O texto abaixo foi escrito por uma instituição de saúde canadense e traduzido por mim (posto o original em inglês no final da tradução). Apesar de não considerá-lo um texto muito bom sobre resiliência, pois carrega um tanto de ideologia e "moralismo", é um exemplo de como se deve pensar a promoção da resiliência familiar. Todo comentário será bem-vindo.
CONSTRUINDO FAMÍLIAS RESILIENTES
ALBERTA HEALTH SERVICE
“A informalidade da vida familiar… que nos permite tornar nosso melhor enquanto observamos nosso pior” (Marge Kennedy)
As pessoas que mais impactam nossa vida e formam o que somos são nossa família. Famílias saudáveis provêm segurança, suporte, amor e experiências positivas de vida, que possuem um papel vital em como aprendemos, crescemos e respondemos às mudanças. Nós aprendemos de nossas famílias a respeito dos relacionamentos e das habilidades para lidar (to cope) com a vida.
Uma família pode ser ‘tradicional’, com uma mãe, um pai e filhos. Famílias podem incluir filhos biológicos, adotados ou de diferentes etnias. Os cuidadores primários em uma família geralmente incluem avós e outros parentes, pais solteiros, pais do mesmo sexo, padrastos, pais de criação e amigos próximos. As famílias possuem seus próprios padrões, rituais, culturas e regras.
Idealmente uma família é qualquer grupo ou indivíduo que provê um ambiente seguro e de confiança, que alimenta a aprendizagem e um desenvolvimento saudável. No entanto, nenhuma família está imune ao conflito, à mudança, ao estresse e, infortunadamente, nem todas as famílias nutrem confiança e desenvolvimento saudável. A maioria das pessoas não cresce em famílias “ideais”, mas os laços formados nas famílias são importantes. Até mesmo famílias em meio a conflitos e adversidades podem ensinar a estimular e promover saúde mental e bem-estar tanto dos indivíduos quanto do sistema familiar.
O bom enfrentamento das famílias e sua boa adaptação durante situações de estresse e nos momentos difíceis são chamados resiliência familiar. A resiliência familiar permite o sucesso, prosperidade, coesão e suporte mesmo em tempos difíceis e de crise e pode ser desenvolvida e estimulada a qualquer tempo no ciclo vital familiar. Em geral, a resiliência familiar pode ser descrita como características, dimensões e propriedades das famílias que as ajudam a se recuperar das rupturas e/ou mudarem e se adaptarem frente às situações de crise.
Relacionamentos positivos dentro das famílias é o mais importante fator que leva à resiliência. Famílias que são resilientes são capazes de juntas enxergarem desafios e crises com confiança e como oportunidades de crescimento, cura e fortalecimento dos seus relacionamentos. Pesquisas tem encontrado que famílias resilientes e saudáveis possuem dez traços comuns que as ajuda a prosperar. São os seguintes:
- Perspectiva positiva
- Espiritualidade
- Harmonia entre os membros da família
- Flexibilidade
- Comunicação
- Gestão financeira
- Passar o tempo juntos
- Interesses recreativos mútuos
- Rotinas e rituais
- Suporte social
Uma perspectiva positiva: no coração da resiliência se encontra uma abordagem otimista e confiante dos desafios da vida. Afeto e humor ajudam a lidar com muitas situações. Famílias que se oferecem soluções positivas e estão dispostas a aceitar sugestões têm mais probabilidade de serem resilientes. Famílias que lidam bem (cope well) também são capazes de afirmar suas força e possibilidades, mantendo sua coragem e sua esperança no futuro.
Espiritualidade: espiritualidade pode ou não ser baseada na religião. Espiritualidade é uma sensação de que a vida tem sentido e propósito. Ela pode vir de crenças e valores compartilhados no interior das famílias. A espiritualidade é benéfica para estimular uma atitude otimista, contribui para a busca de propósito e provê às famílias habilidade para se manter unida, ter compreensão e superar os desafios da vida.
Harmonia entre os membros da família: as famílias funcionam melhor quando seus membros se sentem bem em relação a um e outro, suas necessidades são satisfeitas e seus relacionamentos são positivos. A habilidade familiar para se manter unida e dar suporte aos seus membros em tempos de crise é vital para a resiliência. Uma forte coesão familiar reforça a confiança da família para lidar com os problemas, porque os problemas são mais frequentemente vistos como compreensíveis, manejáveis e com significados. Esse sentido de coesão contribui para a habilidade familiar de se reagrupar e se reajustar após o fim de uma crise. Uma forte harmonia familiar ajuda seus membros a lidar um com o outro de forma respeitosa e amorosa.
Flexibilidade: uma família flexível é aquela que pode manter seu senso de continuidade enquanto se recupera de uma crise e/ou da solução de problemas que a estão desafiando. Isto é, seus membros voltam à rotina e à familiaridade e têm a sensação de que “a vida continua”.
As famílias se saem bem quando elas apresentam um equilíbrio saudável entre estrutura e flexibilidade. Por exemplo, uma família pode ter em sua estrutura de rotina se reunir à noite para o jantar e ter a flexibilidade para incluir os colegas de brinquedos de seus filhos nesse momento, ou ir comer fora juntos. Famílias com um equilíbrio saudável:
- são democráticas (por exemplo, todos os membros têm fala nas decisões familiares importantes);
- dividem a liderança (por exemplo, cada membro na família pode revezar-se na escolha do filme que a família irá assistir junto);
- têm papéis estáveis e dividem papéis (por exemplo, o pai usualmente prepara a ceia e as crianças põem a mesa); e
- possuem regras familiares rígidas e podem negociar com cada um de seus membros.
Famílias flexíveis lidam com as mudanças de forma otimista e quando se confrontam com desafios e/ou adversidades, elas reorganizam seus papéis a fim de obter um novo equilíbrio. Por exemplo, quando o filho mais velho vai morar fora de casa, algumas responsabilidades dos membros restantes da família aumentam, e decisões devem ser tomadas sobre quem vai dormir no quarto vazio deixado por ele.
Comunicação familiar: um sentido compartilhado de significados, estratégias de enfrentamento (coping) e a habilidade para manter o equilíbrio familiar são criadas através de uma comunicação aberta e harmoniosa. Uma comunicação familiar forte tem três elementos:
- Clareza (mensagens claras e consistentes);
- Expressão emocional aberta (comportamento, tom de voz, palavras, disponibilidade e estilo de comunicação);
- Solução compartilhada dos problemas (habilidade para resolver e compartilhar os problemas enquanto família).
A comunicação é mais efetiva quando as diferenças familiares são aceitas e tratadas com compaixão e compreensão. O bom funcionamento familiar tende a evitar isolamento, crítica e culpa e torna possível a reconciliação e a reconexão, mantendo o conforto, segurança e equilíbrio.
Gerenciamento das finanças: o bem-estar familiar está intimamente associado com a forma como as finanças são gerenciadas. Em tempos de dificuldades financeiras, famílias resilientes provêm altos níveis de calor humano, afeto, suporte emocional para cada um dos seus membros, e a sensação de um futuro melhor. Pressões financeiras podem levar a uma tensão e estresse familiar e podem afetar o bem-estar emocional e os relacionamentos interpessoais em todos os níveis da família (por exemplo, a emoção de cada indivíduo, interações entre os casais e o ambiente de cuidado dos filhos).
A combinação do ônus psicológico, social e econômico pode colocar as famílias em alto risco pelos múltiplos problemas e crises fora de seu controle (por exemplo: desemprego, casa mal conservada, ausência de cuidados de saúde, crime, violência e abuso de substâncias químicas). Famílias resilientes têm maior probabilidade de conseguir um planejamento ou um equilíbrio no seu orçamento.
Tempo familiar: gastar o tempo juntos é vital para uma família e promove continuidade e uma vida familiar estável. Passar juntos o tempo pode ir desde fazer as refeições e as tarefas em conjunto, fazer tarefas na rua (running errands) e se divertir.
Compartilhar o tempo familiar tem sido mostrado como redutor de chances dos filhos se envolverem com drogas, cigarro e iniciar atividade sexual precoce, que podem colocar sua saúde física e mental em risco, particularmente na adolescência. Infelizmente, o tempo familiar parece estar encolhendo devido ao aumento da demanda dos pais, responsabilidades e a pressão do tempo {time strain} (um fenômeno que inclui a falta de espontaneidade para responder às necessidades dos filhos, fadiga e inabilidade para se desligar do trabalho).
Formas efetivas de reduzir a pressão do tempo e aumentar o tempo familiar incluem: atividades domésticas utilizando o tempo comum para se manter uma comunicação significativa, discutir planos futuros e participando de atividades lúdicas educativas.
Diversão compartilhada: uma boa saúde familiar pode ser atribuída aos múltiplos benefícios de se dividir a diversão e o lazer. Benefícios do lazer incluem: estabelecer apegos saudáveis, satisfação interna, felicidade, aprendizagem, humor e o prazer de dividir experiências.
Dentro da família, a recreação pode ocorrer de duas formas e ambos os tipos de atividades são importantes para estimular adaptabilidade e coesão: 1) nucleares ou de rotina e atividades como jogos de tabuleiros e de cartas; ou 2) atividades novas como boliche ou fazer um picnic familiar.
Rotinas e rituais: pesquisas têm mostrado que famílias que seguem rotinas e rituais são mais estáveis e os filhos apresentam melhores resultados. As rotinas são compromissos momentâneos e requerem pouco pensamento consciente e elas provêm um sentido de conforto e estabilidade, especialmente para as crianças.
As rotinas são geralmente deixadas de lado durante uma crise familiar como adoecimento ou separação do casal, e isso pode ser difícil e inquietante para as crianças. No meio da crise ou do desafio, manter a rotina o quanto for possível proverá à família previsibilidade, coesão e conforto. Os rituais são simbólicos em sua natureza, afetando e perpassando as gerações de uma família.
Os rituais são formas de celebrar e manter os valores e as tradições familiares através das gerações. Por exemplo, talvez sua família passe todas as ceias de Natal na casa de sua avó e passe as férias familiares sempre no mesmo local. Rotinas e rituais são importantes para a promoção da resiliência familiar por promover relacionamentos familiares mais íntimos, socialização da criança e amenizar os efeitos de eventos estressantes.
Suporte social: estar conectado à sua comunidade familiar e ao sistema de suporte social é importante e provê um sentido de pertencimento e coesão. Suportes comunitários e sociais podem incluir jogos familiares em grupo, associações comunitárias, organizações de voluntários e ligas de recreação e de esportes.
Redes comunitárias têm impacto sobre a resiliência. Famílias resilientes não somente recebem suporte social de suas comunidades, mas também tendem a retribuir para a comunidade. A família ampliada e a comunidade oferecem às famílias: rede social, interação mútua e formas de oferecer informações uns aos outros sobre os serviços/programas, folgas e opções de contribuir para o bem-estar da comunidade e companhia.
Desenvolvendo a resiliência familiar
O desenvolvimento da resiliência pode ser feito em qualquer momento do ciclo de vida da família. Portanto, não importa se você tem uma família com duas crianças pequenas ou uma família estendida com filhos maduros que estão começando suas próprias famílias; desenvolver a resiliência familiar é possível e vale à pena. As estratégias a seguir são úteis para desenvolver resiliência nas famílias:
Planeje adiante: priorizar metas de vida, atividades e compromissos é importante. Um planejamento eficaz precisa ser temporal e priorizado de forma intencional. Determine que coisas são mais importantes para focar energia e tenha semanalmente reuniões familiares para discutir a semana seguinte e quaisquer desafios ou conflitos que podem surgir. Um planejamento futuro deveria levar em conta coisas como: criar tempo familiar, determinar o tempo de lazer individual (por exemplo, data dos jogos com outras crianças/amigos), manter uma nutrição adequada e níveis de exercícios, despesas no orçamento familiar e geralmente priorizar semanalmente ou mensalmente eventos e atividades do mais importante para o menos importante. Planejar antecipadamente absorve e compromete todos os membros da família.
Funcionamento conjunto: as famílias devem trabalhar conjuntamente para funcionar efetivamente. Encoraje a cooperação, contribuição positiva, autoconfiança, comunicação aberta e honesta e o perdão dentro da família. Trabalhar conjuntamente significa que cada membro da família tem um papel importante e prático dentro dela. Famílias que trabalham junto e suportam cada um de seus membros são mais equilibradas e apresentam um melhor bem-estar geral.
Aprender com as experiências: quando uma crise ou um desafio surge, é importante aprender com essas experiências. Proporcione a cada membro da família segurança e suporte evita a repetição de dor e sofrimento emocional desnecessários. Evite a repetição de experiências negativas pela promoção de uma comunicação aberta, honesta e sem julgamento, planejando um desenvolvimento realístico (individualmente), desenvolvendo metas familiares que requerem trabalho em equipe e, se uma falha ou decepção ocorrer, dê suporte a cada um para se obter sucesso.
Divertir-se juntos: apreciar uns aos outros, encontrarem humor em suas vidas e sorrir para aliviar o stress! Diversão familiar conjunta é melhor quando está baseada na qualidade do tempo e da interação. As atividades familiares não precisam ser caras – caminhar no parque mais próximo, jogar ou simplesmente sentar e conversar! Encontrar prazer e felicidade em sua família é um importante meio para desenvolver, aumentar e sustentar a resiliência durante a vida.
Dicas e atividades para a construção da resiliência familiar
Acima de tudo, o tempo familiar que é positivo, reflexivo, saudável, divertido e construtivo é vital para promover e desenvolver resiliência. Com a atual incerteza econômica no nível local e no nível global, estar conectado e focado nas nossas famílias é importante e positivo para nossa saúde e bem-estar físico, mental, emocional e espiritual. As dicas e idéias a seguir podem te ajudar a estar conectado a sua família, promover saúde e bem-estar e desenvolver a resiliência familiar!
Seja ativo, recreativo e sem pressa
Ser ativo enquanto família não é somente saudável, mas também divertido e agradável. Para se manter ativo, recreativo e despreocupado tente:
- Levar a família para passear no parque no verão. Jogar bola, brincar de frisbee, nadar ou simplesmente sentar na grama. Sair e apreciar o dia em um parque ajudará a clarear sua mente, queimar alguma energia e promover a qualidade do tempo familiar de uma forma barata.
- No inverno, saia e se divirta na neve! Construa uma cabana de neve ou um homem de neve, faça anjos de neve, brinque no tobogã ou no trenó ou faça um passeio agradável numa noite amena de inverno. Não deixe que o inverno impeça as saídas da família. Seja ativo no inverno, então faça chocolate quente com marshmallows para a família toda apreciar!
- Confira seu ginásio ou centro comunitário local para ver que tipos de programas ou atividades são oferecidos para famílias. Noites para nadar juntos, ginástica livre e artesanato e aulas de atividades são grandes maneiras de apreciar o tempo juntos em um ambiente divertido e relaxado. Esse tipo de saída também te mantém conectado com a sua comunidade.
- Planeje um picnic familiar. Escolha um destino, perto ou longe, embrulhe alguma comida e bebidas (especialmente água se estiver quente!) e vá para um picnic familiar. Picnics são uma boa maneira de se manter ativo e nutritivamente consciente, enquanto desfruta dos benefícios de saúde mental de gastar o tempo junto a pessoas que você ama.
Fique conectado com sua casa!
- Separe uma ou duas noites por semana para cozinhar enquanto família. Isso é bastante divertido e mantém a família unida ao mesmo tempo e no mesmo lugar. Tente diferentes receitas ou escolha um tema para a refeição de cada noite (por exemplo, noite da cozinha grega ou noite das pizzas bizarras) e que cada um assuma um papel na preparação da comida e da refeição.
- Coma juntos! Comer juntos é umas das melhores formas para os membros da família se manterem conectados. Refeições conjuntas permitem uma comunicação familiar aberta e a chance de dividir o que tem acontecido a cada um em um ambiente centrado no social e no familiar.
- Realize reuniões familiares para planejar o fim semana juntos. É importante conhecer a agenda de cada um e oferecer suporte para ajudar a cada um se conflitos ou discussões familiares surgirem. As reuniões familiares são uma boa forma de promover a democracia familiar, dividir liderança e desenvolver habilidades de negociação para resolver conflitos.
- Brinquem junto! Jogos de tabuleiro e de cartas são uma boa diversão para toda a família e podem ser facilmente adaptados às idades e aos níveis de habilidades dos membros da família. Jogos podem ser realizados em times ou individualmente e são uma grande forma de promover trabalho em grupo e honestidade. Os jogos ajudam também a desenvolver autoconfiança e habilidades sociais importantes como seguir regras e ser capaz de aceitar derrotas tão bem quanto vitórias.
Mantenha-se conectado com a sua comunidade!
- Dê retorno à sua comunidade. Isso é uma grande forma de aumentar a conexão individual e familiar com o lugar em que você vive. Voluntariar-se para treinar ou organizar o time de esportes de seus filhos é uma boa maneira para se encontrar e interagir com famílias locais e uma forma de construir amizades e ligações duradouras com sua comunidade local.
- Apreciem juntos uma livraria. As livrarias são familiares, educativas, divertidas e sem custo. Famílias com crianças pequenas podem participar de momentos de contação de histórias; crianças mais velhas podem se divertir lendo em grupos. Idas a livrarias podem promover o amor à leitura e ajudar às crianças a aprender como usar a livraria para realizar trabalhos escolares e para diversão!
- Explore os museus locais, galerias de arte e centros de ciências. Eles geralmente oferecem pacotes familiares que os podem tornar mais acessíveis como um passeio em família. Se disponíveis, aproveite esses descontos e eduque sua família sobre história, arte e cultura.
Building Resilient Families
ALBERTA HEALTH SERVICES
“The informality of family life…allows us to become our best while looking our worst”. ~Marge Kennedy
The people who most impact our lives and shape who we become are our family. Healthy families provide security, support, love, and positive life experiences that play a vital role in how we learn, grow and respond to challenges. We learn about relationships and the skills to cope with life from our families.
A family can be ‘traditional’ with a mom, dad, and children. Families can include children who are biological, adopted or of different ethnicity. Primary care providers in a family might also include grandparents and other relatives, single-parents, same-sex parents, step-and foster-parents or close friends. Families have their own unique patterns, rituals, culture and rules.
Ideally a family is any group or individual who provides a safe and trusting environment that fosters learning and healthy development. However, no family is immune to conflict, challenge, or stress, and unfortunately, not all families foster a safe and healthy environment. Most people don’t grow up in ‘ideal’ families, but the bonds formed in families are important. Even families with conflict and adversity can learn to foster and promote mental health and well-being as individuals and within the family system.
How well families cope and adapt during stressful or difficult times is called family resilience. Family resilience enables success, flourishing, cohesion and support even in
times of trouble and crisis and can be developed and fostered at any time in the family life cycle. In general, family resilience can be described as characteristics, dimensions, and properties of families which help them to rebound from disruption and/or change and to adapt in the face of crisis situations.
Positive relationships within the family are the most important factor that leads to resilience. Families who are resilient are able together to view challenges and crises with confidence and to view challenges as opportunities to grow, heal and strengthen their relationships. Research has found that resilient, healthy families have 10 common traits that help them flourish. They are:
• a positive outlook
• spirituality
• family member accord
• flexibility
• communication
• financial management
• time together
• mutual recreational interests
• routines and rituals
• social support
Positive Outlook: At the heart of resilience is an optimistic, confident approach to life’s challenges. Affection and humor help to deal with many situations. Families who offer each other positive solutions, and are willing to accept suggestions are likely to be more resilient. Families who cope well are also able to affirm their strengths and possibilities, maintain courage, and sustain hope for the future.
Spirituality: Spirituality may or may not be religion based. Spirituality is a sense that life has meaning and purpose. It can come from shared beliefs and values within families. Spirituality provides connection not only to family, but to the community and the universe. Spirituality is beneficial to fostering an optimistic attitude, contributes to seeking purpose, and provides families with the ability to unite, understand, and overcome life’s challenges.
Family Member Accord: Families function best when they feel good about each other, their needs are met, and their relationships are positive. A family’s ability to pull together and support each other in times of crisis is vital to resilience. Strong family cohesion enhances a family’s confidence in dealing with problems because problems are more often seen as comprehensible, manageable and meaningful. This sense of cohesion contributes to a family’s ability to regroup and adjust after a crisis has passed. Strong family accord helps family members deal with each other in respectful, loving ways.
Flexibility: A flexible family is one that can maintain their sense of continuity while rebounding from a crisis and/or sorting out issues that are challenging. That is, they get back to routines and familiarity and have a sense that ‘life will go on’.
Families do well when they have a healthy balance between structure and flexibility. For example, a family might have routine structured time together at their evening meal, and have the flexibility to include their children’s playmates on occasion, or go out together for a meal. Families with a healthy balance:
• are democratic (for example, all family members have a say in important family decisions);
• share leadership (for example, each member of the family can take turns picking the movie the family will watch together);
• have stable roles and shared roles (for example, Dad usually makes supper, and children set the table); and,
• have strong family rules, and can negotiate with each other.
Flexible families deal with change optimistically, and when faced with challenge and/or adversity, they reorganize their roles in order to build a new balance. For example, when the eldest child moves away from home, some responsibilities of the remaining family members may increase, and decisions might be made about who gets to sleep in the eldest child’s empty bedroom.
Family Communication: A shared sense of meaning, coping strategies, and the ability to maintain family balance is created through open, harmonious communication. Strong family communication has three elements:
• Clarity (clear and consistent messaging)
• Open emotional expression (behavior, tone, words, availability, and communication style)
• Shared problem solving (the ability to solve and share problems as a family)
Communication is most effective when family differences are accepted and dealt with using compassion and understanding. Well functioning families tend to avoid withdrawal, criticism and blame, and are able to reconcile and reconnect, maintaining comfort, security and balance.
Financial Management: Family well-being is closely associated with how well finances
are handled. In times of financial hardship, resilient families provide reciprocal high levels of warmth, affection, emotional support for each other, and a sense of promise for a brighter future. Financial pressures can lead to family tension and stress and can affect emotional well-being and interpersonal relationships at all levels in the family (e.g., individual emotional lives, marital interactions between adults, and the caretaking environment of the children).
The combination of psychological, social and economic burden can put families at higher risk for multiple problems and crises beyond their control (for example: unemployment, substandard housing, lack of health care, crime, violence, and substance abuse). Resilient families are likely to have a plan or a budget for balancing expenses with income.
Family Time: Spending time together is vital for a family and promotes continuity and a stable family life. Time spent together can range from having family meals, doing chores together, running errands, and having fun.
Sharing family time together has been shown to reduce the chances that children will get involved in substance abuse, smoking and early sexual activity that can put their mental and physical health at risk, particularly in adolescence. Unfortunately, family time appears to be dwindling due to increased parental demands, responsibilities and time strain (a phenomenon that includes the lack of spontaneity to respond to children’s needs, fatigue, and inability to disconnect feelings from work).
Effective ways to reduce time strain and increase family time include: family housekeeping activities, utilizing commute time to have meaningful communication, discussing future plans, or participating in fun learning activities.
Shared Recreation: Good family health can be attributed to the multiple benefits of sharing recreation and leisure time together. Benefits of family recreation/leisure include: forming healthy attachments, internal satisfaction, happiness, learning, humor, and the pleasure of shared experiences.
Within the family, recreation can occur two ways and both types of activities are important in fostering family adaptability and cohesion: 1) core, or routine and common activities like board and card games; or 2) or novel activities like bowling or having a family picnic.
Routines and Rituals: Research has shown that families who have routines and rituals are more stable and have better child outcomes. Routines are momentary in time commitment and require little conscious thought and they provide a sense of comfort and stability, especially for children.
Routines are often dismissed during a family crisis like illness or marital separation, and this can be hard and unsettling for children. In the midst of crisis or challenge, maintaining routines as much as possible will provide a family with predictability, cohesion, and comfort. Rituals are symbolic in nature and endure, affect and cross family generations.
Rituals are ways to celebrate and maintain family values and traditions through the
generations. For example, maybe your family goes to your Grandmother’s house every
Christmas Eve, or you take an annual family vacation to the same destination. Both
routines and rituals are important to promoting family resilience in that they promote close family relationships, child socialization, and ease the effects of stressful events.
Social Support: Being connected to your family’s community and social support system is important and provides a sense of belonging and cohesion. Community and social supports can include family play groups, community associations, volunteer organizations or recreational/sports leagues.
Community networks impact resilience. Resilient families not only receive social support from their communities, but tend to give back to their communities as well. Extended kin and community offer families: social networks, mutual interaction, and ways to provide information to each other on services/programs, respite, avenues to contribute to the welfare of the community, and companionship.
Developing Family Resilience
Developing family resilience can be done at any time in the family life cycle. So, no matter if you have a family with two young children or an extended family with mature children who are starting their own families, developing resilience is possible and worthwhile. The following strategies are useful in developing resilience in families:
Plan Ahead: Prioritizing life goals, activities and schedules is important. Effective planning needs to be time and priority conscious. Determine what things are most important to focus energy on and have weekly family meetings to discuss the week ahead and any challenges or conflicts that may arise. Planning ahead should take into account things like: creating family time, determining individual leisure time (e.g., play dates with other children/friends), maintaining proper nutrition and exercise levels, budgeting family expenses, and generally prioritizing weekly or monthly events and activities from most important to least important. Planning ahead takes input and commitment from the whole family.
Work together: Families must work together to function effectively. Encourage cooperation, positive contribution, self-reliance, open and honest communication and forgiveness within your family. Working together means each family member knows they have an important and feasible role within the family. Families that work together and support each other are more balanced and have better overall family well-being.
Learn from Experience: When a crisis or challenge arises, it is important to learn from
those experiences. Provide each other with safety and support so that repeating unnecessary emotional hurt and pain can be avoided. Avoid a repeat of negative experiences by promoting open, honest and non-judgmental family communication, planning for realistic improvement (individually), developing family goals that require teamwork, and if failure or disappointment does occur, support each other to become successful.
Enjoy Time Together: Enjoy each other, find humor in your lives, and laugh to relieve stress! Family fun times are best when they are based on quality time and interaction. Family activities don’t need to be expensive - go for a walk to the nearest park, play a game, or just sit around and talk! Finding joy and happiness in your family is a very important way to develop, increase and sustain resilience through a lifetime.
Tips and Activities for Building Family Resilience
Above all, family time that is positive, reflective, healthy, fun and constructive is vital to promoting and developing resilience. With today’s economic uncertainty both in our own communities and globally, staying connected and focused on our families is important and positive for our mental, physical, emotional, spiritual health and well-being. The following tips and ideas can help you stay connected to your family, promote health and well-being and develop family resilience!
Get Active, Recreational, and Leisurely!
Being active as a family is not only healthy, but fun and enjoyable. To get active,
recreational and leisurely try:
• Taking a family walk to the park in the summer. Throw a ball, play Frisbee, swing
or just sit on the grass. Getting out and enjoying a day in the park will help clear your mind, burn some energy, and promote quality family time that is inexpensive!
• In the winter get out and enjoy the snow! Build a snow hut or snowman, make snow angels, go tobogganing or sledding or even just for a nice walk on a mild winter evening. Don’t let the winter put a stop to family time outside. Be active in the winter weather then go inside and make some hot chocolate with marshmallows for the whole family to enjoy!
• Check out your local community centre or gym facility to see what types of programs or activities are offered for families. Family swim nights, open gym or craft and activity classes are great ways to enjoy some time together in a fun, relaxed environment. This type of outing also keeps you connected to your community!
• Plan a family picnic. Pick a destination, near or far, pack some food and drinks (especially water if it’s hot!) and go for a family picnic. Picnics are a great way to be active and nutritionally conscious while enjoying the mental health benefits of spending time together with your loved ones.
Stay connected at home!
• Set aside 1 – 2 nights a week in which you cook as a family. It’s great fun and gets the family together at the same time in the same location. Try different cuisines, or have a theme night for your meal (e.g., Greek food night, or weird pizza night) and have all members of the family play a role in the food and meal preparation.
• Eat together! Eating together is one of the best ways for families to stay connected to each other. Meals together allow for open family communication and the chance to share what has been going on with each other in a social, family centered environment.
• Have family meetings to plan your weeks together. It is important to know each others schedules and to offer support and help to each other if any conflicts or issues arise. Family meetings are a great way to promote family democracy, share leadership, and develop negotiation skills to resolve conflicts.
• Play together! Board games and card games are great fun for the whole family and
can be easily tailored to the age and skill levels in the family. Games can be played in teams or as individuals and are great for promoting teamwork and honesty. Games also help to develop self-confidence, and important social skills such as following rules, and being able to win and lose well.
Stay Connected to Your Community!
• Give back to your community. It is a great way to increase both individual and family connection to the place in which you live. Volunteering to coach or manage your son or daughter’s sports team is a great way to meet and interact with local families and is a way to build friendships and lasting connections to your local community.
• Enjoy the library together. Libraries are family friendly, educational, fun and inexpensive. Families with young children can participate in library story time; older children can join reading groups. Trips to the library can promote a love of reading, and help your children learn how to use the library for both homework and fun!
• Explore your local museums, art galleries, and science centres. They often have family rates that can make it more affordable as a family outing. If available, take advantage of discounts and educate your family about history, art, and culture!
Available Resources
For additional information on resources in your area, check out the links below.
Within Alberta:
• Health Link Alberta – 1.800.408.5465 or
www.healthlinkalberta.ca
• Alberta Health Services
www.albertahealthservices.ca
• Canadian Mental Health Association Alberta Division
http://www.alberta.cmha.ca/
Nationally:
• Public Health Agency of Canada
http://www.phac-aspc.gc.ca/index-eng.php
• Canadian Mental Health Association http://www.cmha.ca/bins/index.asp
Sources:
Black, K., & Lobo, M. (2008). A Conceptual Review of Family Resilience Factors. Journal of Family Nursing, 14(1), 33-55.
Matthews, D.W. (2003). Family Resilience. North Carolina Cooperative Extension Service.
McCubbin, H.I., & McCubbin, M. A. (1988). Typologies of resilient families: Emerging roles of social class and ethnicity. Family relations, 37(3), 247-254. Iowa State University (1995). Family Resiliency, Building Strengths to Meet Life’s Challenges.