence of early environment data, researchers may often mistakenly infer that it is intelligence that is protective, whereas different conclusion may derive when such data are available. Using their own longitudinal data, these researchers established in fact that children´s school competence was better predicted by the quality of their early environment than by their IQs. Corroborating these arguments is evidence from both natural experiments involving children and laboratory experiments with animals. In an article on children in Romanian orphanages, where caregiving conditions were described as poor to appalling, Rutter and colleagues (1998) reported that institutionalized infants had mean cognitive functioning scores in the mentally retarded range. However, longitudinal evaluation showed catchup effects with changed environments: Babies who were adopted by 2 years of age by families in the United Kingdom lost their profound early deficits and, by the age 4, came to show near-average developmental status. Consonant with these findings are Curtis and Nelson´s conclusions deriving from their rich exposition of laboratory studies (Chapter 19). Early enriched environments have been found to engender substantial gains in animal´s neurochemical, physiological, and neuroanatomical functioning, with the last including increases in the weight of the brain and structural modifications of the cerebellar cortex. Viewed in tandem, these data provide powerful testimony to the deleterious effects of early deprivation on cognitive functioning, as well as the beneficial effects of salutary environmental conditions.

Chapters in this book contain other examples of instances where other child attributes commonly labeled as protective factors can be shaped substantially by the environment. For example, Sandler and colleagues (Chapter 9) showed that among children of divorce, child cognitions and dimensions of self-esteem both affect psychopathology, but these child attributes are themselves affected by parental warmth. Bolger and Patterson (Chapter 7) showed that early onset on maltreatment reduces the ability of children to maintain an internal locus of control. Other research has shown, similarly, that when teachers are perceived as cold and inconsistent, students tend to lose their convictions over time, that they produce their own academic successes and avoid failures (Skinner, Zimmer-Gembeck, & Connell, 1998).

Although admittedly alterable by external influences, child protective attributes must not by any means be considered inconsequential in themselves for a variety of reasons.⁵ Most fundamentally, characteristics of children and their environments are inextricably linked in transactional developmental processes, so much so that is sometimes difficult to label them categorically as one for the other (see Owen and Shaw´s discussions on secure attachment status in Chapter 11). In addition, the relative influence of child and environment characteristics will inevitably shift over time: adolescents are far more able to shape what happens in their own lives than are preschoolers. Finally, if risk is “held constant”, children´s strengths can in fact be associated with competence outcomes. To illustrate, among a group of youth raised by parents with serious mental illness, those with high intelligence are likely to fare significantly better than those who are less intelligent (notwithstanding that neither group may fully realize what they are innately capable of achieving).

It should also be noted that the previously described malleability of child protective attributes does not necessarily extend to negative ones connoting high vulnerability. In fact, the latter can impose fixed limits to what can be accomplished, retaining ascendancy over environmental influences (at least until such time as we are able to alter genes). To illustrate, a child with severe mental retardation will not master all the skills necessary for self-sufficient living regardless of the best instruction offered, and children with high generic loadings for antisocial personality disorder may struggle to maintain behavioral conformity through out their lives (Rutter, Chapter 20). In sum, then, child vulnerability factors can impose ceiling effects on what children can accomplish on the disorder-normal continuum, even though positive attributes clearly do not impose parallel floor effects on the normal-excellent continuum (i.e., guaranteeing a certain minimum level of success irrespective of environmental toxins).

In concluding these discussions of the triad of risk modifiers, we must emphasize that our placement of child attributes last in the sequence does not, in any way, reflect perspectives than undermine what children themselves to do overcome the adversities. Collectively, chapters in this volume reflect unambiguous respect for what children bring to their life successes; the overarching message is simply that they cannot make themselves enduringly resilient, remaining robust despite relentless onslaughts from the environment. As succinctly captured in the words of pioneer in this field, Emmy Werner, “When stressful life events outweigh the protective factors, even the most resilient child can develop problems” (Werner, 2000, p. 128). It is this sentiment, and not any views of children as being passive or ineffective, that underlies the organization of factors engendering resilience within this chapter.

Prioritizing Domains: Implications for Interventions

As with choices of predictors considered in basic research, resilience researchers have been criticizing for producing lists of protective factors in which sundry variables are enumerated as correlates of resilience (see Gorman-Smith & Tolan, Chapter 16). Although possibly comprehensive, such lists are of limited practical use because all itemized indicators (ranging from parents´ intelligence, to neighborhood cohesiveness, to children´s social skills) can never be addressed in a given intervention. Without trivializing any of these forces (again, all of which have been shown to be beneficial in empirical research), what is needed is some type of prioritization of domains in terms of the overall likelihood of yielding robust benefits. Findings in this book yield useful guidelines in this regard.

A central message is that resilience-based interventions must address the quality of parent-child relationships and, more generally, the well-being of caregivers (see Healthy Families American, 2000). Although this message is implicit in prior discussions on family influences, several authors have made the connections explicit. Seifer (Chapter 2) notes the need for attention to specific dimensions of family functioning when parents have a mental illness: relationship qualities, emotion regulation of parents and children, and parents´ attributions about themselves and their children. For children of depressed parents, Hammen (Chapter 3) recommends that preventive interventions preferentially focus on improvements in parent-child interaction patterns, as key elements of the risk transmission are likely to lie in the parent-child relationship. Based on their respective findings on families in poverty, Yates and colleagues (Chapter 10) argue strongly for programs promoting secure parent-child attachment relationships, whereas Luthar el al. (Chapter 5) underscore the need for attention to mothers´ emotional well-being and their capacity to sustain effective parenting.

At a purely intuitive level, it makes sense to focus on family functioning in interventions, not just because this shapes the lens through which later relationships are viewed (Yates et al, Chapter 10), but also because of the relative endurance of benefits likely to be induced. For most children, parents represent not only the earliest but also the single most constant proximal socializing influences. Peer affiliations inevitably shift over time, as do teachers in schools and wider community influences. Thus, from the standpoint of promoting continuity of the protective factors that interventions bring into the lives of at-risk children, it is entirely logical to emphasize work with parents.

Exhortations for wellness promotion via the family are supported by intervention trials: Scientists have shown that children can benefit substantially from relationally based interventions with their mothers. Prominent in this regard is Olds´ Prenatal/Early Infancy Project, a long-standing nurse home-visitation program in which poor, unmarried, pregnant women are provided support and developmentally based parenting guidance. Benefits have been found to include reduced child abuse and welfare dependency among mothers, and fewer behavioral difficulties and greater school completion among children by adolescence (see Olds et al., 1998). Similarly, Heinicke and colleagues (1999) demonstrated that when high-risk mothers are helped do cope effectively with stress and develop supportive relationships, chilndren´s adjustment improves. In their work with depressed mothers, and their children, Cicchetti, Toth, and Rogosh (1999) addressed their insecure attachment representations, and use of Toddler-Parent Psychotherapy (Lieberman, 1992) promoted secure attachments of children as well as benefits in cognitive development. Finally, relationally based psychotherapy with drug-abusing mothers has been linked with a decreased risk for child maltreatment, increased positive parenting behaviors, reduced drug use, and decreased maladjustment in children (Luthar & Suchman, 2000).

A recurrent theme across the parenting interventions cited here is an emphasis on promoting self-sufficiency, and this is done at various levels. Emotionally, there is attention to depression, life stressors, and coping difficulties, which, if left unalleviated, can continue to pose threats to effective parenting. Behaviorally, efforts to foster optimal parenting are not based simply on didactically teaching specific strategies, but rather on helping parents develop their own capacities to generate effective parenting solutions. Socially, mothers are helped to develop networks of informal supports that can available to them once interventions are completed. Finally, many of the previously noted interventions provide opportunities to address issues pertaining to employment, housing, and child care as well.

Such parenting interventions are best introduced as early as possible – prior to children´s birth or in their infancy – but this does not imply that it unnecessary to design programs for families with older children. It is unrealistic to expect that even with the best screening techniques, all at-risk new parents will be reached; some will inevitably slip through the cracks and may seek help as their children grow older. Furthermore, many problems can be specific to later developmental stages, and it will be difficult for new parents to engage fully in discussions of issues that will arise several years later (e.g., drug use or unprotected sex during the children´s teen years). Finally, life crisis such as divorce, death, or mental illness can afflict families at all stages, and there is value in developing interventions for different developmental stages, with consideration of children´s varying levels of cognitive and emotional maturity (e.g., Forgatch & DeGarmo, 1999).

In weighing arguments for family-based interventions to promote resilience, some might question their potential effectiveness given the well-established role of heredity in the transmission of many psychological disorders. As several contributors to this volume have noted, parental psychopathology can engender problems in children not only via disturbed family processes (e.g., in particular parenting behaviors), but also because of genetic influences (Hammen, Chapter 3; Hetherington & Elmore, Chapter 8; Luthar et. al., Chapter 5). Juxtaposed with these assertions, however, is Rutter´s (Chapter 20) critically important conclusion that “genetic effects are probabilistic, not deterministic, and the challenge is to identify the multiple factors that bring about that probabilistic variation”. For interventionists, therefore, knowledge of genetic mediation must not deter prevention efforts to move parents´ functioning toward the upper reaches of the confidence limits that are conferred by genetics.

Having considered families, we turn next to community-level interventions, which also can play a substantial role in promoting resilient adaptation. In their studies of inner-city youth, Gorman-Smith and Tolan (Chapter 16) found that youngsters in dysfunctional families manifested serious delinquency when neighborhoods had low social organization, but when neighborhood organization was high, delinquency was not as pronounced. Based on these findings, the authors argue for additional prevention efforts that involve connecting youth to neighborhood supports. Particularly in situations where it is simply not feasible to change family environments, enhancing community supports can be invaluable in addressing children´s emotional needs for belonging and support.

In developing future neighborhoods interventions, two interrelated considerations are critical. The first is that they should involve constituent groups as far as possible, and the second is that (as with families) they should strive to promote benefits that can be sustained by recipients over time. This is well exemplified in Tolan and colleagues´ intervention (see Gorman-Smith & Tolan, Chapter 16), which involves the organization of groups of families in poor urban neighborhoods. These groups are highly beneficial in forging social connections among caregivers in close proximity, and promoting overall neighborhood cohesion and shared concern for the community. Gorman-Smith and Tolan also point to the promise of community efforts involving coalitions of local groups and agencies (such as police and faith-based organizations) to address risks associated with urban poverty (e.g., initiatives to inhibit the illegal gun trade).⁶

Moving from the neighborhood level to the more localized level of schools, Reynolds and Ou (Chapter 18) provide powerful testimony to the value of prevention that is crystallized around early childhood education (see also Zigler, Finn-Stevenson, & Stern, 1997). Children who participated in the Chicago Parent-Child Project as preschoolers showed significantly better adaptation than others on eight dimensions of social competence by age 15, with improvements in performance of 50% or more over comparison groups. Furthermore, results show that these benefits were mediated by the cognitive advantages linked with the early intervention, as well as the greater parent participation in school activities and improved quality of schools.

In Emory Cowen´s groundbreaking Primary Mental Health Project (PMHP) (cowen et al., 1996), the goals are to prevent mental health problems among elementary school children who show early signs of maladjustment. Following a systematic screening process, these students are referred to nonprofessional women called child associates, whose relationships with children, developed across approximately 20 sessions conducted at school, lie at the heart of the intervention. Child associates are selected based on personal qualities such as warmth and empathy, and they receive rigorous training and ongoing supervision by PMHP professional staff. Additionally, there is a regular exchange of information between them and both teachers and school mental health professionals (e.g., via clinical conferences) to determine the nature of interventions for individual children, to review the changes observed, and to chart further courses of action. Commenting on processes underlying its successes (in more than 1,500 schools over time), Cowen and colleagues (1996, p. 92) noted that “The existence of a warm, trusting associate-child relationships is the foundation on which significant attitudinal and behavioral change in children rests”.

Considering that (a) supportive adults play a critical role in fostering resilience and (b) laws exist mandating education for all children, it is surprising that K-12 schools have not been considered more in promoting well-being⁷. Arguing for the use of relationships as resources for development, Pianta (1999) has described the benefits that can derive from close child-teacher relationships developed and then sustained for as long a period of time as feasible. In Felner and colleagues´ School Transition Environment Program (STEP), similarly, the role of home room teachers was changed such that they accepted responsibility for counseling and administrative functions, and served as a consistent link between students, families, and the school (Felner et al., 1993; Felner, Ginter, & Primavera, 1982). It must be noted that programs such as these do not have to involve a large influx of new resources. Pianta (1999) has argued, for example, that in terms of sheer numbers, there are often enough adults in a given school building to provide some support to children who need it; to some degree, what is needed is creative reassigning of responsibilities and continuity in relationships forged.

In the spirit of optimally using existing relationship resources in schools, we note three additional issues that pertain to the diversity of personnel considered as supports of mentors: the use of student opinions in identifying mentors, the provision of training, and the provision of supervision. Traditionally, school-based adults designated for such informal supportive roles have been academic subject teachers, home room teachers, or counselors, but there are probably many others, such as sports coaches, music instructors, and/or administrative or support staff, who might do just as well or better. The value of soliciting students´ opinions is evident in the fact that (like the rest of us) they are more likely to engage with, and disclose to, self-identified preferred mentors (Lindsey & Kalafat, 1998) rather than adults to whom they are compulsory assigned. Finally, as Pianta (1999) has noted, several opportunities for in-service training and supervision already exist in schools. In addition, adults mentors could hold regular consultations not only with school psychologists (as in Cowen´s PMHP), but also with advanced graduate students from local universities as part of supervised practice – a collaboration of potential value for all concerned (Denner, Cooper, Lopez, & Dunbar, 1999).

Such informal school-based support systems could be particularly helpful in maximizing the wellness of at-risk junior high school students. Paradoxically, with the onset of adolescence and the associated physical and emotional changes, youngsters tend to face schools that are increasingly impersonal, with diminishing supports infused into daily curricula (Doll & Lyon, 1998; Eccles et al., 1993). Furthermore, adolescents are often particularly reluctant to seek professional help for even the most serious adjustment problems (Forman & Kalafat, 1998). For many preteens and teenagers, therefore, ready access to informal school-based mentors could serve both secondary and tertiary prevention functions, helping to inhibit the escalation of minor problems and expediting referrals for those that are more serious. In the long term, resources devoted to such preventive efforts may well turn out to be a small fraction of what school districts have to expend of resolving well-entrenched problems, such as serious disciplinary problems among their older adolescent students.

Other community-based interventions warranting further exploration are those involving local groups such as afterschool clubs or religious communities. Based on their empirical findings, Seidman and Pedersen (Chapter 13) argue for the creation of multiple settings that can positively engage youth, such as athletic, religious, and academic organizations. Overviewing efforts that are currently in existence, Cauce and colleagues (Chapter 14) conclude that community youth organizations are often cited as urban sanctuaries for inner-city youth, although their benefits have yet to be rigorously evaluated (i.e., through randomized trials). Some preliminary evidence of the benefits of informal one-to-one community-based mentoring, via Big Brothers/Big Sisters, was cited by Werner (2000): The availability of a mentor for 1 year was found to reduce absenteeism in children by 52%, first time drug use by 46%, and violent behavior by 33%. Clearly, there is a need for further consideration of such avenues to foster wellness among youth at risk.

At the broader exosystemic level – the macrocosm of the wider society – psychologists are admitted constrained in their capacity implement changes directly (Seidman & Pedersen, Chapter 13), but they can and they should inform policies by disseminating their findings proactively, responsibly and in easily understood terms (Luthar & Cicchetti, 2000)⁸. Legislators, agency directors, and the public are all influenced by media reports (Zigler, 1998), so scientists must be clear about what is known about resilience and how it can come about. Particular care must be exercise in discussing attributes of the child versus the environment. As Cauce and colleagues (Chapter 14) have suggested, if scientists must choose between giving children “enough credit” for their own coping and running the risk that our conclusions will engender cutbacks in crucial benefits for vulnerable groups, it is probably most prudent to err on the side of caution and circumspection.

As suggested by preceding comments (and the previous section), child attributes follow aspects of the microcosmic and macrocosmic environments in weighing the most pressing priorities for future resilience-based interventions. Again, this by no means implies trivialization of children´s strengths. Rather, it reflects the viewpoint that for applied scientists who seek to help at-risk youth, it is less productive to focus intensively on what children can do for themselves than it is to concentrate on what we as adults can do to bolster their innate capacities and efforts to overcome adversities.

Similarly, conclusions presented in this chapter are not intended to decry programs targeting discrete child protective factors (such as those promoting self-esteem or coping skills), but simply to underscore the limits of those that ignore ecological influences (Gorman-Smith and Tolan, Chapter 16). School psychologists, for example, have noted that the lives of many at-risk children routinely involve unpredictability and even chaos, such that they can become quite unsettled by multiple fragmented interventions reflecting little integration with salient aspects of their everyday ecologies (Doll & Lyon, 1998; Pianta & Walsh, 1998). A corollary to these assertions is that substantial benefits can derive from interventions that do carefully consider ecological forces. This is well exemplified by the programmatic efforts of Hawkins, Catalano, and their colleagues, such as their intervention to prevent high-risk behaviors among adolescents by increasing levels of school bonding and academic achievement (e.g., Hawkins, Catalano, Kosterman, Aboot, & Hill, 1999; Hawkins and Catalano, 1992).

Limits to Resilience Adaptation: Convert Distress Underlying Manifest Competence

For the most part, resilience research informs interventions by illuminating critical protective and vulnerability processes, but increasingly, studies have yielded evidence on another applied issue: the existence of overt behavioral competence along with covert psychological distress. There is a widespread tendency to assume that youngsters are doing well in terms of their external behaviors – for example, they excel academically and are popular with peers – they have successfully eluded major adversities. This is not true, for many at-risk children with impressive behavioral profiles can experience considerable emotional distress, as has been demonstrated by several contributors to this volume. Hammen (Chapter 3), for example, reports that among children of depressed mothers, there is a distinct adaptation pattern involving adoption of the caretaker role: a kind of false maturity, which may initially appear to be healthy but is likely to have negative consequences over time. Similarly, Hetherington and Elmore (Chapter 8) indicate that in divorced, mother-headed families, a subgroup of daughters seem exceptionally well adjusted and socially responsible but, at the same time, experience elevated anxiety and depression as well as low self-esteem.

Empirical data presented in other chapters indicate, further, that the absence of externalizing disorders by no means implies the absence of serious internalizing problems. Fergusson and Horwood´s (Chapter 6) results show that among adolescents exposed to more than six childhood adversities, 18% had one or more externalizing disorders, but more than twice this number (44%) had serious internalizing difficulties. Thus, for one-quarter of this at-risk youth at the very last, serious depression or anxiety must have existed in the absence of any flagrant of behavioral disturbances. Similar conclusions derive from data presented by Luthar and colleagues (Chapter 5); among children of mentally ill mothers, between 17% and 26% of the sample had serious internalizing problems but no externalizing disorders.

Perhaps the most compelling evidence of this issue is that provided by Zucker and colleagues (Chapter 4). These authors report that among children of alcoholics, those who initially showed low externalizing problems generally continue to show low behavioral deviance several years later. This was not true for internalizing problems. By adolescence, children who were identified as resilience as preschoolers came to show levels of internalizing symptoms approximating those of the initially most troubled group. Thus, even when manifestly resilient children retain their outward behavioral advantages over time, they can develop as much depression or anxiety as those reflecting substantial maladjustment early in life.

We highlight these issues here to draw attention so a subset of intervention issues that often remain neglected in discussions of resilience – with potentially drastic consequences. In general, the behaviorally unruly child is more likely to receive the attention of teachers and parents than the well-behaved, responsible one, even when adults are well aware that the latter is quite depressed or anxious (Briggs-Gowan, Carter, Skuban, & Horwitz, 2001; Puura et al, 1998). This approach can be quite short-sighted, as high emotional distress, when left unattended, can lead to diverse negative outcomes ranging from academic failure, conduct problems, and substance abuse during childhood and adolescence to recurring psychiatric problems, problematic relationships, physical illnesses, and unemployment later in adulthood (Luthar & Cicchetti, 2000). In sheer economic costs, the ramifications of such accumulating problems can be enormous. To illustrate, it was estimated that in 1995, untreated and mistreated mental illness engendered a total cost of $113 billion to American families, the government, and businesses (of the $113 billion, $105 billion was due to lost productivity alone; Rice & Miller, 1998).

A second reason to raising issues of emotional distress here is to point to the imbalance in domains that are emphasized in contemporary preventive interventions. Based on their findings with at-risk children, Zucker and colleagues (Chapter 4) argue that prevention must be conceptualized at two levels, one encompassing multilevel regimens for children who show early signs of vulnerability and the other for those who seem resilient early on but are likely to develop internalizing symptoms in adolescence (when such problems typically burgeon). There currently exists little or nothing of the latter type. Existing prevention programs are overwhelmingly focused on overt behavioral indices such as conduct problems, teenage pregnancy, or academic failure, with scant direct attention to the depression or anxiety that frequently underlie and engender these problems behaviors (Cowen, 1994, 199; Knitzer, 2000). Such gaps in prevention clearly warrant reconsideration. Mental health can no longer be treated as the domain of clinical psychologist alone; it must be considered by applied developmental scientists too if they truly are to attend to the “whole child”, as Edward Zigler (1970), leader in this field, has long exhorted.

In any future efforts to promote emotional resilience of children and families, several barriers to effective treatment will need explicit attention. Foremost is the inadequate insurance coverage for mental health problems, far lower than for physical health problems (despite the fact that mental illness is the second leading cause of disability and premature mortality; Murray & Lopez, 1996). Another major problem to be addressed is the fragmented delivery of health care services (Seifer, Chapter 12). If the most needy families – that is, those who contend with emotional difficulties as well as other problems such as substance abuse, unemployment, housing problems, and poverty – are to access appropriate help, there must be accelerated integration of service delivery providing diverse services under one roof and with shared fiscal and planning responsibilities across different agencies (Luthar & Cicchetti, 2000). Finally, it will be important to address public attitudes toward mental illness, including social stigmas and views of psychological disorders as not being critical or life-threatening. As Hammen (Chapter 3) has emphasized, there is an urgent need for policies that foster understanding of the serious problems that can result from untreated depression, as well as those that promote treatment-seeking, rather that denial or passive acceptance, for problems such as these.

Future Directions: Applied Research

In considering future research of any applied nature, of obvious value are studies harnessing scientific findings on salient risk modifiers in designing preventive interventions (Cicchetti et al., 2000; Cowen et al., 1996; Luthar & Suchman, 2000). To maximize contributions, such resilience-based interventions must be (a) grounded in collaborative consultation with stakeholders (to ensure appropriateness of goals and strategies), (b) clearly specified in manuals, and (c) subject to rigorous evaluations, for example, via randomized trials.

By the same token, there is a need for more intervention studies that inform basic science by testing theories on mediators and moderators in resilience (Lerner & Wertlieb, in press). Such work is exemplified in both chapters presented in the end of the two major parts of this book, addressing family-and-poverty-related risk, respectively. Sandler and colleagues´ work (Chapter 9) showed that experimentally inducer maternal warmth did benefit children following parents´ divorce, corroborating its salience as a protective influence. Using long-term follow-up data, Reynolds and Ou (Chapter 18) provide a detail explication of confirmatory program evaluation, which involves testing as explicit theoretical model regarding how exactly (i.e., through which specific protective mechanisms) the intervention exerts its effects.

Also needed are more studies evaluating the long-term benefits of interventions addressing the mental health of parents and the quality of their relationships with their children. To date, most large-scale child interventions evaluated by stringent longitudinal research, like the Chicago Parent Child Study, have entailed a primary emphasis on school achievement, and accordingly, work with parents has involved more around children´s learning rather than aspects of mental health or family relationships (see Curtis & Nelson, Chapter 19; Reynolds & Ou, Chapter 18). What is needed now are studies explicitly testing populations on the potential of strong early attachments to foster long-term resilience – as has been underscored by several contributors to this volume (e.g., Owens & Shaw, Chapter 11; Seifer, Chapter 2; and Yates et al., Chapter 10). The objective of these studies would be to ascertain whether interventions that foster good parenting relationships early in life will, in fact, translate into health self-systems (adaptive patterns of emotion regulation, coping, and problem solving) that will enable children to effectively meet diverse challenges not only later in childhood, but also during adolescence and adulthood.

Finally, there is value in intervention studies involving therapeutic services for at-risk groups, which will inevitably be required for some youth, notwithstanding the potential of promising prevention programs (e.g., given varying individual susceptibilities; see Zucker et al., Chapter 4). In this regard, critical are Weisz´s (2000) writings on ensuring the ecological validity of psychotherapies for children. Most child psychotherapy clinical trials are conducted in research laboratories, which inevitably allow for far more precision in implementing manual-driven approaches than is possible in community clinics. Thus, there is a need to further explore the degree to which treatments shown to be effective in laboratories can be transferred to community settings – with appropriate involvement of salient others in the environment – to help troubled at-risk children revert to more positive trajectories in their everyday lives.

Summary: Guidelines for Future Interventions

Foremost, contributors to this volume have emphasized the importance of the proximal environment of the family in resilience-based interventions for children. Optimally, these efforts should (a) address parents´ mental health and optimize the parent-child relationship; (b) promote families´ capacity to sustain benefits after the intervention is completed; (c) be instituted as early as possible and for as long period as feasible; (d) consider developmental challenges of later childhood and adolescence as well as those of early childhood; and (e) explicitly attend to parenting issues unique to particular risks (e.g., protecting youth from antisocial influences in inner cities or explaining the causes of mental illness to children of depressed parents).

To maximize the benefits of community-based interventions, these should involve the recipient groups as far as possible and, again, should strive to bring about changes that can self-sustaining even after the intervention is withdrawn (e.g., by forging neighborhood networks). For school-based interventions aiming to maximize resilience, there is value not only in preschool interventions involving parent participation, but also those for older students, involving supportive relationships with adults at school (preferably adults to whom students are naturally drawn and not just compulsorily assigned). Also warranting further exploration is the role of informal support provided by neighborhood afterschool organizations, by informal mentors, and by prosocial peer groups, especially for youth in later childhood. Although resilience researchers may not be able to directly effect changes in the macrocosmic context of the wider society, responsible communication of their findings can be not just useful, but critical, in informing social policies.

With regard to child attributes, there are certainly potential benefits to interventions targeting particular domains such as self-efficacy, coping skills, and control beliefs. However, if these interventions involve only the child and his or her ecological risks remain unaltered, the interventions are likely to have limited effectiveness. Whatever gains are accrued are likely to be lost over time.

In future preventive interventions, there must be attention not only to overt behavioral resilience but also to the covert aspects of emotional well-being. To dismiss problems such as depression and anxiety during childhood is ill advised not only from the standpoint of children´s suffering, but also because they can engender various other problems such as delinquency, substance abuse, physical illness, disturbed relationships, and both academic and employment problems. If for no other reason than to promote a healthy, productive work force, therefore, it is vital that we pay more concerted attention not only to children´s school achievement and work habits, but also to the more invisible forms of distress that can come to sharply impair their functioning across diverse domains of adjustment.

CONCLUDING THOUGHTS

In a day and age when societal risks are many and resources limited, many are invested in understanding what most effectively promotes resilient adaptation among children facing major life adversities. Clearly, resilience is a dynamic process involving shifting balances of protective and vulnerability forces in different risk contexts and at different developmental stages. At the same time, there are some fundamental components that extend across adversities and stages. The many decades of stellar empirical research encompassed in this book indicate that in large measure, resilient adaptation rests on good relationships. From the earliest pioneering studies of Norman Garmezy and Emmy Werner to more contemporaneous ones, investigators have consistently pointed to the critical importance of strong connections with at lest one supportive adult: in many instances as primary caregiver, who is among the earliest, most proximal, and most enduring of socializing influences. Sound interpersonal relationships in the early years can engender the growth of effective coping skills and resources, which, in turn, can aid children in coping with sundry adversities subsequently in life.

Relationships outside the family can also be highly beneficial. For parents struggling with high-risk life circumstances, both informal and formal support systems (e.g., neighborhood networks or home-visit interventions) can be invaluable in helping them cope with their own stressors and in avoiding high personal distress (indispensable to sustain effective care to their children). Of equal value are support systems for the children, especially teachers at school or informal mentors in communities. With enough contact and continuity over time, these relationships can compensate greatly for difficult family situations.

Although connections with others are highly significant, there are other factors that are indispensable: No child can live well, love well, or work well if his or her physical survival is in jeopardy. At a policy level, recognition of all of these issues is critical. If the next generation of youth is to manifest high resilience – to become psychological healthy adults and productive, responsible, contributing members of society – it is clear that they must receive emotional sustenance and support. At the same time, all such supports will come to naught as long as families must constantly struggle to meet the most basic needs of food, shelter, safety and education, as do so many living in contemporary conditions of poverty. To maximize the potential of a new generation, concerted attention to all of these needs will be critical; let us invest wisely in the future of today´s youth.

Notes


1. Consonant with its integrative intent, this chapter contains numerous references to the preceding chapters in this volume. In the interest of brevity, we refer simply to authors and chapter numbers for each of these citations (rather than to “Author, this volume”, and the chapter number, as is the convention).


2. Biologically mediated protective mechanisms are also exemplified in recent research findings on social cooperation. Some resilience researchers have suggested that altruism can serve protective functions (e.g., Werner & Smith, 2001), and Rilling and colleagues (2002) showed that reciprocal altruism is associated with reward processing (nuclear accumbens, caudate nucleus, ventromedial frontal/orbitofrontal cortex, and rostral anterior cingulated cortex). This positive reinforcement, in turn, can be instrumental in sustaining individuals´ cooperative social behaviors over time (Rilling et al., 2002).


3. We use the terms parent and parenting to refer to adult´s primarily responsible for the child´s care; obviously, the adult may be someone other than the biological parent.


4. For youth problems behaviors, the reverse pattern was seen; however, if peer characteristics were excluded from the five community variables (because of some mutual redundancy; problem behaviors often occurs with and thus presuppose deviant peers), the procentage of variance explained was comparable, i.e., .04 versus .03.


5. Ann Masten´s comments were particularly helpful in helping us think through this issue.


6. Exemplary among existing initiatives of this type is Fight Crime: Invest in Kids, a bipartisan anticrime coalition of police personnel, prosecutors, and victims of violence working together to prevent crime among urban risk youth (see http://www.fightcrime.org/top.php).


7. For examples of contemporary multifaceted school-based initiatives, see the 21st Century Community Learning Centers (2002) and the Beacon Schools initiative (Department for Education and Skills, 2002).


8. To illustrate, the Fight Crime: Invest in Kids organization has compiled extensive evidence that good early childhood programs and afterschool programs are significant in preventing crime among at-risk youth, and reports published by this group are widely disseminated to the lay public and policy makers (see Fight Crime: Invest in Kids, 2002). For additional examples of effective dissemination of research-based, policy-relevant evidence, see the Internet-based Child and Family Web Guide of Tufts University (http://www.cfw.tufts.edu) and the site of the Manpower Demonstration Research Corporation, a nonpartisan, nonprofit social policy research organization (http://www.mdrc.org).


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