Podemos definir resiliência como um conjunto de respostas do sujeito (indivíduo, família ou comunidade) a situações de adversidade, sendo que essa adversidade pode ser experienciada de maneira diferente por diferentes sujeitos, gerando diferentes formas do sujeito se posicionar. Essa resiliência nunca é diretamente percebida, mas inferida a partir dos componentes de uma “adaptação positiva” (limpando o ranço ideológico dessa expressão), em função de um jogo de força entre mecanismos de risco e mecanismos de proteção. Essa adaptação é fruto de características individuais (psicológicas, fisiológicas, genéticas), familiares e sociais com o qual o sujeito pode contar frente às situações de adversidade.
Coping (cuja tradução ruim em português seria enfrentamento) pode, por sua vez, ser definido como um conjunto de habilidades cognitivas, comportamentais e sociais utilizadas na solução de conflitos internos ou externos, que surgem em situações de adversidade que sobrecarregam os recursos do sujeito (indivíduo, família ou comunidade). Essa definição supõe que o enfrentamento pode ser realizado através de ações voluntárias que podem ser aprendidas e, depois, abandonadas.
Nesse sentido, coping é um processo que permeia o sujeito em seu meio ambiente, em que o sujeito tenta administrar e não controlar a situação de adversidade, reavaliando constantemente essa situação e mobilizando esforços cognitivos e comportamentais para reduzir ou tolerar os componentes e as conseqüências da adversidade (composta por demandas internas e externas ao sujeito). Essa reavaliação depende da percepção que ele possui da situação e da interpretação que realiza da mesma, que podem ser afetadas pela disponibilidade de recursos a seu dispor.
Reforçando: devemos entender coping como sendo todos aqueles esforços que o sujeito realiza para manejar as demandas que causam tensão, independentemente do resultado. Nesse sentido, nenhuma estratégia é inerentemente melhor que a outra, considerando-se que a melhor forma de coping deve ser analisada em função do sujeito, da situação, do problema e da cultura.
As estratégias de coping podem ser classificadas em dois tipos, dependendo de sua função: focalizadas na emoção ou focalizadas no problema. O coping focalizado na emoção (atuação sobre uma fonte interna) é definido como um esforço para regular o estado emocional que é associado à situação de adversidade, sendo direcionado para o corpo ou para os sentimentos, objetivando alterar o estado emocional do sujeito (aceitar ou negar, expressar ou conter os sentimentos). Exemplo, contar até dez e respirar profundamente antes de tomar uma decisão rápida ou tentar entender a situação de outra forma. A função desse tipo de estratégia é reduzir a sensação física desagradável de um estado de tensão.
O coping focalizado no problema (agir sobre uma fonte externa) é uma tentativa de atuar sobre a causa da situação de adversidade, reduzindo ou eliminando sua ação (nesse sentido, é um tipo de confrontação). A função desta estratégia é alterar a tensão existente na relação entre o sujeito e seu ambiente. Exemplo: negociar para resolver um conflito interpessoal ou solicitar ajuda prática de outras pessoas.
Um dos componentes-chave de um efetivo enfrentamento é o sentimento de confiança no sujeito de que os obstáculos podem ser superados. Também importantes são os estilos de coping, ou seja, os tipos de estratégias de enfrentamento utilizadas pelo sujeito, por exemplo, de forma ativa ou passiva. Em geral, os estilos de coping têm sido mais relacionados a características de personalidade, enquanto as estratégias se referem a ações cognitivas ou de comportamento tomadas no curso de um episódio particular de tensão.
Conceitualmente, as estratégias de coping podem ser definidas em fisiológicas (lutar/fugir), cognitivas (como encarar a situação), comportamentais (relacionadas a processos mentais), aprendidas (a partir de modelos e de observação) e intencionadas (de forma voluntária e involuntária)
Finalizando, é preciso diferenciar coping de resiliência: o primeiro é um momento no tempo, a solução pontual de uma situação de tensão, enquanto que resiliência é a totalidade da experiência do sujeito. Uma soma de enfrentamentos bem sucedidos não necessariamente torna um sujeito resiliente.
Obs: quem desejar as fontes utilizadas para a confecção deste texto, pode me solicitar.
Olá, estou fazendo um trabalho na faculdade, no qual estabeleço relações entre os dois conceitos, se pudesse me facultar bibliografia referente agradeceria, bem como a utilizada aqui.
ResponderExcluirAtenciosamente,
Henriett Diniz
henriettdiniz@hotmail.com
O que seria então um sujeito resiliente?
ResponderExcluirFicou pra mim algumas dúvidas. Talvez se você pudesse me dar mais exemplos.
Quer dizer também que uma soma de resultados favoráveis de coping não necessariamente configura um ser resiliente. Neste caso, o que seriam adaptações positivas?
Obrigada pela atenção,
Juliana
Olá,
ResponderExcluirEstou a fazer um trabalho de mestrado sobre a animação sociocultural. Lá falo na resiliência e no coping. Contudo, gostaria de saber se existem estratégias de coping que o animador sociocultural possa trabalhar com famílias multidesafiadas.
Será que me pode ajudar?
Obrigada!
MSC
monicasofiacardoso@gmail.com
Olá. Gostei muito desse resumo. Estou realizando um trabalho sobre o filme"Entre o Céu e a Terra" e preciso explicar as situações de coping e resiliência presentes na obra. Gostaria se possível, das referências para colocar no trabalho.
ResponderExcluirObrigada.
Qual seu msn para eu mandar as referências?
ExcluirAbraços
Reginaldo
Olá Boa Noite gostei muito desse resumo. Estou trabalhando na minha monografia sobre Resiliência na Educação e gostaria de pedir as referências utilizadas. Meu e-mail é gabriela.tamiris.veiga@hotmail.com, desde já agradeço.
ResponderExcluirAtt,
Gabriela Tamiris da Veiga.
Olá Boa Noite!
ResponderExcluirGostaria de receber as referências do texto, meu e-mail é gabriela.tamiris.veiga@hotmail.com.
Att,
Gabriela Tamiris da Veiga
Caro Dr. Reginaldo Silva. Estou a fazer o mestrado integrado de psicologia educacional em Lisboa, preparando-me para apresentar dissertação sobre Resiliência Autoconceito e Auto-estima na população estudantil do 2º e 3º ciclos com particular incidência em alunos com repetência. Quase por brincadeira, resiliência na repetência.
ResponderExcluirAgradeço que me envie para next_u@sapo.pt ou em 2º escolha para 14909@alunos.ispa.pt . O meu nome é Paulo Seabra
Grato pela atenção
Zé Paulo
Olá...
ResponderExcluirGostei bastante do seu texto e tenho buscado referências sofre enfrentamento e resiliência para ajudar a compor a corpo teórico de um artigo. Poderia me mandar as referências utilizadas para esse seu texto?
Grata. Camila (camilavasco@yahoo.com.br)
olá, poderia me passar as referencias utilizadas??
ResponderExcluirestou fazendo meu trabalho de conclusão e agradeceria muito.
Gostaria de sua referencias
ResponderExcluirjakuely@gmail.com
obrigada pela atenção.