“Seguiram-se três ondas de investigação sobre a capacidade de resiliência no desenvolvimento humano, e uma quarta onda está agora em andamento. A primeira onda focava em descrição, com um investimento considerável em definir e medir a resiliência e na identificação das diferenças entre aqueles que se saíam bem e os que se saíam mal no contexto de adversidade ou risco de vários tipos. Essa primeira onda de investigação revelou um surpreendente grau de consistência nas qualidades pessoais, relacionamentos e recursos que previram resiliência, e estes potenciais fatores protetores mostraram forte poder de permanência em ondas posteriores da investigação.
A segunda onda mudou da descrição dos fatores ou variáveis associadas à capacidade de resiliência a um foco em processos, a perguntas tipo ´como´, com o objetivo de identificar e compreender processos específicos que podem levar à resiliência. Esse tipo de pesquisa continuou, embora com o aumento da atenção a múltiplos níveis de análise e processos neurobiológicos.
A terceira onda começou com esforços para testar idéias sobre processos de resiliência através de intervenção, mais notavelmente em experiências para promover a resiliência impulsionando processos de promoção ou de proteção, tais como parentalidade eficaz, engajamento escolar, e, mais recentemente, as habilidades de função executora.
A quarta onda dos estudos sobre resiliência é a integrativa, buscando englobar rápidos avanços no estudo dos genes, desenvolvimento neuro-comportamental e estatística para uma melhor compreensão dos complexos processos que levam à resiliência. Os estudos de quarta onda tem, por exemplo, explorado o papel dos polimorfismos genéticos como moderadores (vulnerabilidade ou influências protetoras) do risco ou da adversidade no desenvolvimento e o papel da plasticidade neural na resiliência.
Perspectivas de desenvolvimento desempenharam um papel central desde o início da investigação moderna sobre resiliência. A história da ciência da resiliência está intimamente ligada à história do surgimento da psicopatologia do desenvolvimento como uma estrutura para a compreensão e investigação dos problemas de comportamento humano ao longo da vida. Esses domínios inter-relacionados de atividades conceituais e empíricas compartilham muitas raízes e investigadores, bem como o foco principal no desenvolvimento. Estudiosos que estavam interessados na etiologia da psicopatologia (incluindo os pioneiros do estudo da resiliência) se interessavam em seguir o curso de desenvolvimento com relação à adaptação positiva e negativa. Muitos destes estudos, particularmente as investigações longitudinais, começaram na infância ou adolescência, épocas em que podem ocorrer mudanças rápidas, e ficou claro que uma perspectiva de desenvolvimento era útil e importante. Outra consequência desta história é que uma grande parte da pesquisa inicial sobre resiliência focalizava os anos mais precoces da existência do sujeito, embora alguns investigadores sempre focassem na adaptação positiva na vida adulta". (Ann S. Masten and Margaret O’Dougherty Wright, Resilience over the Lifespan, Developmental Perspectives on Resistance, Recovery, and Transformation, Handbook of Adult Resilience, ed. by John W. Reich, 2009 )
Abaixo o texto original
Three waves of research on resilience in human development followed, and a fourth wave is now under way (Masten, 2007; Wright & Masten, 2005). The first wave focused on description, with considerable investment in defining and measuring resilience, and in the identification of differences between those who did well and poorly in the context of adversity or risk of various kinds. This first wave of research revealed a surprising degree of consistency in qualities of people, relationships, and resources that predicted resilience, and these potential protective factors have shown robust staying power in later waves of research. The second wave moved beyond description of the factors or variables associated with resilience to a focus on processes, the “how” questions, aiming to identify and understand specific processes that might lead to resilience. This kind of research has continued, although with increasing attention to multiple levels of analysis and neurobiological processes (Cicchetti & Curtis, 2007). The third wave began with efforts to test ideas about resilience processes through intervention, most notably in experiments to promote resilience by boosting promotive or protective processes, such as effective parenting (e.g., Forgatch & DeGarmo, 1999; Wolchik et al., 2002), school engagement (e.g., Hawkins, Catalano, Kosterman, Abbott, & Hill, 1999), and more recently, executive function skills (Diamond, Barnett, Thomas, & Munro, 2007; Rueda, Rothbart, McCandless, Saccomanno, & Posner, 2005). The fourth wave of resilience studies is integrative, seeking to encompass rapid advances in the study of genes, neurobehavioral development, and statistics for a better understanding of the complex processes that lead to resilience (Masten, 2007). Fourth-wave studies, for example, have explored the role of genetic polymorphisms as moderators (vulnerability or protective influences) of risk or adversity in development (Kim-Cohen & Gold, 2009) and the role of neural plasticity in resilience (Cicchetti & Curtis, 2006, 2007).
Developmental perspectives played a central role from the outset of modern resilience research. The history of resilience science is closely linked to the history of the emergence of developmental psychopathology as a framework for understanding and investigating problems of human behavior over the life course (Cicchetti, 2006; Masten, 1989, 2006a). These interrelated domains of conceptual and empirical activity share many roots and investigators, as well as a core focus on development. Scholars who were interested in the etiology of psychopathology (including those who pioneered the study of resilience) were interested in following the course of development with respect to positive and negative adaptation. Many of these studies, particularly the longitudinal investigations, began in childhood or adolescence, when there is often rapid change, and it was clear that a developmental perspective was helpful and important. Another consequence of this history is that a large proportion of the initial research on resilience focused on the earlier part of the lifespan, although
some investigators always focused on positive adaptation in later life (e.g., Rowe & Kahn, 1987; Vaillant, 1977, 2002).
Nenhum comentário:
Postar um comentário