BRASIL RESILIENTE! A resiliência é uma capacidade universal que permite que uma pessoa, um grupo ou uma comunidade previnam, minimizem ou superem os efeitos prejudiciais da adversidade. A resiliência pode transformar ou fazer mais forte as vidas daquelas pessoas que são resilientes (The International Resilience Project)
Definition of resilience
sábado, 26 de fevereiro de 2022
quarta-feira, 12 de janeiro de 2022
SITUAÇÃO TRAUMÁTICA E
RESILIÊNCIA Para alguns estudiosos da
resiliência, o trauma ocorre quando é superada a capacidade de se lidar emocional
e cognitivamente com um fato ocorrido, levando a pessoa a uma sensação de
impotência e a transtornos físicos e psíquicos |
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TEORIA |
PSICOLOGIA |
PSICANÁLISE |
Origem do trauma |
Situações que afetam a pessoa em algum momento da
vida, como perda de alguém querido, doenças, perda financeira, acidentes,
etc, levando a pessoa a ter transtorno pós traumático, sintoma que está ligado
diretamente à situação ocorrida. Essa situação não é esquecida, está
disponível à consciência e isso tem peso no sintoma. |
O trauma é causado por uma cena, geralmente sexual,
vivida pela pessoa na infância e dentro de sua família ou muito próxima dela
(relação com o complexo de édipo). O efeito do trauma são as neuroses
(sintoma) e suas causas são inconscientes. Os sintomas que são efeitos dessa
cena traumática aparecem na fase adulta, ou seja, a posteriori, e são eles
que estão disponíveis à consciência |
Tratamento |
Paciente fala da cena traumática, que é o fato
acontecido, para obter compreensão (cognitivo) sobre ele e buscar sua
superação |
Paciente fala de tudo que esteja relacionado ao
sintoma (recordar e elaborar), com o objetivo de encontrar um enlace entre
ele e a cena traumática inconsciente que é sua causadora, encontrando um
sentido para o que lhe acomete. |
Resiliência |
Quando a pessoa supera o trauma e volta a estar como
estava antes dele, ou até melhor do que se encontrava, diz-se que ela adquiriu
resiliência, diretamente ligada a essa superação. É uma forma de aprendizagem
para lidar com futuras situações traumáticas |
A psicanálise ainda reflete pouco sobre a questão da
resiliência. Talvez o sentido adquirido ao desrecalque da cena traumática
permita à pessoa lidar melhor com os sintomas que forem aparecendo ao longo
de sua vida, mas nada garante que esses sintomas não façam parte de sua
existência e que ela mude apenas a maneira de lidar com eles. |
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
Fatores protetivos em resiliência
Em seu livro Poverty and children’s adjustment, de 1999, Suniya
S. Luthar, cita um modelo produzido em 1996 que leva em conta oito grandes
constructos que afetam o desenvolvimento de uma criança:
1-Variáveis de posição social, tais como gênero, raça e classe social
2- Racismo e discriminação
3- Segregação psicológica, econômica e social
4- Ambientes promotores ou inibidores do desenvolvimento
5- Cultura acolhedora (no caso de crianças que se mudam para culturas diferentes da sua)
6- Características da criança, como idade, temperamento e aspectos físicos
7- Valores e crenças familiares
8- Desenvolvimento de competências, tais como cognição, aspecto sócio-emocional e adaptação a ambientes diferentes
Isso aponta para a questão de como a família e a comunidade
onde se inserem essas crianças conseguem oferecer suporte não somente para a
superação das adversidades enfrentadas por elas, mas também como trampolins para que
elas possam ir além e consigam um desenvolvimento adequado para aquela família
e comunidade.
Algumas pesquisas apontam que pessoas que tiveram sérios
problemas em sua juventude e que tiveram apoio de adultos de confiança
conseguiram um grau médio ou alto grau de resiliência na sua fase adulta. O que
demonstra que ser escutado e receber retorno de quem escuta contribui de forma
importante para a ressignificação das questões que aqueles jovens estavam
passando, permitindo que dessem conta delas com certa tranquilidade.
Outros estudos apontam que bebês que percebem sons afetuosos
vindo de seus pais e outros parentes apresentam menores chances de adoecerem ou
de terem problemas psicológicos futuros. Isso demonstra que as palavras, seus
timbres, tons, acompanhadas de outros gestos de quem fala com essas crianças,
tem a possibilidade de transmitirem afetos e atenção.
Muitas vezes a família e a criança precisarão do apoio de um
psicanalista ou psicólogo para ser apoiada na construção de um desenvolvimento
saudável.
Para agendamento de consultas acesse: https://www.doctoralia.com.br/z/gh4jLA
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
Resiliência e psicanálise
No século I a.C., o general
romano Pompeu encorajava seus marinheiros, aqueles receosos de enfrentar o mar,
a seguir navegando, enfrentar o medo, inaugurando a frase “navigare necesse,
vivere non est necesse.”
No século XIV, o
poeta italiano Petrarca transformava a expressão para “Navegar é preciso, viver
não é preciso.”
“Quero para mim o espírito
dessa frase”, escreveu depois Fernando Pessoa, confinando o seu sentido de vida
à criação e tornando-a memorável. Caetano Veloso depois a cantou, numa melodia
inebriante como as ondas dos mares.
Navegar tem precisão se se
segue os instrumentos de navegação, navegar com técnica.
A vida, no entanto, parece ser
imprecisa, deixa-se viver, deixando a vida nos levar. Não existe cartilha para
se viver, mas é possível também encontrar instrumentos para tornar a vida mais
precisa.
Viver simplesmente não rende, é
preciso viver navegando, conhecendo os mares, as tempestades, sobreviver e
crescer.
Navegar é experimentar,
explorar, se arriscar, enfrentar os mares da nossa história pessoal.
Navegar, então, tem a ver com
resiliência. Encontrar a nave mais potente e segura, a tripulação mais
experiente, tentar escolher os mares mais calmos. Isso exige sabedoria. E o
círculo se redobra, pois sabedoria se obtém experimentando, criando. Ou seja,
não há outra forma de crescer senão em meio a algum sofrimento, sofrimento por
existir e navegar.
Mas dependendo da intensidade
das tempestades, nossa vida pode ficar pelo caminho e nossa navegação não nos
leva a um destino certo.
Histórias intensas que vivemos
podem sobrecarregar nossa capacidade de lidar com os traumas resultantes delas.
Uma solução possível é falar
desses traumas, desses momentos intensos, falar a quem nos escute
profissionalmente e aponte os caminhos e as pontes por onde possamos continuar
a navegar de forma resiliente.
Um
psicanalista consegue escutar o que de nossa história nos entrava e nos auxilia
a nos destravar, a retomarmos o caminho da resiliência.
Tarefa a dois, a análise é um
trabalho árduo, exigindo que um fale tudo o que é possível de ser falado, e que
o outro escute o dito e o não dito, o dito no não-dito, as entrelinhas de um
discurso que recoloquem nossa vida nos trilhos, melhor ainda, sobre as ondas
dos mares.
segunda-feira, 1 de novembro de 2021
Enlaces
possíveis entre resiliência e psicanálise - 1
Reginaldo
Branco da Silva – Psicanalista lacaniano
A resiliência
veio da física e a psicanálise veio da psicologia.
A resiliência
trabalha com o trauma e a psicanálise começou com o trauma, ou pelo menos foi
isso o que Freud inicialmente escutou das histéricas.
O trauma
da resiliência geralmente se dá pela sobrecarga que vem de fora ou de dentro e
que transborda a capacidade do indivíduo lidar com essa situação, levando ao
adoecimento. O trauma da psicanálise também estava relacionado (teorização no
Projeto para uma psicologia científica, de 1895, que Freud abandonou e que
depois foi sendo diluída em outros textos) a uma sobrecarga tanto no neurônio
phi (ligado ao exterior) quanto no neurônio psi (limitado ao interior do
corpo), o que poderia desencadear sintomas físicos (conversões histéricas) e
psíquicos (neuroses de angústia).
A resiliência
foi encampada pela psicologia, principalmente por uma psicologia chamada
positiva. A psicanálise saiu da psicologia e se distanciou cada vez mais dela.
Em que
momento a resiliência pode ter cruzado com a psicanálise?
terça-feira, 1 de março de 2016
O que é resiliência
Resiliência: capacidade de se sair fortalecido da adversidade e com mais recursos, sendo um processo ativo de resistência, reestruturação e crescimento em resposta à crise e ao desafio.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
A busca pela resiliência
domingo, 9 de março de 2014
O Burro e o Poço
Certo dia, o burro de um aldeão caiu num poço. O animal fartou-se de zurrar. Zurrou tão fortemente durante horas e horas que o dono inquieto por não conseguir tirá-lo sozinho, resolveu ir procurar ajuda para o retirar.
Não a encontrando, acabou por decidir que, sendo o burro já velho e estando o poço seco, o melhor que tinha a fazer era sacrificar o burro. Tapava o poço e o burro ficava lá enterrado.
O aldeão pegou numa pá e começou a atirar terra para dentro do poço. O burro, ao ver o que se estava a passar, começou desesperadamente a zurrar. Mas, pouco depois, e para surpresa do aldeão, ele calou-se, e o único som que se ouvia era o som das pazadas de terra a cair.
Pensando que o burro estava morto, o aldeão, olhando para o fundo do poço, não pode esconder o seu espanto ao ver o que o burro estava fazendo. O animal de cada vez que caía uma pá de terra, sacudia-a para trás das suas costas e dava mais um passo para cima dela.
A realidade é que rapidamente, pazada atrás de pazada, o aldeão, viu com os seus próprios olhos, como o burro chegou à boca do poço, saltou por cima e aí vai ele a caminho do seu pasto.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Resiliente
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Resiliência e religiosidade ou espiritualidade
domingo, 1 de setembro de 2013
A música das almas
[alma
E o vento como o instinto desceu os braços das árvores que
[estrangularam a terra...
Depois veio a claridade, os grandes céus, a paz dos campos...
Mas nos caminhos todos choravam com os rostos levados para
[o alto
Porque a vida tinha misteriosamente passado na tormenta.
(Vinícius de Moraes)
segunda-feira, 22 de julho de 2013
sábado, 13 de julho de 2013
Resiliência e catástrofe
“Numa comédia, o clímax é um desfecho feliz. Após uma torrente de incompreensões, tudo se modifica quando os amantes repentinamente se reconciliam e se reúnem. A catástrofe da comédia é, pois, um abraço ou um casamento. Numa tragédia, o clímax é um desfecho triste. Após intermináveis esforços, tudo se inverte quando o herói descobre que o destino e a situação o venceram. A catástrofe da tragédia é, então, a morte do herói.
“Já que as tragédias costumam impressionar mais profundamente e ser mais celebrizadas que as comédias, a palavra ‘catástrofe’ acabou sendo associada mais aos finais trágicos do que aos felizes. Consequentemente, ela é agora usada para pintar qualquer final de natureza calamitosa” (Isaac Asimov, Escolha a Catástrofe)
Talvez as catástrofes individuais tenham que se associar às catástrofes sociais para falar tanto da resiliência individual quanto da social. Seria preciso mudar o foco sobre a visão que se tem do clímax, valorizando qualquer tipo de final, seja ele positivo ou negativo. Ou seja, se contentar e aproveitar os finais felizes, mas também aprender e se robustecer com os finais trágicos.