Definition of resilience

"In the context of exposure to significant adversity, resilience is both the capacity of individuals to navigate their way to the psychological, social, cultural, and physical resources that sustain their well-being, and their capacity individually and collectively to negotiate for these resources to be provided in culturally meaningful ways" (www.resilienceproject.org)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Resiliência em crianças

QUESTÃO

Eu tenho um filho de dez anos de idade e observando-o eu poderia dizer que ele é resiliente. Se ele perde um jogo, ele treina duas vezes mais na semana seguinte. Se ele não se sai bem em um teste, ele gastará tempo extra estudando para o próximo. Mas eu também noto que ele às vezes rebaixa seus colegas de equipe quando eles cometem algum erro. Uma vez ele comentou o quanto era estúpida uma garota de sua classe, pois ela tirava somente C nas provas. Se por um lado ele parece resiliente, eu não entendo por que ele faz troça dos outros.

RESPOSTA

Você levantou um ponto interessante. Nós acreditamos que se as crianças são resilientes, elas não tem a necessidade de rebaixar seus colegas. Ser resiliente não significa sentir-se superior ou melhor do que os outros. Na verdade, a nosso ver, resiliência está associada com uma grande empatia, cuidado e compaixão. Resiliência não equivale à insensibilidade. As crianças que enfrentam e superam as adversidades não deixam de ser afetadas por suas experiências; na verdade, são bastante afetadas. Todavia, possuindo uma mentalidade resiliente e, em particular, tendo certos suportes à sua disposição durante os tempos de adversidade, elas serão capazes de transformar essas experiências negativas em conseqüências positivas, momentos em que geralmente serão mais compreensivos e tolerantes com seus colegas.

Baseado na sua descrição, seu filho parece possuir muitas qualidades resilientes. Ele enxerga os erros como desafios e aceita que se ele não se sair bem em algo é sua responsabilidade trabalhar de forma mais intensa para ter sucesso na próxima vez. Nós suspeitamos, ainda, que seu filho desenvolveu uma razoável auto-disciplina e ilhas de competência. Devido às poucas informações que temos sobre ele, não estamos certos se suas auto-expectativas são muito altas, dando lugar para que coloque muita pressão sobre si mesmo para alcançar o sucesso. Contudo, o que parece mais aparente é que, qualquer seja o motivo, seu filho não está demonstrando um componente essencial da mentalidade resiliente, algo que desejamos que você possa ajudá-lo a desenvolver, que é a empatia. Indivíduos empáticos são capazes de “se colocar no lugar do outro” (walk in the shoes of others). Eles se identificam com os sentimentos, pensamentos e atitudes dos outros e não diriam para seus colegas o que não desejariam que fosse dito a eles. Devido aos sucessos que ele tem vivenciado, nós acreditamos que seu foco enquanto mãe deveria ser nutrir empatia em seu filho.

Qual a melhor maneira de se fazer isso? Começando por tentar entender e refletir a partir da perspectiva de seu filho. Não confundir empatia com desistência, estrago ou indecisão. Poderia parecer que neste ponto seu filho está puxando alguém para o seu padrão: se ele comete um erro ou não se sai bem, ele se dedica mais para um melhor desempenho. Isso é bom se ele não colocar muita pressão sobre si mesmo para vencer. Se este é o caso, você poderia ajudá-lo a desenvolver expectativas mais realistas e descobrir que todo mundo comete erros e a melhor maneira de aprender a partir deles é não se sentir humilhado ou intimidado pelos outros. De uma forma não acusatória, você pode se perguntar como que uma colega de equipe que comete um erro ou uma colega de classe que só tira nota C se sente e o que seu filho diria a eles como forma de encorajamento.

Muitas vezes quando nos engajamos nesse tipo de conversa nossos filhos irão responder que é o caso particular de um colega de classe que sempre faz tudo errado e é incapaz de melhorar. Novamente, a empatia deveria ser nossa linha mestra, tentando ajudar seu filho a entender que embora ele possua as habilidades para aprender a partir de suas performances mal sucedidas e atingir altos escores, outros não conseguem. Lembre-se que ensinar empatia leva tempo, semelhante a reforçar qualquer um dos componentes de uma mentalidade resiliente (Tradução livre de Nurturing resilience in our children, Robert Brooks & Sam Goldstein, 2003, p. 9-11).

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